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A natureza da profecia

Da edição de outubro de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


Profeta é aquele que utiliza o sentido espiritual, que percebe o que é espiritualmente verdadeiro. Compreende tudo o que, do ponto de vista espiritual, existe. E, o que existe, nunca está no futuro ou no passado. Sempre faz parte do presente, do agora. A definição de “profeta” em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras por Mary Baker Eddy, Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss), diz: “Um vidente espiritual; desaparecimento do sentido material ante a consciência dos fatos da Verdade espiritual.” Ciência e Saúde, p. 593.

A crença humana usual vê na profecia algo que ainda vai acontecer, quer seja dentro de um minuto, de um dia, de um mês ou de um ano, mas, sempre, no futuro. A essa crença humana mal-informada é preciso ser educada a fim de que abandone sua suposição errônea; pois se o profeta percebe aquilo que existe espiritualmente, segue-se necessariamente que o que ele viu como sendo espiritualmente real e estando presente, e que proclamou como profecia, nunca pode ser relegado ao futuro. Aquilo que é espiritualmente verdadeiro, assim o é hoje, bem como amanhã e sempre. Tal como a declaração bíblica: “Jesus Cristo ontem e hoje é o mesmo, e o será para sempre.” Hebreus 13:8. O Cristo demonstrado de maneira tão completa por Jesus, nunca poderá tornar-se ainda mais verdadeiro.

A verdade essencial de uma profecia, tem, então, de ser passível de realização em qualquer época — mesmo além da vez primeira em que historicamente foi cumprida no passado. Assim sendo, a profecia verdadeira sempre inclui a realidade espiritual e sua consecução inevitável na experiência humana. Esse despertar inevitável da consciência humana para a realidade do ser é então chamado cura ou demonstração. Portanto, a cura é a insígnia verídica de uma profunda visão profética. Esse despertar pode ser gradativo, ou pode vir, como Paulo o anunciou ao referir-se à última trombeta: “Num momento, num abrir e fechar dolhos.” 1 Cor. 15:52. Isso, porém, não afeta a verdade inalterável de que aquilo que é espiritualmente verdadeiro, já o é assim agora, mesmo que a evidência desse fato ainda não tenha aparecido para o sentido humano. Segue-se que a verdade concernente a uma profecia, considerada esta como um profundo vislumbre da natureza de Deus e do homem, e da natureza ilusória do mal, pode realizar-se em qualquer época, em resultado da oração e da espiritualização do pensamento.

Um exemplo disso encontra-se na Bíblia, exemplo em que é descrito o cumprimento histórico de uma profecia, mas, ao mesmo tempo, são ressaltados sua eternidade e seu desdobramento contínuos. Cristo Jesus estava conversando com três dos seus discípulos de maior maturidade espiritual, e eles lhe perguntaram sobre Elias, o profeta do Antigo Testamento, de quem a segunda vinda havia sido predita. Uma profecia no livro de Malaquias anunciava que Elias viria a preceder o aparecimento da realidade final de todas as coisas e a preparar o caminho para o Messias. Ver Malaq. 4:5; 3:1. Os discípulos se perguntavam por que razão Elias haveria de vir primeiro. Jesus respondeu: “De fato Elias virá e restaurará todas as cousas. Eu, porém, vos declaro que Elias já veio, e não o reconheceram, antes fizeram com ele tudo quanto quiseram.” Lemos, na Bíblia: “Então os discípulos entenderam que lhes falara a respeito de João Batista.” Mateus 17:11–13.

João Batista havia sido o precursor de Jesus e havia compreendido que sua própria missão era a de preparar o caminho para o Messias. Ver Mateus 3:3, 11. Dessa forma, a profecia do Antigo Testamento, encontrada em Malaquias, havia, definitivamente, tido seu cumprimento histórico no aparecimento pessoal de João Batista no papel de mensageiro, ou Elias, tal como foi reconhecido por Jesus.

Ora, a verdade de uma profecia nunca pode ficar restrita a um único indivíduo. A Verdade é universal e impessoal. Uma verdade espiritual nunca é estática, nunca pode morrer nem permanecer inativa. Uma verdade está continuamente se expressando. A eternidade do dito de Jesus: “De fato Elias virá e restaurará todas as cousas” é apresentada na definição de “Elias”, no Glossário de Ciência e Saúde, que diz: “Profecia; evidência espiritual oposta ao sentido material; a Ciência Cristã, pela qual se pode discernir o fato espiritual referente a tudo o que os sentidos materiais percebem; a base da imortalidade.” Ciência e Saúde, p. 585. Substituindo o nome “Elias” na declaração de Jesus pela definição do Glossário, começamos a discernir o aspecto profundamente metafísico da afirmação do Mestre.

A natureza da Ciência Cristã, a Ciência do Cristo, é puramente restauradora. A restauração sempre tem que realizar-se aí onde ocorre a aparente inversão, isto é, na consciência humana. É claro que a realidade espiritual e sua conseqüente expressão de saúde, santidade e harmonia, não pode ser invertida ou pervertida. A realidade já está estabelecida como o fato supremo do ser. É da natureza da criação de Deus ser esta genuína e real. A mente carnal, porém, argumenta em favor do contrário. Assim, o que a Ciência Cristã restaura ao indivíduo é a consciência da saúde e da santidade, a verdadeira compreensão acerca de Deus e do homem, a qual é fundamental à harmonia e ao bem-estar.

Onde quer que o verdadeiro sentido do ser se veja restaurado, aí temos a presença de Elias. Não a presença corpórea de uma pessoa que viveu há muito tempo, mas a presença incorpórea do sentido profético, pelo qual discernimos aquilo que espiritual e verdadeiramente existe. E junto com o reconhecimento daquilo que verdadeiramente existe, experimentamos cura e regeneração, abrindo mão, até certo ponto, da crença mortal fixa naquilo que nada é, ou seja, no erro. Portanto, até mesmo enquanto o leitor lê este artigo, a restauração está tendo lugar. Uma percepção ou compreensão mais correta do que é profecia lhe está surgindo. Exatamente aqui e agora está comungando com Elias, com o sentido profético.

Quando confrontados com ódio e animosidade, o testemunho dos quais se baseia só no sentido material, podemos rejeitar tal testemunho por ser ele falso e ilegítimo. Com a ajuda do sentido espiritual, é-nos possível substituí-lo pelo conhecimento de que o Amor divino reina e de que, na verdade do ser, não há idéias antagônicas, elementos belicosos, divisão nem atrito. O resultado de se rejeitar o sentido material e de se substituí-lo pelo sentido espiritual mostrar-se-á nalguma forma de cura. A situação poderá aclarar-se, poderemos ser elevados acima dela ou a harmonia irá manifestar-se em outros feitios.

O que acontece é que um sentido correto de harmonia se acha restabelecido no pensamento. A evidência espiritual foi aceita como a única evidência verdadeira. Trabalhou-se com o sentido profético. Argumentou-se em favor daquilo que espiritualmente existe. Comungou-se com Elias — “a Ciência Cristã, pela qual se pode discernir o fato espiritual referente a tudo o que os sentidos materiais percebem”. E essa comunhão espiritual restaura o sentido verdadeiro do ser.

Por exemplo, ao sermos confrontados com inflação e alta de preços, como a maioria de nós o é, hoje em dia, podemos orar com o sentido espiritual, o sentido profético que todos temos, e assim obter vistas mais verdadeiras do que é substância divina, percepções mais maduras acerca de idéias espirituais, vislumbres mais ricos de qual é a natureza do Amor divino ou da inteligência. O resultado dessa oração profética tem de ser a cura: a restauração progressiva de um sentido verdadeiro de substância.

As profecias bíblicas são eternas e continuam a se cumprir na experiência de todo aquele que procura a Verdade, Deus. E, toda vez que uma verdade se revela e que uma compreensão correta do ser é restaurada, usufruímos da companhia abençoada de Elias. A verdade da profecia de Jesus cumpre-se outra vez.

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