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Certo dia, em 1975, durante o breve período em que residimos nos...

Da edição de outubro de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


Certo dia, em 1975, durante o breve período em que residimos nos Emirados Árabes Unidos, nossa família dispôs-se a ir a uma praia que nos fora recomendada por amigos. Haviam-nos explicado como chegar à praia, acrescentando que havia bem poucas placas indicadoras ao longo do caminho.

A jornada começou em estrada pavimentada, depois cruzou o deserto durante algumas milhas e, a seguir, entrou numa trilha endurecida e bem gasta sobre a areia. Depois de seguir pela trilha uma boa distância, intuitivamente percebemos que não podíamos estar no caminho certo e decidimos retornar. Antes de conseguirmos retornar, no entanto, encontramos areia fofa, e o carro atolou. Não havia jeito de movê-lo nem para a frente nem para trás. O macaco mecânico simplesmente afundou na areia, e não conseguíamos levantar o veículo o suficiente para colocar objetos entre os pneus e o chão, a fim de obter o necessário ponto de apoio. Cavar na areia também foi um exercício inútil.

Àquela altura eram mais ou menos 11 horas da manhã, aproximando-se a parte mais quente do dia. A temperatura beirava os 43° C, com umidade elevada e nenhuma brisa. O interior do carro ficou extremamente quente e sufocante. Nossas duas filhas, que então contavam cinco e três anos de idade, sentiam-se muito desconfortáveis. Mas cantaram hinos do Hinário da Ciência Cristã, principalmente aqueles cujas letras são de autoria da Sra. Eddy. Haviam aprendido esses hinos queridos na Escola Dominical da Ciência Cristã.

Entrementes, esforçávamo-nos para levantar o carro e tirá-lo dos sulcos profundos em que se encontrava. Quando percebemos que toda tentativa era inútil e que o carro continuava tão atolado quanto antes, ambos nos detivemos para orar. Ali parados ao sol fulgurante, ensopados pela transpiração e enfraquecidos pelos esforços, voltamos o pensamento, em humilde petição, a Deus, a Mente única, o Amor onipresente. Procurávamos ser receptivos às Suas mensagens angelicais que, sabíamos, Deus comunica sem cessar a Sua idéia, o homem. Havia apenas uma pequenina árvore a alguma distância — único arbusto numa paisagem inteiramente árida. Ocorreu-nos quebrar um galho da árvore e usá-lo junto com outros objetos que tínhamos no carro, para formar uma base para os pneus. Isso não deu resultado.

Oramos outra vez. Declaramos que o homem nunca está sem a ajuda divina e que nada podia impedir-nos de reconhecer “o que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Cor. 2:9). Então divisamos um objeto caído na areia. Era um osso grande e seco (talvez de camelo). Com isto tentamos tirar as rodas do buraco, mas, para nossa consternação, verificamos que já agora o diferencial estava enterrado na areia.

Ali nos encontrávamos havia aproximadamente duas horas e estávamos exaustos. A água na garrafa térmica estava chegando ao fim. Nossas filhas portaram-se maravilhosamente, mas, é claro, precisavam de atenção e de serem confortadas de tempos em tempos. Em todas as direções só se via areia, tanto quanto os olhos conseguiam ver — uma paisagem ondulada e desoladora. Meios e recursos humanos haviam sido tentados e haviam falhado. Parecia que nada mais nos restava. Exceto Deus. E assim oramos, outra vez, com toda sinceridade.

Nessa extremidade, o que ambos havíamos aprendido desde os nossos primeiros anos como alunos da Escola Dominical da Ciência Cristã, tudo o que filiação em A Igreja Mãe significava para nós, os benefícios associados com a filiação ativa em diversas igrejas filiais no decorrer dos anos e, em especial, a experiência indescritivelmente valiosa da instrução em Curso Primário de Ciência Cristã — tudo o que neles havia contribuído para o nosso fortalecimento espiritual e a nossa compreensão espiritual, estava agora fortalecendo-nos e apoiando-nos. Recordamos um ao outro como os personagens bíblicos, cuja vida nos era tão familiar — Abraão, Moisés, Elias, Cristo Jesus — tiveram suas necessidades atendidas no ermo, mediante sua fidelidade a Deus e a confiança em Deus. Relembramos como Moisés havia se voltado freqüentemente a Deus, e como ele e os israelitas foram ajudados, guiados e sustentados. As leis divinas, que então estavam atuando, não se acham limitadas a épocas, mas estão para sempre apoiando a criação. Sentimos conforto por podermos depor plena confiança nessas mesmas leis.

Atendo-nos firmemente a esse raciocínio espiritual e refutando com persistência os temores agressivos que se nos apresentavam, descansamos em Deus. Exatamente quanto tempo levou, não sabemos; mas, repentinamente, divisamos no horizonte algo que parecia ser fumaça (em realidade tratava-se de nuvens de areia, provavelmente a uns cinco quilômetros de distância). Não podíamos imaginar qual seria a causa do que víamos, pois o vapor quente distorcia o quadro. Mas estávamos cientes de que a nuvem de areia ia ficando cada vez maior e se aproximava mais de nós. Quando estava razoavelmente perto (talvez cerca de quinze minutos mais tarde) e se movia à nossa direita, abruptamente mudou de curso e veio direto em nossa direção. Dentro em pouco, vimos a forma de um veículo.

No carro havia quatro policiais árabes. Não houve necessidade de trocar palavras; a situação séria em que nos encontrávamos e a vinda maravilhosa deles, dizia tudo! Certamente eles devem ter-se abismado, como nós também, de que, em toda aquela vastidão e àquela hora do dia, houvessem sido colocados dentro do raio de visão de nosso carro. Sorrindo, falando, gesticulando, encontraram uma espécie de corda, puxaram o carro e o colocaram em solo firme. Tentamos agradecerlhes por meio de sinais e, até mesmo, lhes oferecemos uma mão cheia de moeda local, em sinal de nossa profunda gratidão. Mas — e isso não foi surpresa — declinaram do dinheiro. Acompanharam-nos até a estrada principal. Na volta para casa, entramos numa aldeia à beiramar e tomamos um bom banho.

A Bíblia afirma (Deuter. 32:9): “A porção do Senhor é o seu povo; Jacó é a parte da sua herança.” E então descreve como aqueles que reconheceram Sua supremacia sentiram o cuidado de Deus (v. 10): “Achou-o numa terra deserta, e num ermo solitário povoado de uivos; rodeou-o e cuidou dele, guardou-o como a menina dos seus olhos.” Achamos que fomos nós mesmos objeto desse cuidado divino e de Seu governo acertado.

Nosso salvamento deixou-nos humilde e supremamente gratos, e deslumbrados diante do que havia acontecido. Por dias, as crianças continuaram falando em como Deus nos havia ajudado no deserto. No entanto, passaram-se vários anos antes que pudéssemos verdadeiramente apreciar o significado desse acontecimento, tão profundo foi o efeito que teve sobre nós. Desde então, quando surge algum outro desafio sério, atemo-nos ao que ficamos sabendo inegavelmente naquele dia no deserto, quando estivemos a sós com Deus — isto é, que não existe lugar algum em que o Amor imortal não está presente.

O quanto devemos a Mary Baker Eddy por sua dedicação altruística em partilhar, com a humanidade, a explanação da Ciência do Ser e por estabelecer nossa querida Igreja de Cristo, Cientista, não pode ser avaliado.


Minha irmã e eu cantamos hinos no carro. Tivemos de sair dele muitas e muitas vezes. Estivemos no deserto durante um tempo enorme, e ficou terrivelmente quente e pegajoso. Mas não senti medo. Cantar os hinos dava-me confiança. De repente, vimos a poeira rodopiando à distância. Pouco tempo mais tarde, vimos um jipe. Ficamos todos tão profundamente gratos pela ajuda que nos foi dada. Quase toda a água da térmica havia sido gasta quando o jipe chegou. Saímos de lá dando graças a Deus. Todos nós estávamos muito gratos.

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