Quando em meio a uma experiência difícil ou em horas de provação, podemos confiantemente entregar nossa causa nas mãos de Deus. Podemos enfrentar o desafio com a certeza de que a lei de Deus está sempre em ação e que a discórdia não pode prevalecer quando a verdade é compreendida. Lemos em Isaías: “O Senhor é o nosso juiz; o Senhor é o nosso legislador, o Senhor é o nosso rei: ele nos salvará.” Isaías 33:22.
De acordo com o código de processo penal nos Estados Unidos da América e em outros países, uma pessoa é considerada inocente até que fique comprovada sua culpa. De igual modo, na cura espiritual e na resolução de um problema, ao nos voltarmos à Bíblia, compreendemos o fato consumado de nossa inocência e liberdade. No primeiro capítulo do Gênesis tomamos conhecimento de que há uma única criação e esta, perfeita. Deus criou tudo e disse que tudo era bom. Assim o homem espiritual, feito à semelhança de Deus, está inocente de todo e qualquer mal e livre de toda e qualquer doença ou discórdia. Isso é o que a Ciência Cristã nos ajuda a comprovar. A cura ocorre na proporção de nossa compreensão da totalidade de Deus e da conseqüente nulidade do mal.
O mal e a discórdia são irreais porque não foram criados por Deus. A crença neles é o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, mencionada na alegoria no segundo capítulo do Génesis. A serpente, o mal, persuadiu os mortais de que comer do fruto dessa árvore se fazia necessário a todos os que desejassem ser “como Deus, ... conhecedores do bem e do mal” Gênesis 3:5.. Ora, isso era e continua sendo uma mentira. Deus é o bem e conhece somente o bem, e o homem é Sua semelhança. A Ciência Cristã ajuda a distinguir entre o homem real, criado por Deus, e o homem mortal, formado do pó da terra. Ajuda a identi'ficarmo-nos com o primeiro e deste modo obter domínio sobre a crença no segundo homem.
A fim de provar nossa inocência, precisamos desacreditar o que dizem falsas testemunhas. Num tribunal, a evidência pode muitas vezes parecer bem convincente e, no entanto, levar a conclusões erradas. Da mesma forma, a evidência apresentada pelos sentidos materiais ou pela matéria pode parecer muito convincente. No caso de doença, a dor, o inchaço, etc., podem parecer bem reais. Contudo, a Sra. Eddy afirma em Miscellaneous Writings: "Nenhuma evidência diante dos sentidos materiais pode cerrar meus olhos para a prova científica de que Deus, o bem, é supremo." Mis., p. 277.
As opiniões materiais chegam a nós por intermédio dos veículos de comunicação: a televisão, o jornal, o rádio; mas é-nos possível rejeitar essas falsas opiniões. O Salmista diz: “Não me deixes à vontade dos meus adversários; pois contra mim se levantam falsas testemunhas, e os que só respiram crueldade.” Salmos 27:12. Num julgamento justo, falsas testemunhas são desmascaradas, quando os fatos são apresentados. Consideremos algumas dessas falsas testemunhas e refutemo-las com a verdade.
A mais agressiva delas é o medo. É imperativo que enfrentemos o desafio representado por essa testemunha errónea e todas as suas companheiras mentirosas, e que o façamos com uma negação firme. Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy indica: “Começa sempre teu tratamento acalmando o medo dos pacientes. Assegura-lhes, silenciosamente, estarem isentos de moléstia e de perigo.” E acrescenta: “Se conseguires eliminar inteiramente o medo, teu paciente estará curado.” Ciência e Saúde, pp. 411–412.
Deus não criou um mortal temeroso; Deus fez o homem imortal, inteiramente espiritual e destemido. O medo vem a nós sob o disfarce de nossos próprios pensamentos. Cometemos grave injustiça contra nós mesmos quando acreditamos que o medo tem qualquer parte em nosso verdadeiro ser. Precisamos compreender por que não temos de entreter pensamentos de medo: o homem que realmente somos não pode temer, porque nossa é a consciência sem falha que expressa Deus.
O estudo das Escrituras revela belas reafirmações do amor protetor de Deus e de Sua solicitude para conosco quando nos voltamos a Deus de todo o coração. Elias demonstrou estar livre do medo quando cercado por seus inimigos. Sabia que as forças do bem eram mais poderosas que todas as evidências do mal. E acalmou o medo de seu servo, capacitando o jovem a ver a prova da proteção de Deus sob a forma de cavalos e carros de fogo à volta deles. Ver 2 Reis 6:15–17.
Suponhamos o caso de uma epidemia assustadora anunciado nos meios de comunicação. Como podemos fazer calar as falsas testemunhas — os efeitos da doença, sua incurabilidade ou, até mesmo, a possibilidade de morte? Há um salmo que nos assegura que nenhum mal pode sobrevir-nos quando temos o Senhor, a única Mente divina, por nossa habitação. Tampouco nenhum tipo de praga pode chegar-se à nossa tenda — à consciência inspirada pela verdade espiritual. Ver Salmos 91. Estamos a salvo quando apresentamos nossa causa em prol da harmonia inviolável do homem. Assim ganhamos nossa paz e nos é possível enfrentar a sugestão de contágio com a perfeita certeza de que tudo vai bem. Uma das testemunhas falsas, o medo, foi silenciada.
É possível desafiar os problemas de idade. A Ciência Cristã ensina que o passar dos anos não pode enfraquecer ou destruir a vitalidade, a inteligência ou as aptidões do homem. Não existe deterioração nem desperdício da verdadeira substância, o Espírito. Porque vive no Espírito, o homem não pode esgotar-se. Sabendo que isso é verdadeiro a nosso respeito, adquirimos mais vigor, melhor saúde e maior domínio. Tal compreensão capacita-nos a refutar as crenças mortais ligadas à idade. O tempo não determina o bem que experimentamos. Antes, o bem pode ser medido pelo nosso crescimento espiritual. Cada dia podemos dispor-nos a aprender um pouco mais a respeito de Deus e do fato de sermos inseparáveis de Deus. Não estamos sob a dependência de um corpo material que pode tornar-se fraco e inútil. Somos, de fato, corporificação de idéias corretas: vigor, alegria, saúde abundante.
Ao invés de temer o avanço dos anos, podemos vê-los como oportunidades de expressar felicidade, altruísmo e utilidade. Muitas pessoas temem a aposentadoria. Ora, isso não é necessário. Cada um de nós pode fazer muito para ajudar o mundo mediante a oração em prol da humanidade toda, particularmente em prol dos sofredores e desprivilegiados.
Fui capaz de superar o medo dos anos em declínio. Falsas testemunhas, tais como o horror a não ser capaz de cuidar de mim mesma, de ficar na dependência de outros e de ver-me diante da carência, se me sugeriam. Fui libertada desses falsos temores quando recordei este versículo do salmo vinte e três: “Bondade e misericórdia certamente me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor para todo o sempre.” Salmos 23:6. Na casa de Deus, na consciência do Amor, como Ciência e Saúde a explica Ver Ciência e Saúde 578:16– 18., não pode existir depressão ou solidão. Daí por diante, nunca mais me senti infeliz com respeito ao futuro. Sei que não posso perder a posse da saúde, da felicidade, nem deixar de ter o companheirismo certo.
O desânimo talvez nos leve a dizer: “Tive um problema atrás do outro, ultimamente”, ou: “Isto está se prolongando há tanto tempo; por que não recebo minha cura?” Mas o pensamento revitalizado e revigorado pela Verdade divina capacita-nos a enfrentar o perigo com firmeza e confiança. Esse tipo de coragem não depende do sentido material, mas da verdade de que não podemos ficar desanimados quando sabemos que a ajuda divina está sempre presente.
A Ciência Cristã nos proporciona a capacidade de resistir à sugestão de que, por se ter acreditado num erro durante certo tempo (mesmo por anos), possa ele ser mais real que o que acaba de surgir. A Verdade destrói a aparente realidade do erro quando se vê o erro como ele é: crença falsa desprovida de poder, que não tem parte com nosso ser verdadeiro.
Por vezes parece mesmo que ultimamente tivemos um problema atrás do outro. No entanto, o mal não é mais real quando aparece sozinho do que quando parece sobrepujar-nos. Em Isaías, lemos: “Vindo o inimigo como torrente impetuosa, o Espírito do Senhor arvorará contra ele a sua bandeira.” Isaías 59:19 (conforme a versão King James). O inimigo é a mente mortal, e a bandeira é a realidade acerca de nossa verdadeira existência em Deus, proteção bem presente contra o mal. Não precisamos enfraquecer nem ficar desanimados em nossa determinação de perseverar na comprovação de que não somos culpados de crer em qualquer das falsas pretensões do erro.
A medicina material propõe falsos argumentos. Chama de incuráveis certas doenças ou diz que estão adiantadas demais para serem curadas. Até mesmo nega que a Ciência Cristã cura. Tudo isso poderia ser desanimador se nisso acreditássemos. Contudo, não é incomum acontecerem na Ciência Cristã curas de casos desenganados pelos médicos — sendo o Espírito, Deus, o grande Médico.
O tratamento pela Ciência Cristã é a negação do erro assim como a afirmação das verdades necessárias para provar nossa inocência. Qualidades tais como esperança, fé, alegria, compreensão espiritual, podem ser empregadas como testemunhas a nosso favor. Essas características morais e espirituais, mantidas em nossa hora de necessidade, libertamnos do desânimo do sentido material, finito.
Cristo Jesus não se deixou enganar pela aparência do mal. Não deu testemunho do mortal doente, pecador e moribundo; mediante percepção espiritual, provou a realidade do ser perfeito do homem curando a doença, o sofrimento e a carência. É o Cristo, a realidade de nosso verdadeiro ser em Deus, que nos vem na hora de nossa provação para libertar-nos de toda sugestão que haveria de ameaçar nossa inocência.
Em nossas provações, quando cada testemunha falsa foi silenciada e cada testemunha verídica ouvida, toda evidência de discórdia fica obliterada, pois já não existe pensamento errôneo que a sustente. Tendo sido obedientes a esta asseveração feita pela Sra. Eddy: “Quando reduzires a silêncio a testemunha contrária à tua defesa, destruirás a evidência, porque a moléstia desaparece” Ciência e Saúde, p. 417., haveremos provado que não somos culpados, pois mantivemos fidelidade à verdade espiritual, e o veredicto há de ser: “Inocente!”
