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Disposto a curar

Da edição de outubro de 1983 dO Arauto da Ciência Cristã


Cristo Jesus proporcionava cura imediata àqueles que dela necessitavam. Certo dia, quanto se achava em Cafarnaum, um oficial do exército romano veio ao encontro de Jesus e contou-lhe que seu criado estava atacado de paralisia. Sem a menor hesitação, Jesus disse que o haveria de curar e o curou. Ver Mateus 8:5–13. Jesus esperava curar. Por quê? Jesus compreendia as Escrituras. Estava convencido de sua origem espiritual e de seu propósito divino como o Messias escolhido de Deus, que haveria de trazer cura e redenção à humanidade.

O Mestre tinha certeza da coexistência do homem verdadeiro com Deus como a manifestação exata do Espírito, e compreendia que a existência espiritual do homem e seu parentesco com Deus são verdades demonstráveis. Sua consciência da harmonia incessante da atividade criadora da Alma o capacitava a provar que a harmonia do homem nunca pode ser distorcida pela doença, o empobrecimento, a privação. Essa compreensão espiritual confiante trouxe à luz a lei divina da cura para as multidões que o rodeavam.

Jesus ensinou seus discípulos a curar. Certo dia, voltaram eles para o Mestre muito contentes devido às belas curas que conseguiram realizar em resultado do exemplo e do ensino inspirado de Jesus. Lucas descreve o caso: “Então regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome! Mas ele lhes disse: ... alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e, sim, porque os vossos nomes estão arrolados nos céus.” Lucas 10:17, 18, 20. A resposta de Jesus visava a afastá-los de um sentido de realização pessoal e levá-los a reconhecer no poder de Deus o único poder capaz de curar.

Jesus, o nosso Guia, profetizou que os cristãos das eras vindouras haveriam de desenvolver o ânimo espiritual da cura. Previu a vinda de um Consolador que traria a revelação final de seus ensinamentos. Disse: “O Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito.” João 14:26. O Consolador prometido já se encontra aqui, mediante os ensinamentos da Ciência Cristã.

Após sua descoberta da Ciência Cristã em 1866, a Sra. Eddy provou o poder dessa lei divina de curar os que se achavam necessitados. Além do mais, esperava que os estudantes desta Ciência desenvolvessem a capacidade de curar a si mesmos e aos demais. Escreve ela: “O trabalho de cura, na Ciência da Mente, é o poder mais sagrado e salutar que se pode exercer. Meus alunos cristãos, imbuídos do verdadeiro sentido do grande trabalho que os espera, entram nesse caminho reto e estreito, e trabalham conscienciosamente.” Retrospecção e Introspecção, pp. 54–55.

O estudo regular da Bíblia, e de Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy, habilita os “alunos cristãos” de toda parte a compreender e praticar os ensinamentos de Cristo Jesus. Mediante esse estudo, o aluno constata que sua vida é redimida de um problema após o outro. Descobre o Cristo, o poder de Deus, como influência contínua e poderosa em prol do bem no pensamento humano, trazendo libertação das várias limitações da materialidade. Ao edificar um alicerce de cura em sua própria vida, sua gratidão a Deus fá-lo voltar-se naturalmente para a possibilidade de curar outras pessoas. Após completar o Curso Primário de Ciência Cristã, muitos alunos consideram a possibilidade de entrar para a prática pública da Ciência Cristã. Geralmente surgem questões quanto aos diversos passos que conviria dessem em oração a fim de trazer à luz esse trabalho sagrado.

Quando, faz alguns anos, decidi entrar para a prática dessa cura, houve diversos passos metafísicos que se me mostraram muito úteis. Desde o início dei-me conta de que o sentido espiritual merecia ser melhor desenvolvido. Todas as semanas eu dedicava horas à oração e ao estudo de referências da Bíblia e dos escritos da Sra. Eddy, particularmente as que se relacionavam com termos tais como: o Cristo, a espiritualidade e a compreensão espiritual. Esse estudo mostrou que o trabalho de cura realizado por Cristo Jesus tinha por base sua convicção da natureza divina do homem. Jesus sempre mantinha no pensamento o modelo perfeito do homem imortal, ilimitado, pertencente a Deus. Discernia Deus como o Espírito imortal, a Vida toda poderosa, que criou o homem espiritual e perfeito à própria imagem da Alma. Pelo fato de compreender a espiritualidade do homem, inseparável de Deus, Jesus manteve sempre um ponto de vista espiritual.

Para comprovar o poder divino de curar a nós mesmos e a outros, faz-se necessário desenvolver nosso sentido espiritual a respeito de Deus e do homem. Com esse fim espiritualizamos o conceito que temos a nosso próprio respeito e a respeito de outros, aprofundando e mantendo no pensamento em todos os momentos o modelo perfeito, ou a natureza divina do homem originado em Deus. Desse modo, podemos aprender a desenvolver e manter um ponto de vista espiritual, tal como Jesus o fez. Ciência e Saúde di-lo assim: “Na Ciência, todo ser é eterno, espiritual, perfeito, harmonioso em toda ação. Esteja presente em teus pensamentos o modelo perfeito, e não seu oposto desmoralizado. Essa espiritualização do pensamento deixa entrar a luz e introduz na tua consciência a Mente divina, a Vida, não a morte.” Ciência e Saúde, p. 407.

Continuando a orar e a estudar, percebi que Jesus não identificava a si nem a outros com as limitações da mortalidade. Sua identificação era espiritual. Ele reconhecia em si mesmo o Filho de Deus à semelhança do Espírito. Além disso, levava esse mesmo ponto de vista espiritual àqueles a quem curava. Identificava-os com a filiação espiritual na semelhança da Vida, da Verdade e do Amor. O Mestre ilustrou sua natureza espiritual mediante seu ensino e cura, livrando as pessoas de todos os tipos de males. A esse respeito, estudar as páginas 315 e 316 de Ciência e Saúde pode ser útil em mostrar como Jesus, ao provar a filiação divina para si e para outros, reconheceu a espiritualidade inata do homem. Todo estudante de Ciência Cristã aprende a seguir o exemplo de Jesus mediante passos similares de identificação espiritual.

No entanto, bem no meio do estudo necessário e da oração, o praticista incipiente talvez entretenha alguns pensamentos negativos que o haveriam de puxar para a direção oposta. Alguém poderia estar raciocinando assim: “Não sou suficientemente bom. Não sei o bastante a respeito de Deus para realizar curas. Além disso, ninguém sabe que estou disponível para ajudar.” Ou, talvez sinta que entrar para a prática pública seja um esforço pessoal difícil, algo grandioso demais para a sua capacidade.

O Cientista Cristão alerta reconhece tais sugestões como a suposta atividade do mal impessoal geralmente chamado o diabo. Paulo diznos que devemos nos despojar desse “pendor da carne” e substituí-lo pelo espírito de Cristo. Ver Romanos 8:5–13. Toda sugestão de que o mal possa usurpar a bondade e o poder de Deus é definida, na Ciência Cristã, como mente mortal, ou magnetismo animal. Esse termo tem por fim designar uma mentira — aquilo que não tem nada de Deus, o bem, e que, portanto, carece de poder. Sem ter o poder de Deus a sustentá-la, a mente mortal, ou o magnetismo animal, só pode estar desprovida de poder, ser irreal, ser nada.

O magnetismo animal procura impedir que se atenda o chamado à atividade redentora de Cristo, a Verdade. Procura ocultar nosso verdadeiro eu e propósito originados em Deus. Contudo, o magnetismo animal não tem poder sobre nós, quando buscamos orientação e motivação apenas em Deus.

Nesse sentido, é útil examinar repetidas vezes o nosso pensamento. Ao invés de aceitar as sugestões mentirosas do sentido pessoal, devemos escolher apenas os pensamentos cuja fonte é a Mente infinita. Fato é que a finalidade do homem é conhecida de Deus e está estabelecida pela Mente infinita. Lembremo-nos da declaração que Jesus fez aos setenta: “Os vossos nomes estão arrolados nos céus.” Ao compreender isso, veremos que a inteireza de toda atividade inspirada por Deus, inclusive o trabalho de cura, está a salvo. Raciocinando desse modo, tomamos posição ao lado da lei espiritual, a lei do Amor que revela o bem. Então, podemos perceber que a obra de nossa vida está progredindo sob a lei divina. Ao invés de nos curvarmos ao sentido pessoal e a um falso sentido de responsabilidade, coloquemo-nos sob a lei divina do bem ilimitável. A cada dia nos é dado procurar saber qual é a vontade do Pai e de orar pela capacidade de realizar Sua obra desprovidos de qualquer traço de sentido pessoal ou de um eu mortal, limitado. Jesus o ressaltou aos seus discípulos: “A minha comida consiste em fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua obra.” João 4:34.

Tal como acontece com a consecução de qualquer meta elevada, a prática da cura merece ser acalentada e nutrida. Quando alguém nos pede ajuda mediante oração, esse não é realmente um apelo a nós como pessoa, mas ao Cristo impessoal, todo-poderoso, que brilha em nossa vida. Nutramos em nós essa semelhança ao Cristo mediante horas regulares de oração e de estudo profundo da Bíblia e das obras da Sra. Eddy. Procuremos a compreensão espiritual. Esforcemo-nos por representar Deus em todo pensamento e toda ação. Estejamos confiantes em que Sua bondade e poder se desdobram em nossa vida. A Sra. Eddy escreve: “Aquele que compreende o poder do Espírito não duvida do poder de Deus — isto é, o poder da Verdade — para curar pela Ciência divina, poder que supera todos os outros meios e métodos humanos.” Miscellaneous Writings, p. 52.

O “poder do Espírito” brilha vivamente nos ensinamentos do Consolador, a Ciência divina. Esses ensinamentos mostram como as curas iluminaram a vida dos profetas e a dos apóstolos, e particularmente a vida de Cristo Jesus. O Consolador traz a cura cristã a esta era. A obra de cura realizada pela Ciência Cristã, inclusive a dos praticistas, permanece em linha direta com a profecia bíblica. Cristo Jesus predisse: “Aquele que crê em mim, fará também as obras que eu faço, e outras maiores fará.” João 14:12.

Resumindo: há uma variedade de passos a serem dados para se aprender a provar o poder curativo de Deus. Nesses passos podem estar incluídos alguns dos que aqui foram debatidos, tais como o aprofundamento de nosso apreço pelo papel profético do Consolador em nossa vida; aprender a compreender o “poder do Espírito” que opera na consciência humana; aprender a substituir o sentido pessoal pela lei da bondade divina que governa nosso progresso; aprender a desenvolver nossa espiritualidade e a identificar a nós e a outros com o Cristo; e, por fim, aprender a nutrir nossa semelhança ao Cristo mediante estudo e oração. O pensamento atento, inspirado pela orientação divina, nos mostrará o caminho.

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