No Ano Novo, as pessoas, muitas vezes, repassam seu modo de vida e pensam na maneira de melhorá-lo. Algumas vezes fazem — e até mesmo mantêm — resoluções de Ano Novo. Outras vezes, não.
Há, porém, uma mensagem mais profunda subjacente à entrada de um novo ano: a de que essa é uma boa época para começar-se a nascer de novo.
“Nascer de novo?” você perguntará. “Mas, se já nasci!” Foi essencialmente dessa maneira que Nicodemos respondeu quando Cristo Jesus lhe disse que precisava “nascer de novo” Ver João 3:1–7.. A Bíblia relata que Nicodemos perguntou ao Mestre: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, voltar ao ventre materno e nascer segunda vez?” Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.”
O novo nascimento não é, então, uma atividade material. É um compromisso com a espiritualidade e a mudança que tal compromisso traz a nosso caráter começa logo que decidimos sinceramente levar vida mais cristã. Esse renascimento espiritual prossegue à medida que nosso amor a Deus e ao homem se aprofunda e se amplia.
Com o novo nascimento, abandonamos progressivamente a crença em um ser mortal e finito que pode estar separado de Deus. Afastando-nos dessa identidade material, falsa, começamos a reconhecer nossa verdadeira natureza como filhos de Deus, herdeiros de toda a bondade. Passamos a nos libertar dos males relacionados com a doença e o pecado. Tornamo-nos mais confiantes de que nem a morte nem a distância podem privar-nos do cuidado paternal de Deus.
Deus, a quem Cristo Jesus ensinou-nos a chamar de Pai e a quem a Bíblia revela como o próprio Amor, não quer e não pode abandonar Seus filhos. Ao nascermos “da água e do Espírito”, aprendemos a conhecer melhor a Deus e a tornar-nos mais conscientes de Sua presença em nossa vida.
Primeiro passo para o novo nascimento pode ser o esforço honesto de ser mais bondosos, honestos, pacientes e alegres. Na verdade, até mesmo desenvolver o discernimento suficiente para reconhecer quando não fomos tão bondosos quanto deveríamos ter sido, é evidência de progresso — especialmente se esse reconhecimento nos animar a esforçarmo-nos mais da vez seguinte. Passo a passo, encontrar-nos-emos agindo de maneira mais cristã para com outros. A consideração, não só para com os amigos mas também para com os estranhos, tornar-se-á atitude mais natural do que a indiferença.
Mediante percepção mais espiritual, começamos, nas palavras de Cristo Jesus, a “entrar no reino de Deus”. Passamos a ter melhor saúde e harmonia incrementada. Sentimos a ternura do Amor divino, que nos guia e nos protege. Cada passo à frente nesse caminho nos dá percepção melhor da bondade de Deus e de nosso parentesco com Deus.
A Sra. Eddy escreve: “O novo nascimento não é obra de um momento. Começa com momentos e continua através dos anos; momentos de submissão a Deus, de confiança irrestrita e de alegre aceitação do bem; momentos de abnegação de si mesmo, de consagração, de esperança de origem celeste e de amor espiritual.
“O tempo pode dar começo ao novo nascimento, mas não o pode completar; isto é obra da eternidade; pois o progresso é a lei da infinidade.” Miscellaneous Writings, p. 15.
Experimentamos esse novo e contínuo nascimento na proporção em que estamos dispostos a obedecer à lei de Deus, a expressar o pendor verdadeiramente espiritual em pensamentos e ações. Nossa decisão individual de manifestar pendor espiritual pode estar, ou não, ligada à entrada do novo ano, mas uma coisa é certa: Ao dar esse primeiro passo, ainda que titubeantes, começaremos a construir nova vida sobre o fundamento mais firme do Cristo, a Verdade. Ficaremos menos vulneráveis às tentações e às ameaças do mal e teremos maior capacidade para discernir o curso de ação certo. Falsos apetites e outras falhas começarão a desaparecer.
Podemos encarar cada novo começo, seja a entrada de um novo ano seja uma nova perspectiva de vida, como oportunidade de acelerar nosso novo nascimento.
