Sob o governo de Deus, o homem não é vulnerável a acidentes nem vítima deles. Embora esta declaração contrarie a opinião mortal e a evidência material, contém ela verdade profunda que pode ser comprovada, e que o foi inúmeras vezes, pela oração da compreensão espiritual. De que modo?
Comecemos pelo princípio, literalmente. Uma das contribuições da Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss) ao pensamento religioso é a compreensão de que o criador de todas as coisas é o Princípio divino, o bem imutável, o Espírito. Deus é não só nosso carinhoso Pastor, nosso Pai celestial, o Amor que tudo abarca e a Mente que tudo sabe, mas é a própria onipotência, a fonte do poder infinito, o autor da lei espiritual universal, a Verdade que controla, de forma total, toda a vida e todo o ser. Ainda que pareçam teóricas ou incompreensíveis para o sentido mortal das coisas, essas afirmações encerram verdades que, quando aceitas, compreendidas e vividas, têm efeito profundo em nossa segurança e bem-estar.
A promessa de proteção e orientação divinas face ao perigo não é nova. Em Isaías, lemos as palavras de Deus: “Quando passares pelas águas eu serei contigo; quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Isaías 43:2.
Em certa ocasião Cristo Jesus anulou, por meio do poder espiritual, o que na linguagem atual poderia chamar-se perigo iminente de acidente náutico desastroso. Ele e os discípulos cruzavam o mar da Galiléia, quando caiu sobre eles repentina tempestade. O barco era varrido pelas ondas e quase ia a pique. Àquela altura, os discípulos despertaram o Mestre, que estivera dormindo. “E ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: Acalma-te, emudece! O vento se aquietou e fez-se grande bonança.” Marcos 4:39. Em diversas ocasiões o Mestre deixou claro que se apoiava no poder de Deus para realizar suas obras maravilhosas.
Como o único Deus, o Princípio infinito, a Alma, mantém a harmonia universal e ilimitada, não pode ocorrer, na presença do Princípio e de sua lei que a tudo governa, qualquer infortúnio, desastre, dano ou mal. Como o Princípio, Deus, é Vida, a lei imutável do Princípio preserva a vida. É a lei da Vida ininterrupta. Por pura lógica, a lei espiritual e perfeita que expressa o Princípio invariável, que tudo permeia, tem de ser constante, eliminando automaticamente toda possibilidade de acaso.
Um ponto importante para nós é o fato de que, na proporção em que compreendemos e aceitamos não só a harmonia sustentada pela lei mas também o poder absoluto do Princípio divino, essas verdades agem como lei na preservação de nossa vida. Embora em nosso presente grau de percepção espiritual, com freqüência vejamos, segundo Paulo, “como em espelho, obscuramente” 1 Cor. 13:12., ainda assim a verdade do poder e da presença salvadora de Deus foi vislumbrada o suficiente para ter como resultado inumeráveis provas conseguidas pela Ciência Cristã. Através dos anos e das décadas, esta e outras publicações da Ciência Cristã incluíram muitos relatos maravilhosos de curas de efeitos de acidentes e também de proteção extraordinária de acidentes e de outros perigos.
A base e o método dessas demonstrações estão sintetizados no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, onde a autora, Mary Baker Eddy, escreve: “Os acidentes são desconhecidos a Deus, a Mente imortal, e precisamos abandonar a base mortal da crença e unir-nos à Mente única, a fim de substituir a noção de acaso pelo conceito apropriado acerca da direção infalível de Deus, e assim trazer à luz a harmonia.” Ciência e Saúde, p. 424.
Abandonamos “a base mortal da crença” quando aceitamos o Princípio divino infalível como o fundamento de nossos pensamentos e conclusões. Isso envolve confiança, fé, compreensão, bem como consistência entre pensamento e ação.
Por exemplo, a crença de que o acaso faça parte do universo material e da ordem natural das coisas tem de ceder, em nosso modo de pensar, à compreensão mais elevada de que toda causa pertence ao Princípio, a Mente, Deus, em quem o acaso não é fator. A noção de que o acaso possa, às vezes, ser atraente ou lucrativo (como em jogos, loterias, ou em depender da sorte) diminuiria nossa percepção da natureza do Princípio divino e de sua lei que a tudo governa. Essa noção tem de ser abandonada. A crença no acaso é incompatível com o ponto de vista cientificamente cristão de confiança irrestrita no Princípio divino, o Amor, como nossa fonte de orientação e proteção.
Mesmo que, para a visão material, pareça estarmos separados de Deus, nunca podemos, nós ou os que amamos, deixar Sua onipresença. Não podemos ficar separados de Seu poder e lei salvadora, assim como não podemos ficar separados, onde quer que estejamos, da tábua de multiplicar. A compreensão consciente de Sua presença e governo harmonioso serve para guiar-nos e proteger-nos.
O livro-texto da Ciência Cristã apresenta a base para o domínio sobre acidentes nas seguintes palavras: “As relações entre Deus e o homem, o Princípio divino e a idéia divina, são indestrutíveis na Ciência; e a Ciência não concebe um desgarrar-se da harmonia, nem um retornar à harmonia, mas sustenta que a ordem divina ou lei espiritual, na qual Deus e tudo o que Ele cria são perfeitos e eternos, permaneceu inalterada em sua história eterna.” Ibid., pp. 470–471.
Fortalecidos com essa compreensão espiritual, substituímos as condições mentais propensas a acidentes, como medo, descuido, obstinação mortal e falta de direção, pela convicção inteligente e duradoura de que estamos unidos com Deus, o Princípio divino, e podemos estar seguros.
