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Feche a porta — então, ore!

Da edição de janeiro de 1984 dO Arauto da Ciência Cristã


Devido ao rápido aumento das tarifas de energia e ao agravamento da criminalidade, as pessoas têm maior cuidado do que antes em manter as portas fechadas. Quem dera tivéssemos o mesmo cuidado em manter nossas portas mentais fechadas ao sentido material — suas pretensões mascaradas de lei, suas condições pretendendo ser um fato, suas avaliações e opiniões insistindo que não há outra alternativa senão a de submeter-se às limitações materiais. Esta maneira de fechar a porta é um elemento essencial na oração cristã.

Cristo Jesus instrui-nos a orar assim: “Quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta orarás a teu Pai que está em secreto.” Mateus 6:6. A Ciência Cristã explica que é nosso privilégio e dever cristãos demonstrar o reino do Pai sobre a terra, ao excluirmos do pensamento o testemunho do sentido material e compreendermos o cuidado, a criatividade e o controle do Amor divino. “O quarto simboliza o santuário do Espírito,” afirma Ciência e Saúde, “cuja porta se fecha ao sentido pecaminoso, mas deixa entrar a Verdade, a Vida e o Amor. Fechada ao erro, está aberta à Verdade e vice-versa.” No mesmo parágrafo do livro-texto da Ciência Cristã, a Sra. Eddy instrui: “Para entrar no coração da prece, é preciso que a porta dos sentidos errôneos esteja fechada. Os lábios têm de estar mudos e o materialismo calado, para que o homem possa ter audiência com o Espírito, o Princípio divino, o Amor, que destrói todo o erro.” Ciência e Saúde, p. 15.

Não nos ocuparemos, às vezes, com tanto empenho em dizer a Deus o que está errado (opinião humana) e o que Deus precisa fazer para corrigir o erro (vontade humana), a ponto de não escutarmos eventualmente Seu “cicio tranqüilo e suave” (sentido espiritual) assegurandonos que tudo, em realidade, já está bem (fato espiritual) e que isto pode ser comprovado?

Não poderíamos, todos nós, trabalhar melhor em montar guarda à porta de nossa própria consciência, recusando-nos a honrar qualquer evidência oposta à soberania de Deus? A Bíblia está repleta das promessas do cuidado de Deus para conosco; deveríamos confiar em que Seu poder, amor e autoridade ilimitados capacitam-nos a provar Sua presença, atualidade, exclusividade e totalidade. Não poderíamos também trabalhar melhor a fim de hospedar anjos — pensamentos de Deus que nos asseguram de Seu cuidado e governo? Anjos estão sempre conosco (porque Deus está!) e nós os escutamos, quando não permitimos que o materialismo os sufoque. Aprendamos a amar o nosso “dever de porteiro”. É oração eficiente. Cura.

Para mim, a narração bíblica da viúva pobre que Eliseu curou mostra uma das modalidades de se fechar a porta e orar com eficiência. Ali estava a mulher — que ficara só, sem nenhum meio visível de sustento, com os dois filhos a ponto de serem levados pelo credor como escravos por causa de dívidas contraídas pelo marido. A mulher possuía apenas uma botija de azeite ou óleo e, nestas condições, pediu ajuda ao profeta. Visto ser Eliseu homem afeito à oração, suas instruções, sem dúvida alguma, eram inspiradas por Deus e não eram mero conselho humano. Imagine-se, Eliseu ordenou à mulher pedir emprestadas a seus vizinhos muitas vasilhas, após o que, disse, “fecha a porta sobre ti, e sobre teus filhos, e deita o teu azeite [ou óleo] em todas aquelas vasilhas” 2 Reis 4:4.. É interessante notar que “oração” faz parte da definição de “óleo” dada no livro Ciência e Saúde (ver p. 592).

Pensemos, por um momento, em todas as limitações a que, segundo o sentido material insistia, estava a mulher sujeita em sua situação e cultura — pesar, pobreza, comiseração própria, insuficiência, solidão, desespero. Não será isso o que deve ser excluído, a fim de permitir que se possa notar a eterna presença de Deus e Seu abundante suprimento do bem? A mulher obedeceu às instruções de Eliseu, inclusive fechando a porta sobre si e os filhos. O leitor provavelmente conhecerá a história toda. O azeite continuou a fluir até que todas as vasilhas terminaram. A mulher vendeu o azeite, pagou as dívidas, e ela e os filhos viveram do que sobrou. Além de ser esta uma boa lição de suprimento, se a tomássemos por metáfora, não seria também neste caso uma boa lição de como orar?

Recentemente, nosso filho adolescente tomou nosso carro emprestado por uma noite. Foi ao cinema e, ao retornar ao estacionamento, encontrou o carro com toda a lateral amassada. Ninguém estava por perto e nenhum bilhete fora deixado. Após notificar a polícia e procurar por eventuais testemunhas (não havia uma sequer), ele voltou para casa terrivelmente deprimido. Sem o número da chapa nem detalhes sobre o outro carro, a polícia disse-lhe que seria impossível achar o responsável pelo estrago. “Estas coisas acontecem diariamente”, disseram, tentando consolá-lo. “É pena.”

Que maravilhosa oportunidade teve toda a família de fechar a porta à especulação humana, à tendência de dar a situação como um caso perdido, culminando com um culpado desonesto (provavelmente embriagado) e, nós mesmos, as vítimas indefesas. Recusar-se a acolher delineamentos humanos também faz parte de fechar a porta mental. Como parece fácil pensar: “Deus, se Tu estás aqui e és Tudo, então esse ou aquele fará isso ou aquilo.” O provérbio: “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento” Prov. 3:5., foi de grande ajuda a este respeito. Da mesma maneira, o exemplo de Daniel (ver Daniel, capítulo 6) que, quando as circunstâncias lhe mostraram claramente que iria ser feito vítima, não rogou: “Deus, se Tu me amas, vê que não me possam lançar na cova dos leões!” Daniel apenas amava a Deus e confiava ainda mais. Em nossa família, sabíamos que também seríamos capazes disso e de regozijar-nos na integridade e inocência do homem, bem como na justiça e no governo de Deus. Cada um de nós, à sua própria maneira, exalçou a totalidade de Deus, negou que houvesse qualquer interrupção de Sua harmonia e afirmou que o homem de Deus (e não existe outro tipo de homem!) não poderia ser nem agente do mal nem sua vítima; visto que o mal não é pessoa nem poder.

No dia imediato, depois de rodar a esmo, parei numa banca de sorvetes. Enquanto saboreava um sorvete em meu carro, um jovem bateu de leve na janela. “Desculpe-me,” disse ele, “fui eu quem abalroou seu carro na noite passada e gostaria de pagar pelos danos. Estou indo agora para a delegacia a fim de fazer a declaração disso.” Em pouco tempo, o carro foi consertado e estava tão bom quanto um novo.

Tal solução não foi coincidência, nem planejamento humano. Ilustrou-me, porém, categoricamente, a eficácia de se fechar a porta à evidência material e, só então, partir para o trabalho e provar o fato espiritual.

Annie M. Knott, uma das alunas da Sra. Eddy, dá-nos a seguinte reminiscência de uma classe que nossa Líder ensinou: “Ao finalizar suas observações, disse-nos que jamais precisaríamos temer o mal, não importando o que ele parecesse ser.... Ela prosseguiu dizendo que, quando o erro bate à porta, [seus alunos] às vezes, abrem a porta para ver o que ele quer, mas a Mãe não age assim; sabe de antemão, o que ele quer e mantém a porta fechada; mas que seus alunos, depois de haverem aberto a porta, tinham de expulsar o intruso e o importante era manter o erro de fora.” We Knew Mary Baker Eddy (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1979), p. 80. Seguindo a mesma linha de pensamento, a Sra. Eddy escreve: “Amados Cientistas Cristãos, conservai vossas mentes tão cheias de Verdade e Amor, que o pecado, a doença e a morte nelas não possam entrar. É claro que nada se pode acrescentar à mente que já está cheia. Não há porta pela qual possa entrar o mal, nem espaço que o mal possa ocupar na mente repleta de bondade.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 210.

Mesmo se não conseguirmos afirmar honestamente já ter alcançado o cume dessa vigilância, ou seja, o de manter nossa porta fechada nas vinte e quatro horas do dia, ainda assim, isto é possível. É nosso privilégio cristão. Podemos começar agora mesmo. Dê o primeiro passo: feche a porta!

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