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As modernas filhas de Zelofeade

Da edição de janeiro de 1984 dO Arauto da Ciência Cristã


Nos antigos tempos bíblicos, de acordo com o livro de Números, cinco filhas de certo hebreu chamado Zelofeade apelaram a Moisés para dar-lhes o direito de herdar terras. Antes disso, somente os homens de uma família herdavam propriedades. Mas as mulheres perceberam que, se fossem deixadas sem herança, o nome da família ficaria perdido. O pai delas não tivera filhos e havia morrido no deserto. Dessa forma, as filhas sentiram que estavam plenamente justificadas no que reivindicavam. Ver Números 27:1–8.

Moisés, como era seu costume, dirigiu–se diretamente a Deus com esse surpreendente apelo e, então, decretou que, em tais casos, as filhas fossem as herdeiras e possuíssem a terra, de modo que esta fosse conservada na família. Esse foi, com certeza, um dos mais antigos registros de que mulheres exigiram seus direitos de herança em uma sociedade machista.

Séculos após haverem as filhas de Zelofeade exigido e recebido esse direito, a Sra. Eddy, mulher do século dezenove, escreveu o seguinte no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde: “A lei civil estabelece diferenças muito injustas entre os direitos dos dois sexos. A Ciência Cristã não fornece precedente algum para tal injustiça, e a civilização a suaviza em certo grau. Contudo, é de pasmar que o costume conceda à mulher menos direitos do que lhe concede a Ciência Cristã ou a civilização.” Ciência e Saúde, p. 63.

Essa intrépida mulher, a Sra. Eddy, deu ao mundo a revelação da Ciência do relacionamento do homem com Deus e da perfeição do homem espiritual como Sua imagem e semelhança (a despeito da evidência material em contrário). Aqui a palavra “homem” está usada no sentido genérico, pois a grande verdade do status espiritual e perfeito do homem abrange, imparcialmente, todos os homens e todas as mulheres. Baseado nessa verdade fundamental, o desenvolvimento mais elevado do status espiritual da mulher trará, em nossos tempos, o reconhecimento de seus maiores privilégios. O progênito de Deus — nosso verdadeiro eu — é uma idéia completa e composta, incluindo todas as qualidades de nosso Pai–Mãe Deus; por exemplo, a força e a firmeza da verdadeira masculinidade, a ternura e o amor da verdadeira feminilidade. Cada idéia individual é completa como reflexo do Pai–Mãe Deus. O ser completo é a natureza verdadeira do homem.

A história conta-nos do progresso das mulheres durante os séculos, saindo de um estado geral de sujeição aos homens e chegando a uma libertação maior, até que, em nossos dias e em muitas partes do mundo, têm elas amplas oportunidades e participação nos negócios mundiais e no cenário político.

Em sua época, a Sra. Eddy manteve-se — e ainda se mantém — de maneira única como Líder de um movimento religioso mundial. Ela mesma exemplificou o equilíbrio das qualidades masculinas e femininas inerentes ao Pai-Mãe Deus. Personificou as belas virtudes da verdadeira feminilidade: benignidade, amor e discernimento. E, no entanto, expressou também grande fortaleza, inteligência e vitalidade — qualidades comumente associadas com a masculinidade. A Sra. Eddy não perdeu sua feminilidade nem sacrificou suas graças femininas em favor de características masculinas.

Jesus abrangeu a combinação perfeita das qualidades de seu Pai-Mãe Deus. Como Cristo Jesus, o Filho de Deus, definiu a verdadeira masculinidade. Seu amor, refletindo o Amor divino, era terno, compassivo, cheio de consideração. O Mestre expressou conscientemente a bondade divina completa. A Bíblia dá, também, muitos exemplos de sua grande fortaleza, de suas repreensões severas e inflexíveis ao mal e de sua inabalável demonstração da Verdade, em meio à oposição.

Ao buscar a igualdade com os homens, a mulher não pode permitirse perder de vista suas próprias qualidades femininas intrínsecas. Seu papel no cenário mundial de hoje é estupendo. Seja como esposa e mãe no lar, seja como condutora de caminhão ou membro das forças armadas, a mulher pode levar para seu trabalho um toque de suavidade, pureza e inspiração. Isso, por sua vez, promoverá seu êxito, sua satisfação e seu amparo. E a expressão dessas qualidades abençoará a raça humana. A mulher não se achará em competição com o elemento masculino, mas estará participando com ele. Verá que ambos, homens e mulheres, expressam seu Pai-Mãe Deus. E, quer casada quer solteira, seja como co-trabalhadora com homens ou com mulheres, quer só, entenderá que a satisfação que tem base espiritual é para ela algo atingível.

As modernas filhas de Zelofeade podem reivindicar mais do que suas antecessoras. Podem reclamar sua completa herança de Deus e contribuir com valores espirituais permanentes para um mundo que necessita, tão desesperadamente, do suave toque de feminilidade, da compaixão maternal — inspiradas expressões de paciência e compreensão.

Podemos notar que, pela narração alegórica no terceiro capítulo do Gênesis acerca da serpente, esta apresentou-se à Eva. Poderia a história significar, entre outras coisas, que o conceito humano de feminilidade necessita ser purificado e que precisamos aceitar em maior grau a herança espiritual da mulher? Referindo-se à admissão de Eva de que a serpente a tinha enganado, fazendo-a comer do fruto proibido, Ciência e Saúde declara: “Ela já aprendeu que o sentido corpóreo é a serpente. Por isso é a primeira a abandonar a crença na origem material do homem e a discernir a criação espiritual. Isso habilitou posteriormente à mulher ser mãe de Jesus e ver, junto ao sepulcro, o Salvador ressuscitado, o qual em breve devia manifestar o homem imperecível, criado por Deus. Isso habilitou a mulher a ser a primeira a interpretar as Escrituras no seu sentido verdadeiro, que revela a origem espiritual do homem.” Ibid., pp. 533–534.

Em 1876, a Sra. Eddy escreveu um poema chamado “Direitos da mulher”. Os últimos versos dizem:

Formar o botão para em flor se abrir,
A cabeça encanecida de felicidade coroar;
Em resumo, o direito de agir e orar,
“De o céu indicar e pelo caminho conduzir”.Miscellaneous Writings, p. 389.

Que nobre destino! Que meta a perseguir! A humanidade hoje pode ser grandemente beneficiada no seu progresso rumo ao Espírito se elevarmos o conceito de feminilidade à luz do fato científico de que a mulher é descendência espiritual de nosso Pai-Mãe Deus.

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