Está você convencido de que é tarde demais para começar outra vez? De que está muito velho para aprender coisas novas? De que cometeu tantos erros que não há mais solução? Anime-se. Esse tipo de pensamento não está dando testemunho de seu verdadeiro ser; nele há sugestões mentais agressivas que argumentam a favor de um sentido mortal de existência.
Só os fatos espirituais são verdadeiros e válidos na presença de Deus, o Espírito. Portanto, se você quer saber o que é verdadeiro a seu próprio respeito, procure saber tudo sobre sua existência espiritual, a qual está isenta das limitações impostas pela crença mortal.
A Ciência Cristã revela à toda a humanidade os fatos espirituais a respeito de Deus e de Sua criação, mostrando a cada indivíduo o lugar que ele ocupa como ser criado por Deus, como idéia espiritual da Mente divina. E, o que é mais importante, esta Ciência guia o indivíduo, passo a passo, a reclamar e apreciar seu lugar. Nunca é tarde demais para começar essa aventura, porque a Mente divina, Deus, está sempre pronta para mostrar-nos nossa herança como filhos de Deus.
A parábola dos trabalhadores na vinha assegura-nos que o trabalhador contratado ao final da jornada foi recompensado tão amplamente quanto aquele que começou a trabalhar no início do dia. Ver Mateus 20:1–16.
O propósito da Ciência Cristã não é o de ajudar-nos a escapar de problemas, mas de proporcionar-nos a solução duradoura para eles. Às vezes, o argumento de “muito tarde” tenta convencer-nos de que a timidez, a procrastinação, o próprio medo, algemaram-nos de tal maneira que parece impossível libertarmo-nos e encontrar as soluções de que necessitamos. Ou, talvez, achemos que um falso apetite, a obstruir nosso progresso, está por demais arraigado para ser sobrepujado.
Não resta dúvida de que os trinta e oito anos de sofrimento haviam mesmerizado o homem no tanque de Betesda, levando-o a acreditar que não havia esperança para seu estado físico. O homem punha a culpa em circunstâncias exteriores. Quando Cristo Jesus lhe perguntou se queria ser curado, respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água é agitada; pois enquanto eu vou, desce outro antes de mim.” João 5:7.
Ora, o Cristo, irradiando tão brilhantemente na vida e na consciência de Jesus, capacitou-o a ver a verdadeira identidade do homem. Sua visão crística anulou a crença de incapacidade do homem enfermo, e disso resultou a cura.
Por vezes, apresenta-se a sugestão argumentando que nunca tivemos a oportunidade de fazer melhor. Enquanto outros escolheram a universidade certa, o cônjuge certo, a carreira certa, para nós deu tudo errado! Ou, ainda, pode parecer que fomos vítimas da pobreza, de um lar desfeito, ou de alguma imperfeição física.
Não faz diferença o que a nossa história passada tenha sido. O Cristo vem a nós aí onde estamos e nos urge a elevarmo-nos mais ainda, a abrirmos mão de recordações miseráveis e nos atermos hoje aos fatos espirituais a respeito de Deus e do homem.
Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy escreve: “O propósito e o motivo de viver retamente podem ser teus agora. Conquistado esse ponto, terás começado como devias. Terás começado pela tabuada da Ciência Cristã, e nada — a não ser a má intenção — poderá impedir teu progresso. Se trabalhares e orares com motivos sinceros, teu Pai abrir-te-á o caminho.” Ciência e Saúde, p. 326.
É necessária coragem moral genuína para negarmos o sentido mortal a respeito de nós mesmos. Podemos ser levados a pensar que se nos exige deixar de lado algo de bom juntamente com o mal de que nos descartamos. Por vezes, os tentáculos do sentido pessoal parecem estar nos estrangulando, e acreditamos que tão logo nos livramos de uma crença errônea, outra tenta nos prender. Mas cada esforço que fazemos para separar-nos da crença de haver vida na matéria ajuda a desvencilharmo-nos da mortalidade.
É magnetismo animal, a atividade enganosa de uma assim chamada mente mortal, o que nos atrai a pensar erroneamente acerca de nós mesmos e de outros, e a vivermos o erro que pensamos. Uma vez que nos desvencilhamos das algemas do sensualismo ou da animalidade e corrigimos toda nossa prática do mal, é sábio descartarmo-nos do velho eu e regozijarmo-nos com nossa identidade recém-encontrada. Se ruminamos os erros passados, se nos dilaceramos com o sentimento de culpa, estamos recaindo num sentido mortal das coisas.
Necessitamos continuar a exigir e demonstrar nossa liberdade, nossa herança espiritual, nosso domínio dado por Deus, até não existir mais vestígio das crenças errôneas que nos haviam acorrentado a um problema.
“Na ilusão da vida, que hoje está aqui e amanhã terá desaparecido, o homem seria inteiramente mortal, se o Amor, o Princípio divino que prevalece na Ciência divina, não destruísse todo o erro e trouxesse a imortalidade à luz”, afirma Ciência e Saúde. “O homem, por ser o reflexo de seu Criador, não está sujeito a nascimento, a crescimento, a maturidade e a decadência. Esses sonhos mortais são de origem humana, não divina.” Ibid., p. 305.
Nunca é tarde demais para aceitar o bem que Deus tem para nós. Sua bondade está sempre conosco.
