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Com os olhos no futuro:

Sinais dos tempos, o progresso espiritual e a Regra Áurea

Da edição de janeiro de 1984 dO Arauto da Ciência Cristã


Semelhantemente ao que aconteceu no início de outras eras, a virada do século induziu muitos pensadores a contemplar o futuro. Alguns foram impelidos a analisar as tendências de seu tempo e tentar determinar o que os anos seguintes trariam para a humanidade. Haveria paz, luta, felicidade, desespero, abundância, pobreza? Viveria a sociedade um período de progresso e iluminação, ou de decadência e desilusão?

A Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, tinha algo a dizer a respeito do novo século. Ela estava entre um certo número de personalidades públicas e de líderes religiosos que receberam a incumbência, por parte de um jornal metropolitano, de partilhar seus pontos de vista a respeito dos perigos que poderiam ameaçar a humanidade, nos anos por vir. Muitos escreveram sobre sua profunda preocupação pela busca egoísta de ganhos monetários e pela escalada do imperialismo. A Sra. Eddy, em sua colaboração, não tentou pintar um quadro cor-de-rosa do futuro nem um horizonte escuro e sombrio. Ao contrário, ela apontou refletidamente certas armadilhas que a humanidade deveria reconhecer e superar, a fim de avançar para um padrão de vida mais alto, mais espiritual.

Em 30 de dezembro de 1900, estas palavras da Sra. Eddy foram publicadas no jornal New York World: “A meu ver, os perigos mais iminentes que ameaçam o século que se inicia, são: o ato de despojar as pessoas da vida e da liberdade, sob a égide das Escrituras; as pretensões da política e do poder humano, a escravidão industrial e a insuficiente liberdade de concorrência honesta; e o ritualismo, os credos e consórcios em lugar da Regra Áurea: ‘Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles’.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 266.

Passadas mais de quatro gerações, não é difícil olhar para trás e ver que tem havido ocasiões em que a mão pesada da “política e do poder humano” reprimiu a liberdade. Podemos achar outras ocasiões em que a capitulação da sensibilidade humana, frente à insensibilidade tecnológica e industrial, serviu para sufocar o auto-respeito e o respeito pelos outros. E a história demonstra que, quando sistemas políticos autoritários solapam o valor da iniciativa particular, os povos são despojados de muitos privilégios, direitos e oportunidades de progresso.

Além disso, como a Sra. Eddy preveniu, há evidências de que as práticas de certos grupos religiosos e cultos têm feito mau uso da “égide das Escrituras”. Em alguns casos, interpretações distorcidas de textos bíblicos têm levado a restrições dos direitos de liberdade de culto e de fé para alguns adeptos, dentro de um grupo religioso. Estas práticas têm até resultado em tentativas de restringir a liberdade religiosa de outros grupos ou indivíduos. Uma rigidez dogmática tem também promovido profecias niilistas de cataclismos iminentes e inevitáveis — profecias de eschaton, ou fim do mundo — que permitiriam a salvação de um número relativamente pequeno de “fiéis”.

Entretanto, de maneira nenhuma podemos dizer que foi tudo desânimo e ruína. Durante as oito décadas passadas ocorreram avanços notáveis em muitos campos. Escalamos as mais altas montanhas, exploramos as profundezas do oceano, pusemos o pé na superfície da lua — ganhando novas perspectivas do planeta em que vivemos e do universo em que viajamos. No campo das relações humanas, embora haja muito ainda a realizar, os direitos civis e as oportunidades equitativas têm sido estendidos a número maior de homens e mulheres. Talvez mais do que nunca, tem havido um esforço no sentido de conseguir-se maior entendimento mútuo entre povos diferentes e no sentido de chegar a maior apreciação da diversidade individual.

Mais importantes para o progresso da humanidade, porém, são os sinais de progresso espiritual; pois é somente com o avanço da humanidade em sua compreensão científica de Deus, do Espírito divino, e da realidade como sendo inteiramente espiritual, que o progresso nos assuntos humanos pode ser verdadeiramente frutífero e duradouro. Desde a descoberta da Ciência Cristã, uma das indicações de progresso espiritual neste século vinte é a da aceitação e apreciação, em medida modestamente crescente, da cura cristã. Vemos outro sinal no reconhecimento sempre maior, por parte de muitos, de que não somente os problemas individuais podem ser resolvidos pela oração, mas que também os desafios comunitários, nacionais e globais podem ser enfrentados, à medida que o poder de Deus transforma e eleva a humanidade.

Entretanto, poderíamos considerar aqui duas questões. Primeiro, qual é a razão de não ter havido maior sucesso na derrota dos perigos que a Sra. Eddy previu e para os quais alertou os leitores em seu pronunciamento para o New York World? E, segundo, como poderemos construir em cima do progresso espiritual já alcançado, a fim de continuar indo para a frente, rumo ao objetivo da salvação individual e universal?

O erro básico que tenta sustentar os males, ou mentiras, do despotismo religioso, da tirania política, da injustiça econômica e da servidão é o materialismo. A humanidade, em geral, acredita que a matéria é substância — que ela sustenta a vida, dá prazer e satisfaz aos anseios humanos. Esse é o conceito errôneo fundamental que é preciso erradicar, se a verdadeira liberdade deve ficar estabelecida sobre um fundamento inabalável. O poder material e a vantagem econômica não mais dominarão nossos destinos, quando for entendido que Deus é a única Mente; que a realidade e a substância são, na verdade, espirituais e expressam a Mente infinita, onipresente; e que cada um de nós tem igual acesso a essa Mente única e divina.

A Mente divina é a fonte da verdadeira inteligência e existência do homem. Refletindo essa Mente, o homem possui domínio, liberdade espiritual ilimitada e está completamente satisfeito em cumprir o propósito de Deus. Sendo a manifestação do Espírito onipotente e irrestrito, o homem não carece de nada que lhe seja necessário, pois expressa a abundância do bem espiritual.

À medida que entendemos esses fatos divinos, podemos romper o cativeiro das pretensões do poder material. E a demonstração científica dessas verdades constitui nossa adoração pura de Deus, livre de dogma pessoal e confianças materiais — adoração que inclui provas de cura cristã,regeneração ativa e a superação da limitação mortal mediante o entendimento da lei divina e a confiança nela. Quando honramos a Deus com tal fidelidade e humildade, evitamos o perigo de ser o poder espiritual obscurecido por práticas religiosas ritualistas desprovidas de inspiração. Cristo Jesus declarou: “Vem a hora, e já chegou, quando os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.” João 4:23.

Na colaboração dada ao New York World, a Sra. Eddy indicou a proeminência central das palavras de Cristo Jesus ditas aos seus seguidores: “Tudo quanto, pois, quereis que os homens vos façam, assim fazei-o vós também a eles.” Mateus 7:12. O efeito prático deste ensinamento na vida das pessoas é dramático. A Ciência divina, o puro sentimento cristão, o amor crístico, inerentes à nossa prática da Regra Áurea, podem elevar as ambições individuais e coletivas muito além das pobres atrações da influência humana e do poder egoísta, na política, na indústria ou em outros campos.

Quando a sociedade reconhecer a verdadeira significação da lei divina, e os indivíduos concordarem em viver segundo a regra de cientificamente apoiarem e abençoarem-se uns aos outros, haverá mais domínio sobre todas as formas de servidão e maior libertação do enfado que vem de buscas meramente materiais. A competição honesta encontrará ímpeto mais elevado na cooperação desprendida — em servir-se ao bem comum e em encorajar-se um ao outro a alcançar realizações mais nobres. E, na medida em que a religião for elevada a uma demonstração da onipotência de Deus, supremo e infinito, descobriremos que tanto a vida como a liberdade estão já concedidas, verdadeiramente garantidas por Deus, que é a Vida divina.

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