Algum tempo atrás constatei, com gratidão, que a Ciência Cristã* tem sido, por mais de trinta anos, a influência predominante em minha vida.
Foi por intermédio de minha avó, no começo deste século, que minha família tomou conhecimento da Ciência Cristã, quando esta se difundia na Alemanha. Em criança, freqüentei a Escola Dominical desta religião por vários anos. Mais tarde, porém, porque o meu marido não se interessasse pela Ciência Cristã e, ainda, porque os ensinamentos desta estavam proibidos em nosso país, perdi-a de vista completamente.
Com a Segunda Guerra Mundial, veio-nos grande sofrimento. Perdi quatro parentes próximos e, finalmente, minha filha e eu tivemos de deixar nossa terra natal. Só não caí em completo desespero porque tinha de prover sustento e cuidado à minha filha pequena.
Quando, terminada a guerra, foi novamente permitido realizar em nosso país cultos da Ciência Cristã, minha boa mãe muitas vezes me falava na possibilidade de eu freqüentá-los, especialmente porque os cultos eram, então, realizados bem perto de minha casa. Até compareci a alguns deles, algumas vezes. Mas, depois de tudo o que tinha acontecido, eu me encontrava totalmente incapaz de aceitar as palavras da Bíblia gravadas na parede daquela igreja filial: “Deus é amor” (1 João 4:8).
Quando ia à igreja, a tristeza me absorvia tanto que nem apreciava a atmosfera benéfica dos cultos. Então, numa ocasião em que estive esquiando, sofri de uma fratura bem complicada na perna. No hospital, os médicos disseram que eu ficaria de cama por um ano. Fazia pouco que eu começara a trabalhar fora de casa para sustentar a mim e à minha filha. Àquela altura, tudo isso parecia estar comprometido. Naquele momento, voleti-me para a Ciência Cristã, disposta a confiar em Deus completamente. Solicitei tratamento metafísico a um praticista da Ciência Cristã, o qual imediatamente concordou em dá-lo. Daí em diante, não recebi nenhuma medicação.
No hospital, a perna foi ajustada e engessada. Dez dias mais tarde, permitiram-me ir para casa. (Eu ainda permanecia com o gesso.) Não foi uma cura instantânea, mas as semanas em casa me trouxeram muitas bênçãos. Fui relativamente capaz, até, de cuidar de meu trabalho. Através de minhas conversas com o praticista, ocorreu em mim, antes de tudo, uma completa mudança de atitude. Logo em seguida, desejei ardentemente “pôr em dia” o meu estudo de Ciência Cristã. Para isso, li a Bíblia e todos os escritos de Mary Baker Eddy que consegui obter. A partir dessa leitura, passei a entender que Deus é Amor onipresente, Amor que tudo envolve; e entendi que, como Sua filha amada, eu não estivera separada, nem por um instante, de Seu amor. Contrariando todas as previsões médicas, logo readquiri o uso completo de minha perna, participei de esportes e, na verdade, até ganhei uma medalha especial em competições esportivas.
O fato de eu volver-me para a Ciência Cristã, e confiar em Deus e em Seu amor inesgotável, deu origem a muitas mudanças em minha vida. Tornei-me membro de uma filial da Igreja de Cristo, Cientista, e, mais tarde, comecei a atuar em várias comissões da igreja.
Numa ocasião, devido ao caos ocasionado pela guerra, um importante documento necessário à concessão de pensão se extraviara, segundo as aparências, irremediavelmente. Ora, ele apareceu em um lugar onde jamais se esperaria encontrá-lo.
No decorrer dos anos seguintes, fui curada de enxaquecas. Um ponto importante, na cura, foi o de ter eu compreendido que o homem não vive no corpo, e, sim, que está sempre na bem-aventurada presença de Deus, o Espírito.
O que me deixou ainda mais feliz foi que voltou a alegria. Um praticista da Ciência Cristã ressaltara que Cristo Jesus animava seus discípulos a regozijar-se. Vim a compreender, mais e mais, que a alegria genuína é o resultado de reconhecer-se a unidade do homem com Deus. Daí em diante, quando não me sentia alegre, eu me elevava de novo, lembrando que todas as minhas atividades estavam sob a direção de Deus e que, com Deus, tudo é bom, harmonioso e perfeito.
Com gratidão, posso testemunhar que, ao aderirmos constantemente à verdade a respeito de Deus e do homem, como é transmitida pela Ciência Cristã, podemos, realmente, nascer de novo e levar uma vida alicerçada em valores mais altos, vida plena de significado. Agradeço a Deus por todos aqueles que me ajudaram e continuam a ajudar, ao longo deste caminho “do sentido à Alma” (Hinário da Ciência Cristã, n° 64), particularmente o nosso Guia, Cristo Jesus, a sua reverente seguidora, a Sra. Eddy, e meu devotado professor de Ciência Cristã.
Braunschweig, Rep. Fed. da Alemanha
*Christian Science (Kris’tiann sai’ennss)
