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Injustiça: nem demasiado pequena nem grande demais para ser curada

Da edição de junho de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Duas pessoas, perto de mim na fila da agência dos Correios, conversavam sobre as condições no mundo. Uma delas disse: “Para mim, confesso que nada há mais difícil na vida do que me deparar com injustiças, sejam de que tipo forem. Injustiças me deixam muito triste.” É certo que inúmeras pessoas partilham desse mesmo sentimento. Até as crianças pequenas sofrem com aquilo que percebem ser injusto. Um garotinho observou, de maneira singular: “Mamãe, não faz mal quando você fica furiosa comigo por alguma coisa que eu fiz. Mas, quando a culpa é do Tiago (o irmão, um ano mais novo) e eu é que levo a bronca, aí eu fico ainda mais furioso do que você.”

Quer o problema seja o de pequenas injustiças que ocorrem no seio familiar a despeito das melhores intenções, quer seja o de ações erradas de maior vulto e que causam consternação pública, precisamos esforçar-nos para evitar injustiças, esforçar-nos para curá-las. Para o Cientista Cristão, o ponto de partida mais eficaz, em realidade, o único ponto de partida, é o da oração baseada num conhecimento da natureza de Deus e de Sua vontade que a tudo governa.

Deus é a Verdade suprema, o Amor divino. Sua criação é espiritual e perfeita, não física e discordante. O cuidado imparcial de Deus pelo homem que é criado à Sua semelhança, se evidencia em todo o Seu reino. Além do mais, o reino espiritual de Deus fica aqui mesmo e não em algum lugar distante no tempo ou no espaço. Poderíamos descrevê-lo como a soma total da expressão do Amor infinito. Quando aprendemos a reconhecer a criação divina e percebemos que a identidade verdadeira de cada um de nós está incluída nessa grande realidade espiritual da criação de Deus, estamos aptos a provar que à injustiça falta poder e que ela é irreal. Por “irreal” entendemos que lhe falta autenticidade espiritual. A injustiça não tem nenhum apoio na bondade de Deus, em Sua lei. Conseqüentemente, não faz parte da verdadeira individualidade de cada um de nós, a qual reflete as características do Princípio e do Amor.

Nunca precisamos cerrar os olhos aos problemas da injustiça. Embora o mundo pareça estar carregado de injustiças, ainda assim, se seguirmos os ensinamentos da Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss), poderemos ao menos dar os passos iniciais para superar a injustiça com relação a nós mesmos e aos demais. Na realidade, o homem é a expressão de Deus, é governado por Suas leis de integridade e progresso. Logo, ninguém está excluído do governo e do controle divinos. Favoritismo e julgamento errôneo não têm lugar no reino divino das idéias corretas. E, nada que não se encontre no reino de Deus pode ser real.

Ao nos apegarmos à verdade espiritual, as leis de Deus agem imparcialmente para produzir aquilo que representa o reino do Princípio e promove o bem geral, não apenas em determinada situação, mas em todos os lugares e com relação a todas as coisas. As leis universais de Deus alcançam a todos e trazem cura.

Quando, através dos veículos de comunicação, tomamos conhecimento de grandes injustiças, as emoções humanas nos querem fazer reagir com revolta e pena. Isso, no entanto, não ajuda nem um pouco a aniquilar a injustiça. Antes pelo contrário, semelhante reação nos colocaria como que nas malhas do mal enquanto este procura obter crédito à sua pretensão de perpetrar erros. Volvamo-nos ao exemplo de Cristo Jesus e nele busquemos orientação. Jesus combatia as injustiças com o domínio crístico que as transformava em vitórias para a Verdade. E, como o conseguia? Jesus mantinha-se convicto de que o homem vive em unidade com Deus. Sabia que nada poderia desfazer essa coexistência ou interferir no fato de que Deus sustenta tudo o que é correto. Deus, a Mente divina, determina harmonia para toda a Sua criação e mantém essa harmonia por meio de Suas leis todopoderosas. Deus dá à humanidade, na Ciência, a revelação de Suas leis e de sua prática.

Certa vez, enquanto eu me confrontava com uma situação injusta, comecei a afirmar, em minhas orações, a presença eterna e o poder total da justiça divina. Mas, os quadros mentais de injustiça perduravam, interferindo com os meus pensamentos. Ao buscar orientação, ocorreu-me a seguinte afirmação, feita pela Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy: “A justiça é o significado moral da lei. A injustiça proclama a ausência da lei.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 391. Essas palavras me alertaram para a necessidade de estabelecer o meu tratamento na ação da lei de Deus. A Sra. Eddy escreve: “A lei de Deus detém e destrói o mal em virtude do fato de que Deus é Tudo-em-tudo.” Não e Sim, p. 30.

Percebi que, sem dúvida, a lei de Deus age na consciência humana e faz com que a justiça se manifeste, mas essa lei também incorpora muitos outros elementos vitais, tais como sabedoria infalível, amor universal, intuição correta, orientação terna porém firme. Percebi, também, que o efeito da lei divina no pensamento humano é permanente e contínuo. Não estimula justiça num determinado ponto e injustiça noutro. Não produz amor em certa ocasião e ódio noutra. Não exige integridade hoje e permite desonestidade amanhã. A ação da lei divina perpetua a virtude, a misericórdia, a harmonia, o amor e a paz na consciência de cada homem. A oração que se apoiou na lei, varreu as imagens de injustiça e preparou o caminho para a minha cura.

Não importa quão flagrantes se mostrem as manifestações de injustiça no mundo — contendas, crimes, doenças, tirania econômica, falta de oportunidade, ameaças às liberdades religiosas legítimas, exploração de pessoas jovens ou idosas, ou de quaisquer outros grupos ou indivíduos — todas essas manifestações são, em realidade, uma negação infundada do fato espiritual. Longe de desenvolver complacência, isso nos possibilita agir com coragem. O fato é que a ação da lei de Deus é contínua, universal, imparcial e a todos engloba. A lei divina age incessantemente para manter a bondade e a harmonia que são as qualidades inatas de tudo o que Deus fez. Ao nos harmonizarmos com essa lei, aprendemos a demonstrar essas grandes verdades de maneira prática e, assim, a contribuir para que haja cada vez maior justiça no mundo.

A Bíblia tem mensagens grandiosas e tranqüilizadoras, relacionadas com a natureza e a ação da lei de Deus. Quão encorajador é ponderá-las, ao trabalharmos e orarmos para promover a justiça na terra! Eis uma dessas mensagens: “A lei do Senhor é perfeita, e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel, e dá sabedoria aos símplices. Os preceitos do Senhor são retos, e alegram o coração; o mandamento do Senhor é puro, e ilumina os olhos. O temor do Senhor é límpido, e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros e todos igualmente justos.” Salmos 19:7–9.

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