Quando comparamos eras passadas, logo identificamos algumas das crenças populares prevalecentes naquelas épocas. Por exemplo, outrora se pensava que o céu era uma cúpula sólida ao redor do sol, da terra e dos outros planetas. E a alquimia era considerada ciência.
Mais tarde, essas opiniões se modificaram. Ficou provado que não eram científicas. Durante muito tempo, porém, milhões de pessoas estiveram convencidas de que tais crenças eram verdadeiras.
Nesta época, exerce uma influência poderosa na vida de muita gente a crença de que o corpo é material e de que essa matéria pode agir em discordância com seu “dono” e à revelia dele.
A descoberta espiritual e cristã que é a Ciência Cristã
Christian Science (kris’tiann sai’ennss) mostra que aquilo que parece ser um corpo material, é, na realidade, um ponto de vista mental. O corpo, sua saúde ou doença, é uma expressão do pensamento. Uma compreensão esclarecida do poder total de Deus começa a eliminar a impressão errônea de que a matéria, ou a mente hipotética que erradamente a concebe, tenha poder para governar a nossa experiência sem o nosso consentimento. Quando aceitamos a revelação de que o Espírito, Deus, é a Vida real do homem e tomamos posse dessa revelação, começamos a perceber que o bem é natural e o ser do homem, harmonioso. Usufruímos a cura, por meios espirituais, de estados aparentemente físicos, o que claramente indica que a matéria não pode ser o que aparenta.
No entanto, mesmo depois de alguém haver tido várias dessas curas, a crença popular talvez ainda tente atrair o pensamento à sua própria órbita, quase como se exercesse uma força de gravitação. É importante que o sanador cristão esteja atento a esse fenômeno. Se não estiver, poderia supor que o tratamento não tem agora o mesmo bom efeito de antes. Pode achar que os distúrbios da matéria são demasiado avassaladores para, em muitos casos, serem tratados. Ou, talvez creia que fracassou, ou que perdeu pessoalmente a inspiração. E, nisso tudo, o que ocorre é, que as várias pretensões dos sentidos materiais nos influenciam o pensamento de maneira tão intensa, que sem querer claudicamos e começamos a pensar nas verdades espirituais a partir de um ponto de vista material.
S. Paulo fornece uma regra de grande premência a todos os que, nesta época, quiserem praticar a cura pela Ciência Cristã. Em uma de suas cartas aos coríntios, escreve: “Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto, que sociedade pode haver entre a justiça e a iniqüidade? ou que comunhão da luz com as trevas?” 2 Cor. 6:14.
Eis aí um conselho cujo significado é muito maior do que simplesmente o de não pactuar com os ímpios! Incrédulos são aqueles que se deixam influenciar pela crença popular — isto é, por incredulidade, descrença. Não podemos boiar nas correntes de pensamento que vigoram hoje em dia, e esperar conseguir praticar a Ciência Cristã. É tão impossível praticar a Ciência Cristã a partir de um ponto de vista material, como o seria remar num mar de melado.
Mary Baker Eddy explica: “A crença universal na física pesa contra as altas e poderosas verdades da metafísica cristã. Essa crença geral errônea, que sustenta a medicina e produz todos os resultados médicos, atua contra a Ciência Cristã; e a percentagem de poder do lado dessa Ciência tem de sobrepujar poderosamente a força da crença popular, a fim de curar um único caso de moléstia.”Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 155.
Vale a pena notar dois pontos em especial. O primeiro: uma vez que a Ciência Cristã cura casos de doença, e cura inúmeros casos, é evidente que sobrepuja o poder da crença popular, quando adotamos esta Ciência. O segundo: a Sra. Eddy não diz que a física ou as leis da matéria fazem peso contra a metafísica; o que diz é que a crença nessas leis produz esse efeito. Do ponto de vista cristão, tal crença produz incredulidade. A única coisa, portanto, capaz de pesar contra a demonstração da Ciência Cristã, é a descrença, não uma lei, nem realidade física, nem alguma substância.
A matéria e suas leis não têm, na realidade, mais poder hoje do que tinham outrora, seja na época de Jesus, seja na da Sra. Eddy. O que se impõe com mais poder ou maior força de persuasão, é a influência da crença popular, a impressão errada de que a matéria é evidente por si mesma e de que Deus não está bem presente. A Sra. Eddy explica: “Qualquer influência que puseres no lado da matéria, estarás tirando da Mente, que, de outro modo, preponderaria a tudo mais.”Ibid., p. 168.
Para evitar esse jugo de descrença, portanto, é necessário abstermo-nos da noção vigente de que vivemos na matéria. Necessitamos algo mais do que apreciar de modo geral as verdades espirituais. É necessária a regeneração que produz o novo nascimento, a nova consciência a que se chega por meio do crescimento moral e da purificação. Isso nos leva a uma nova e revigorante compreensão da natureza revolucionária daquilo a que a Sra. Eddy em certa ocasião denominou “A Grande Revelação”, em seu livro Retrospecção e Introspecção, onde escreve: “Se expulsais da mente mortal toda sensação de doença e sofrimento, essa sensação não poderá ser encontrada no corpo.”Ret., p. 61.
Gradativamente compreendemos que o ímpeto e o poder necessários para a cura espiritual são inteiramente divinos. São “externos” às noções errôneas dos mortais sobre a vida, e completamente independentes delas. Ao reconhecer que é de fato a Mente, o próprio Deus, a fonte verdadeira e única do pensamento e da ação, começamos a tomar consciência da onipresença do bem que Deus nos concede sem cessar. Ter consciência do Amor divino sobrepuja poderosamente o erro da crença popular. É a luz do Cristo, que não comunga com a escuridão. Nessa luz, começamos a compreender que a Mente divina tem supremacia sobre a crença de que o corpo possa agir por conta própria.
Cristo Jesus demonstrou aos discípulos, quando estes lhe trouxeram o menino a quem não haviam conseguido curar, que ter consciência da totalidade do Espírito, da Mente, tem poder de curar. Lemos, no Evangelho de Mateus: “E desde aquela hora ficou o menino curado.” Mateus 1 7: 1 8.
Ninguém pode servir a dois senhores ....
Não podeis servir a Deus e às riquezas.
Mateus 6:24
