Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

O Amor se comunica

Da edição de junho de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Um sorriso dirigido a um transeunte, uma palavra de ânimo a um companheiro de trabalho, uma atitude de perdão a alguém que nos ofendeu — o gesto altruísta, gentil, diz muito. Dá indícios da Verdade espiritual de que a verdadeira comunicação é a atividade do Amor divino, Deus, a revelar-se às Suas idéias e por meio de Sua idéia, o homem.

A comunicação é uma corrente vital no correr de nossos dias. Provavelmente a maioria de nós desejaria comunicar-se melhor com os demais. Nossas comunicações melhoram quando abrimos nosso pensamento e confiamos nossas ações ao Amor divino.

A Ciência Cristã ensina que Deus, o Amor, está constantemente expressando-se, derramando ampla e livremente Suas qualidades. Escreve a Sra. Eddy em Ciência e Saúde: “A intercomunicação se faz sempre de Deus para Sua idéia, o homem.” Ciência e Saúde, p. 284. Desde as profundezas de Sua natureza até os extremos infindáveis de Sua criação, Deus, o Amor, Se revela através de qualidades como a compreensão, a pureza, a saúde, a santidade.

O homem espiritual é não só aquele que recebe a revelação do Amor, mas também o seu reflexo. Pois aquilo que o Amor revela ao homem, o revela através do homem — assim como o sol propicia luz aos seus raios e por meio dos seus raios, cuja própria essência é luz. Assim como o sol e seus raios são uma coisa só, assim também o Amor divino e o homem são um só no ser perfeito.

A intercomunicação de Deus ao homem demonstra a unidade eterna do Amor e sua idéia. Nenhum fator mortal pode separar Deus e o homem. O Amor divino não precisa estender-se através dum espaço material, nem dum espaço de tempo, nem através de barreiras raciais, políticas ou religiosas a fim de expressar-se ao homem e por meio do homem, porque na infinidade do Amor não existe espaço, tempo ou barreira de nenhuma espécie. A realidade espiritual da unidade duradoura do Amor e sua idéia, o homem, está subjacente a toda comunicação verdadeira. Elimina a possibilidade de que jamais ocorra um rompimento de comunicações no reino da realidade.

Que dizer, porém, do panorama humano? No toma-lá-dá-cá da vida cotidiana parece haver freqüentes rompimentos de comunicação, ocasionando interpretações erradas e conflitos. Não é de surpreender, devido à noção geralmente aceita de que somos mortais, cada um com sua própria mente, vivendo num universo material, onde comunicação significa primeiramente estabelecer a conexão entre indivíduos separados. A crença falsa em separação e desunião jaz próxima ao cerne de todo problema de comunicação.

Um rompimento de comunicações é uma oportunidade para demonstrar mais eficientemente a unidade do Amor e sua expressão, o homem. O primeiro passo rumo à cura está em afastar-nos mentalmente da discórdia. Às vezes esse é o passo mais difícil, pois os problemas de comunicação freqüentemente parecem muito pessoais. A autojustificação clama por ser ouvida: “Estou do lado certo, e ele, do lado errado.” Necessitamos afastar-nos resolutamente do sentido pessoal e reconhecer, bem no fundo de nossos corações, que a base da verdadeira comunicação está na unidade divina. Na realidade não se trata de lados que se opõem, não se trata de transpor distâncias.

Nosso Mestre nos mostrou o caminho. Cristo Jesus disse: “Eu e o Pai somos um.” João 10:30. Disse ainda: “As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo.” João 14:10. Jesus sempre sabia exatamente o que dizer e quando dizê-lo, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.

A Ciência Cristã ensina que o Cristo eterno, o qual Jesus corporificou plenamente, é uma influência divina sempre presente em cada consciência humana. Através do Cristo tornamo-nos conscientes de que somos, nós mesmos e os demais, o homem criado por Deus, em unidade com o Amor como a própria imagem do Amor. Isso nos abre o caminho para realmente amarmos com o amor que comunica, que se transmite.

O amor que transmite algo é amor puro, a manifestação do Amor divino. Às vezes, no panorama humano, aquilo que é denominado amor não é amor puro. Às vezes vertemos esse tipo de amor numa situação em que as comunicações são canhestras, e verificamos que a situação se torna pior.

Se for esse o caso, examinemos nossa maneira de pensar. Quando nos consideramos como mortais a expressar muito amor, como se do contrário esse amor estivesse ausente, permitimos vez a um certo tipo de amor egotista. Essa tendência pessoal termina parecendo uma repreensão àqueles que pretendemos amar. Não é de surpreender que essa comunicação fique abalada!

Temos de pensar naquilo que o Amor divino está fazendo. O Amor está a expressar-se exatamente onde a chamada personalidade mortal parece estar. Quando o Amor se expressa, nossa verdadeira identidade, o homem verdadeiro, espiritual, aparece, e nele não existe elemento de mortalidade a impedir a comunicação.

À medida que cedemos a esses fatos, acontecem coisas maravilhosas. Os temperamentos se suavizam. As atitudes se tornam mais maleáveis. A comunicação flui livremente e com naturalidade. As pessoas tornam-se mais amáveis na proporção em que alguns dos traços do mortal desaparecem de nossa vista, e percebemos mais claramente a revelação do próprio Amor para o homem e através do homem.

Meu marido e eu fomos testemunhas desse fato graças a uma cura ocorrida em nossa família, logo que nos casamos. Um parente chegado opunha-se vigorosamente ao nosso casamento. Durante mais de um ano recusou-se a falar conosco. Oramos e repetidamente tratamos de comunicar-nos com ele, mas sem êxito.

Um dia, quando estava orando, percebi que tinha de abandonar completamente todo sentido pessoal acerca da situação e aceitar com humildade o fato de que o Amor tem a capacidade de atingir sua própria idéia e de fazer-se sentir. Parecia que em minha consciência travava-se uma luta acerca dessa exigência. Lutei várias horas até que todos os argumentos agressivos do sentido pessoal foram silenciados.

Então, graças às minhas orações, cheguei à brilhante compreensão de que cada membro da família era realmente geração espiritual de Deus, e portanto estava diretamente relacionado com Deus e era responsável somente perante Deus. Mantido em constante união com o Genitor divino, cada um amava e era amado, simultaneamente. Senti verdadeiramente que o Amor divino abarcava toda a situação.

Essa sensação permaneceu comigo, e mais tarde a confiei a meu marido. Juntos nos regozijamos pelo progresso que esse sentimento indicava.

No dia seguinte esse parente nos telefonou de uma cidade distante, onde morava, embora não tivéssemos feito esforço algum para entrar em contato com ele. Não houve pedidos de desculpas nem sensação tensa, por parte de nenhum de nós. Foi como se o rompimento nunca tivesse ocorrido. A cura manifestou-se completa naquela manhã e foi permanente.

A comunicação do Amor atinge as áreas onde se faz necessária e fala em termos que podem ser compreendidos. A língua do Amor não é feita somente de palavras. É o consolo da divindade abraçando a humanidade com a verdade do ser, debelando os conceitos errados e os mal-entendidos. Quando o Amor estabelece a comunicação, a revelação divina surge, e se faz visível humanamente da maneira mais apropriada.

À medida que nos afastamos do sentido pessoal e cedemos ao fato de que a verdadeira comunicação é a atividade do Amor a expressarse ao homem e através do homem, sentimo-nos capazes, cada vez mais, de estabelecer comunicações com todos aqueles com quem entramos em contato.

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / junho de 1987

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.