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Honesto com Deus

Da edição de junho de 1987 dO Arauto da Ciência Cristã


Durante o tempo em que estive na escola secundária, papai e eu brigávamos muito. Eu achava que ele era uma verdadeira “mula”, e ele provavelmente pensava o mesmo de mim.

Mas, um dia, desejei ardentemente ver-me livre desses sentimentos ruins. Esse desejo inspirou-me a orar a Deus. Um dos resultados dessa oração foi o de que me dei conta de uma falha minha, crucial: eu não estava sendo honesto com Deus. Talvez meu pai não fosse o homem mais gentil sobre a face da terra (e, talvez, nem eu!). Mas, para Deus, papai era Seu filho querido. A fim de ser espiritualmente honesto com Deus, eu precisava pensar a respeito de meu pai (e de mim mesmo) como descendente Seu.

Por umas duas semanas, vigiei cuidadosamente meus pensamentos a respeito de meu pai. Se me vinha um pensamento de crítica ou de raiva, eu o substituía pela verdade pura e clara. Por exemplo, se eu pensava que papai era avarento e burro porque não me deixava usar água quente para lavar o carro em dias frios, eu parava o que quer que estivesse fazendo e declarava que, como filho de Deus, papai era realmente bondoso e sábio.

(Nisso ia, talvez, uma forma de obedecer ao que a Sra. Eddy recomenda em Ciência e Saúde: “Monta guarda à porta do pensamento. Admitindo somente aquelas conclusões cujos resultados desejas ver concretizados no corpo, tu te governas harmoniosamente.” E, mais adiante, diz: “Exclui da mente mortal os erros nocivos; então, o corpo não poderá sofrer por causa deles. As alternativas de dor ou de prazer têm de provir da mente, e, como um guarda que abandona seu posto, admitimos a crença intrusa, esquecendo que com o auxílio divino podemos proibir-lhe a entrada.”Ciência e saúde, pp. 392–393.)

Quando comecei a orar assim, eu tinha apenas esperança de colocar um fim à terrível tristeza e ao sentimento de culpa que me dominavam depois de cada briga. Mas o auxílio divino me proporcionou algo ainda melhor. Nunca mais brigamos. Nunca mais. Não que concordássemos em tudo, mas, nunca mais nos dissemos palavras duras ou raivosas. Ao contrário, vim a amar meu pai como um dos meus melhores amigos, e ele tinha para comigo afeto igual.

Lares infelizes são algo terrível. Mas não precisam permanecer infelizes, e a ninguém é preciso esperar que algum outro membro da família torne as coisas melhores. Qualquer um pode pôr-se a orar, a qualquer tempo. Oração não é algo reservado aos adultos, fora do alcance de crianças e adolescentes. A oração pode fazer enorme diferença.

A Bíblia dá exemplos de pessoas que oraram e sentiram a presença de Deus. Davi, por certo, sentiu-se próximo a Deus antes de ir ao combate contra Golias. Ver 1 Samuel 17:32–50. Samuel foi obediente a Deus, quando soube que Deus o estava chamando. Ver 1 Samuel 3:1–10,19–21.

Há ainda outro jovem, na Bíblia, do qual não se fala muito: Ismael, filho de Hagar. Isso deu-se no tempo antigo, quando os homens tinham várias esposas. Também naquele tempo, às vezes, as famílias não se davam bem. Quando Ismael era criança, a primeira esposa de Abraão, o pai dele, insistiu que Ismael e a mãe fossem expulsos de casa, e os dois andaram pelo deserto. Quando a água acabou, Hagar ficou tão desesperada, que deixou Ismael debaixo de um arbusto e se pôs de costas para não vê-lo morrer.

Diz a Bíblia: “Deus, porém, ouviu a voz do menino”, e então a mãe dele descobriu um poço, pegou água e os dois se salvaram. “Deus estava com o rapaz, que cresceu.” Gênesis 21:17,20.

Nós também podemos crescer, porque é sempre possível orar a Deus e confiar em Deus para resolver situações familiares que causam problemas emocionais.

A oração exige honestidade. Essa honestidade é algo um pouco diferente de simplesmente não “colar” nas provas ou de manter-se dentro dos limites de velocidade ao dirigir veículos. É preciso que mantenhamos o pensamento em linha com a maneira de ser de Deus e de Sua criação. Significa estarmos dispostos a aceitar, como ponto de partida para nosso raciocínio, que Deus é bom e que o bem é tudo o que existe. Portanto, o homem é a perfeita semelhança de Deus, é a expressão de todo o bem. Na realidade, Deus é o único criador do homem, nosso Pai e nossa Mãe, nosso carinhoso Progenitor. A Sra. Eddy escreve: “Pai-Mãe é o nome da Divindade, o que indica o terno parentesco dEle com Sua criação espiritual.”Ciência e Saúde, p. 332.

Como Deus é inteiramente bom, não dá origem, nem justifica, por um só instante sequer, algo mau. De fato, Deus é Tudo, e isso elimina o mal. Não há conflito, não há reação, não há regra arbitrária, nem falta de justiça ou de amor, não existe revolta. Isso é verdadeiro para todos nós, inclusive para aqueles a quem chamamos os nossos pais. É verdadeiro para aquelas famílias em que as brigas parecem ser uma constante. Para Deus, não há mortais. Não há coisa tal como “nós” e os “outros”. Há somente os filhos de Deus, expressando o Seu amor.

Essas verdades transparecem dos ensinamentos de Cristo Jesus. Quando as pessoas lhe trouxeram algumas criancinhas, os discípulos repreenderam os adultos, mas Jesus abençoou as crianças e disse que, para entrar no reino dos céus, os discípulos deveriam ser receptivos a Deus, tal como as crianças são receptivas. Ver Marcos 10:13–16.

Ser honesto com Deus significa, também, estar disposto a admitir que pensamentos de ressentimento são pensamentos errôneos, e devem ser deixados para trás. Isso pode ser duro de pôr em prática. O que é que o torna difícil? O orgulho. Ou, a vontade própria. Pode, às vezes, ser a justificação própria, quando se der o caso de os pais aparentarem insensibilidade, apatia ou egoísmo. Talvez o ressentimento e a raiva jorrem então como a água da chuva que encontrou a calha entupida. Talvez até mesmo creiamos impossível aceitar, sem parecer hipócritas, conceitos espirituais — aproximarmo-nos de Deus e descobrir como Deus vê a Sua criação.

Entretanto, pelo sentido espiritual, podemos aceitar o fato espiritual a respeito de qualquer pessoa. Nisso está a capacidade de exercitarmos a mansidão e de sermos receptivos ao Cristo, a Verdade. O sentido espiritual capacita-nos a saber, em nosso coração que, em realidade, tudo é Deus e Sua criação perfeita. Ainda que tivessem sido feias as brigas, ainda que se tivessem repetido por numerosos anos tristes, ainda que nós mesmos ou alguma outra pessoa tivéssemos estado cheios de ódio, ainda assim, cada qual tem a capacidade de perceber que a única presença real é a de Deus e Suas idéias, exatamente ali onde parece que pais e filhos se acham em oposição. Só o amor, a compreensão e o afeto têm poder.

Quando acatamos essas verdades com humildade e sinceridade, estamos orando eficazmente. Isso nos brinda com a doce paz de Deus, e isso se evidencia em nossa vida diária.

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