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Face a face com a lei de Deus

Da edição de abril de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Encontramos o barco abandonado meio-submerso, encostado contra a barranca do rio. Não era grande coisa, mais parecia um caixote retangular furado no fundo. Mas estava “completo” com duas pranchas de madeira que serviam de assentos, um remo quebrado e uma lata velha para tirar água do barco. Para um menino de doze anos, só podia significar uma coisa: aventura.

Meu primo e eu sempre tivéramos o desejo de explorar o outro lado do rio. Agora tínhamos um jeito de fazê-lo. A maré não se movia e o rio estava calmo. Empurramos o barco e partimos.

Havia, no entanto, algo errado nesse quadro. Aliás, havia muita coisa errada. O rio que corria perto da casa de meu avô era fundo e influenciado pelas marés. A corrente era muito veloz na maré vazante. E a distância de cerca de cem metros até a margem oposta não era pequena para um barco de caixote, um remo quebrado e dois garotos.

Além do mais, meu avô nos tinha dito claramente para nunca nos aventurarmos no rio sem a presença de um adulto. A palavra de vovô nesse assunto era lei. Vovô nos queria bem, era prudente e apenas estabelecia normas que visavam à nossa segurança. As regras que nos impunha, tinham de ser obedecidas estritamente. Desta vez, havíamos desobedecido.

Talvez tivesse sido possível atravessar o rio e voltar sem correr grave perigo. Mas não foi assim. Talvez pensássemos ser possível desobedecer sem sermos apanhados. Mas não foi assim.

No meio do rio, a maré mudou. Não conseguimos controlar o barco na corrente rápida. A entrada de água se agravou. Vovô veio até a beira do rio e nos viu bater esbaforidos com o remo quebrado, freneticamente baldeando água com a lata velha. Não havia maneira de vovô chegar até nós. Por fim, conseguimos voltar à terra. Nossos braços doíam, estávamos cansadíssimos e muito assustados.

Vovô em silêncio nos ajudou a escalar a barranca do rio. Sabíamos que estava zangado e preocupado conosco. Depois de recebermos uma carraspana apropriada, rumamos para casa.

Vovô se desfez do velho barco e nunca mais falamos nele depois daquela dia. Ele sabia que tínhamos aprendido uma lição, da maneira mais difícil. Por certo nunca mais tentamos algo parecido. A realmente que essa foi a última vez que deixei de obedecer ao meu avô.

Existem muitas maneiras de aprender a insensatez da desobediência a leis justas e sábias. Algumas lições vêm com naturalidade quando amadurecemos e aprendemos a distinguir mais claramente entre o certo e o errado. Algumas lições são duras e umas magoam mais do que outras. Ignorar as leis ou violar a fé que os outros depositam em nós, acarreta graves conseqüências. Nossa segurança, nosso bem-estar, nossa, felicidade e auto-respeito apenas se concretizam mediante a consciente manutenção da lei e da confiança. Esse fato é verdadeiro em nosso relacionamento com as leis de Deus, mais do que em qualquer outro ponto.

Na Ciência Cristã, Deus se revela como a Mente onisciente, o Princípio perfeito e o Amor infinito. A Ciência Cristã também ensina que o universo criado por Deus, inclusive o homem, é inteiramente espiritual. O universo que Ele criou, inclusive o homem, é totalmente governado pelas leis divinas.

Essa verdade do ser torna-se aparente mediante nossa oração e nosso crescimento em graça. Nosso sentido espiritual informa-nos que realmente não somos mortais nem materiais. A identidade real — tanto a sua como a minha — é imortal e permanentemente boa. As leis de Deus que governam a existência não são leis de sorte, não são leis físicas limitadas, nem tirânicas, nem ocasionais, nem proscritivas. Pelo contrário, são leis espirituais que sustentam a ordem, a alegria, a saúde e a paz universal. São leis que governam em perfeita harmonia cada ação e função do ser do homem. São leis sábias, justas e compassivas.

De início a fim a Bíblia, com sua Palavra inspirada, revela o poder das leis de Deus em ação na vida de homens e mulheres honestos e humildes. O livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, traz à luz o fundamento espiritual dessas leis e mostra sua aplicação prática à vida humana hoje em dia. Em Ciência e Saúde, a autora, a Sra. Eddy, fala em Deus como a Alma, e escreve: “O homem é harmonioso quando governado pela Alma. Daí a importância de se compreender a verdade do ser, que revela as leis da existência espiritual.” Ciência e Saúde, p. 273.

Quando aumenta a nossa compreensão espiritual de Deus e de Sua criação, constatamos que as leis de Deus realmente envolvem nossa vida aqui e agora. Não estão distantes da experiência humana. Trazem regeneração espiritual, progresso e domínio.

Cristo Jesus foi o homem que melhor cumpriu a lei divina. Foi também o maior sanador. Ensinava e curava com autoridade, a autoridade da lei de Deus. A lei que Jesus punha em prática é lei que exige a continuidade do bem e estabelece a inteireza perfeita como a realidade do ser do homem. Jesus percebia esse bem e essa inteireza mesmo quando confrontado pelas mais desesperadoras circunstâncias. Curou cegueira, paralisia, lepra, febre loucura e “toda sorte de doenças e enfermidades” Mateus 4:23.. E ajudou o pecador a levantar-se acima do nível do pecado.

Talvez nos tenhamos encontrado diante de uma difícil provação que nos forçou a recorrer a Deus. Ou talvez tenhamos despertado para ver que nossa vida não foi de estrita obediência à lei de Deus, quer por ignorância quer por voluntariosidade. Ou talvez tenhamos captado um vislumbre suficientemente claro da verdade da realidade divina para perceber, do fundo do coração, que aquilo que mais desejamos é compreender e seguir a orientação de Deus e o que Ele deseja para nós. Contudo, seja como for que nos encontremos face a face com a lei de Deus, veremos nessa lei o maior amor que se pode imaginar e a maior misericórdia, ternura e graça. No Novo Testamento acha-se proclamada a promessa de Deus a Seus filhos: “Esta é a aliança que farei com eles, depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei nos seus corações as minhas leis, e sobre as suas mentes as inscreverei. ... Também de nenhum modo me lembrarei dos seus pecados e das suas iniqüidades, para sempre.” Hebreus 10:16, 17. Na lei de Deus existe sempre cura, pois a cura e a redenção são os efeitos da lei de Deus a envolver a humanidade toda.

Cada um de nós precisa encontrar-se face a face com essa lei. Quanto melhor é vir a conhecer deliberadamente essa lei divina, mediante oração e progresso espiritual, em vez de sermos forçados a confrontar-nos com suas exigências como resultado de pecado ou desobediência. Não temos de ser pegos na corrente veloz das tentações do mundo que nos afastam da bondade divina e da obediência a Deus. As leis de Deus permanecem eternas, compreensíveis, práticas e demonstráveis. Afinal, a promessa é que elas estarão inscritas em nosso coração e impressas em nossa mente.

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