“Estou deprimida,” confidenciou a jovem sentada a meu lado no aeroporto. “Estou hoje deixando minha cidade natal e levando comigo tudo o que possuo. Pelo menos creio que tenho um emprego à minha espera,” suspirou, “mas realmente não tenho nenhuma esperança de que algo de bom aconteça. Estou deprimida há sete anos, por isso penso que nada vai mudar.”
Fiquei com muita pena. E lhe perguntei, discretamente: “Você acredita em Deus?” “Claro que sim!” “Acredita que Deus é bom?” “Acredito!” “Acredita que Deus criou o mal?” “De jeito nenhum!” “Então, por que não tem esperança de receber o bem? Por que não tem esperança de ser feliz?”
Eu lhe disse que temos o direito de contar sempre com o bem porque Deus é o bem eterno; Ele é tanto o Pai quanto a Mãe de todos nós; Deus nunca criou filhos sujeitos à depressão, e nunca foi de Sua vontade que sejamos privados da felicidade. À medida que aceitamos essas verdades espirituais, e percebemos que são verdade, ficamos aptos a comprová-las.
A Sra. Eddy diz: “Mantém o pensamento firme nas coisas duradouras, boas e verdadeiras e farás com que elas se concretizem na tua vida, na proporção em que ocuparem teus pensamentos.” Ciência e Saúde, p. 261.
“Pense, por exemplo, na alegria,” disse eu à minha nova amiga. “A alegria é uma qualidade espiritual, que tem origem em Deus. Sendo Deus onipresente, a alegria está sempre presente, mesmo quando não a percebemos. Podemos nos ‘manter firmes’ na alegria, não como um exercício superficial de pensamento positivo, mas através de uma compreensão de que nosso verdadeiro ser, como descendência de Deus, é inseparável de Deus e da alegria que Ele concede.”
Contei uma experiência de minha filha, que ilustra esse ponto. Minha filha e outra jovem estavam na Europa em viagem de negócios, quando recebi um telefonema dela. Disse-me que sua carteira fora roubada enquanto fazia compras e que já tinha comunicado o fato a sua empresa e lá estavam cuidando de todos os detalhes necessários e até iriam reembolsá-la do dinheiro roubado. “Então, por que você está me telefonando?” perguntei.
“Porque parece que toda a nossa viagem ficou simplesmente estragada. Susana estava cuidando de minha bolsa quando aconteceu o roubo, por isso se sente responsável e está desconsolada.”
“A mim me parece que a única coisa que lhes foi roubada foi a alegria!” Não ignorei o problema, mas percebi que o que ela mais necessitava era confiar na bondade de Deus e demonstrá-la nessa ocasião, como já o fizera no passado. Minha filha então percebeu que essa era uma oportunidade nova de provar a presença sanadora do Amor divino.
Na manhã seguinte, recebi outro telefonema do exterior. Desta vez, de um caro amigo da Inglaterra. Suas primeiras palavras foram: “Tenho a carteira de sua filha! Onde está ela?” Verifiquei o roteiro e descobri que ela estava a menos de dois quilômetros do lugar onde morava nosso amigo.
Aí ele explicou que a carteira tinha sido encontrada num parque, intacta, contendo tudo, exceto o dinheiro, e fora entregue a um banco. Dali, a carteira fora remetida à polícia. Esta encontrou dentro dela uma anotação que eu fizera do nome e número telefônico de meu amigo, para o caso de minha filha ter a oportunidade de chamá-lo.
Para alguns, pode parecer ingênuo, ante doenças físicas graves ou desafios de ordem mundial, falar da bondade de Deus e de nosso direito de ser feliz. Contudo, esta não é apenas uma aprazível filosofia. A Ciência Cristã se mostrou eficaz em curar até os mais graves problemas físicos e morais, há mais de um século. Não está baseada na crença cega, mas na compreensão da supremacia absoluta de Deus e da natureza verdadeira do homem como Seu abençoado descendente espiritual.
Pode haver momentos em que o pecado esteja nos fazendo vergar sob seu peso, minando nossa alegria. Se esse é o caso, necessitamos enfrentar o pecado e afastar-nos dele. Não podemos fingir simplesmente que o pecado não existe e ainda assim reivindicar nosso direito à alegria. Precisamos viver em harmonia com a lei divina.
Cristo Jesus revelou a seus discípulos: “Outra vez vos verei; o vosso coração se alegrará, e a vossa alegria ninguém poderá tirar.” João 16:22. A alegria que é legitimamente nossa não nos pode ser tirada, pois provém de Deus. Como nossa vida ilustra nossa adoração do Deus único, temos todas as razões para reivindicar nosso direito à alegria — e desfrutar dela!
