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Incluamos o mundo todo em nossas orações

Da edição de abril de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Eu costumava pensar que não precisava orar pelo mundo. Não é que eu não quisesse fazer a minha parte. Nem que duvidasse do poder da oração. Era simplesmente por pensar que tinha suficientes problemas meus a serem resolvidos primeiro.

Com o tempo, porém, percebi que realmente não podia elaborar minha própria salvação enquanto me afastasse dos outros. Afinal, elaborar nossa própria salvação é, em parte, adquirir uma perspectiva mais altruística, mais universal. Com efeito, aprendi que volver-nos a Deus a favor de outras pessoas não paralisa em absoluto o nosso próprio progresso espiritual. Pelo contrário, promove esse progresso. Assim diz a Bíblia: “Mudou o Senhor a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e deu-lhe o dobro de tudo o que antes possuíra.” Jó 42:10. Isso não significava que eu teria de cessar de orar para mim mesma. Apenas precisava cessar de orar exclusivamente para mim mesma.

Eu também estava consciente, no entanto, de que se quisesse tornar eficazes os meus esforços no sentido de ajudar, estes teriam de ser reforçados por um compromisso sincero de regenerar minha própria vida. Sem esse compromisso, minhas melhores intenções nunca alcançariam êxito.

Orar todos os dias, em nosso próprio benefício, é de importância vital. Ninguém pode fazer isso por nós. Temos a obrigação de recordar com nitidez, em nosso próprio benefício e em benefício do mundo todo, diariamente e não só de vez em quando, quem somos em verdade: o filho espiritual e impecável de Deus. (O estudo inspirado da Bíblia revela que, de fato, assim é.) Mediante essa identificação espiritual, começamos a abandonar o ponto de vista material, limitado, a nosso respeito e a respeito dos outros. Adquirimos a capacidade de demonstrar, mediante a cura do pecado e da doença, que o homem não é uma personalidade efêmera e mortal, composta de carne e osso, mas sim a imaculada idéia do Espírito. Essa oração diária é indispensável ao progresso espiritual individual, mas nunca deve ser deixada no vácuo do mero interesse próprio.

À medida que crescemos a um ponto mais adiantado do que o mero tentar assegurar nosso próprio pequeno mundo, nossas orações tendem a ser mais eficazes. Por quê? Porque essas orações não se inclinam tanto a ser uma tentativa vã de extrair de Deus uma bênção pessoal e privilegiada. Motivada pelo amor altruísta, a oração amadurece, chegando a um ponto mais elevado, um ponto de compreensão e demonstração do Cristo universal, da Verdade, a favor de toda a humanidade.

A verdade ideal vivida por Cristo Jesus ilustra a identidade espiritual do homem, e inclui cada um de nós. O homem de Deus é puro e santo, está eternamente unido com o Amor divino e acha-se separado da carne. O mal, no entanto, por não fazer parte de Deus, não faz parte de ninguém. Não é propriedade de um homem ou de uma mulher, de uma nação, uma cultura, ou raça. Quer os males pareçam ter proporções pessoais ou globais, são, em cada instância, apenas fases diversas de um conceito errôneo sobre a vida, um conceito que diz ser a vida material, algo separado do Espírito, Deus. Mas esse conceito errôneo não passa daquilo que os mortais acreditam. Não é um fato. A Vida é Deus, e Deus é Tudo. A compreensão completa desse fato anula as crenças mortais que pretendem nos impor limitações.

É neste ponto que entra a nossa responsabilidade para com a humanidade. No livro Ciência e Saúde, a Sra. Eddy explica a base em que podemos cumprir com êxito essa responsabilidade: “O Cientista Cristão alistou-se para minorar o mal, a moléstia e a morte; e os vencerá por compreender que nada são, e que Deus, o bem, é Tudo.” Ciência e Saúde, p. 450.

Toda cura obtida por meios espirituais demonstra a realidade prática da totalidade de Deus, não apenas para nosso próprio benefício, mas para o bem de todo o mundo. O resultado é nova inspiração, quando buscamos a cura de qualquer tipo de discórdia em nossa vida. Devemos reconhecer que as verdades espirituais de que nos conscientizamos, aplicam-se igualmente a cada um de nós e a todos. Não é preciso dar menos atenção legítima aos nossos próprios problemas, mas o ato altruístico de receber o mundo todo no coração de nossa oração, enriquece essa oração com o ímpeto curativo e revitalizante do Amor divino. Nosso trabalho vai além da letra e adquire nova vida mediante o espírito do Cristo.

Por outro lado, se oramos especificamente a respeito de um problema do mundo — por exemplo, a guerra ou a injustiça — é importante que nos examinemos com honestidade. Estaremos inadvertidamente cedendo ao conflito numa base individual, por vivermos acossados por diferentes formas de temor? Decidamo-nos a tomar posição contra qualquer tipo de intimidação, compreendendo que todo verdadeiro poder pertence a Deus, o bem. “Melhorai cada oportunidade de vencer o pecado mediante vossa própria perfeição,” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 249. aconselha a Sra. Eddy. Se nossas orações em prol da humanidade levam-nos a perscrutar o nosso próprio coração e se elas realmente nos modificam de alguma forma, podemos dizer que o trabalho está sendo bem feito e não está sendo feito em vão.

Às vezes, diante de um de nossos próprios problemas, parece que nossa maior necessidade é resolvê-lo rapidamente e seguir vivendo nossa própria vida. As lutas individuais, porém, são talvez o microcosmo de agitações mundiais, uma espécie de eco de um imenso clamor por ajuda. Se abordamos a solução a partir de um ponto estritamente pessoal, perdemos a oportunidade de atender a esse pedido e de ajudar a levar a cura espiritual a alguma necessidade do mundo.

Por certo, há momentos em que nos sentimos sobrecarregados por dificuldades de ordem mais grave, e talvez nos pareça impossível ajudar os outros, muito menos o mundo. Mas talvez seja exatamente isso o que se faz necessário para alcançar a cura.

Por exemplo: uma noite enquanto me achava fora da cidade a serviço, eu estava apreensiva e não conseguia dormir. Havia sido um dia cansativo, não me sentia bem e toda vez que me lembrava da pesada agenda do dia seguinte, sentia-me ainda pior. Em meu mundo não havia muita paz naquela noite. Também parecia não haver muita paz no resto do mundo. Embora meu problema não se pudesse comparar com o que estava acontecendo no Oriente Médio ou na África do Sul, se nesse momento eu não conseguia ver quase nada além da minha própria batalha, não estava em condições nem sequer de preocupar-me com outra coisa.

Por isso, deixando o mundo de lado, tentei dar um tratamento para mim mesma. Mas não obtive resultado. Voltei-me a Deus, procurando sentir o consolo costumeiro de Sua graça sanadora. Orei. Tentei seguir a advertência das Escrituras: “Reconcilia-te, pois, com ele [Deus], e tem paz.” Jó 22:21. Ainda assim eu me sentia muito mal.

Aí, no meio de tudo isso, veio o pensamento de incluir o mundo todo em minha oração por paz. Isso me surpreendeu, mas orei pelo mundo. Reconheci que Deus, o Pai e Mãe de todos, preserva eternamente a harmonia de cada um dos Seus filhos. Dei graças porque Deus é Amor universal e porque ninguém está excluído de Seu cuidado e proteção. Já não estava pensando muito em mim mesma. E adivinhem o que aconteceu. Comecei a me acalmar. Tive uma sensação tangível de paz espiritual. Adormeci e despertei no dia seguinte, revigorada e cheia de reverência.

Obviamente, a tensão e as guerras no mundo não desapareceram aquela noite. Eu, porém, estava mudada. Estava no caminho de amar e servir a humanidade de maneira mais completa. E isso, assim me parece, deve ter feito alguma pequena diferença sobre a terra.

A humanidade necessita desesperadamente da luz que o leitor irradia mediante uma vida purificada. Necessita de suas orações. O leitor não precisa ter resolvido todos os seus problemas, para poder ajudar o mundo. Precisa apenas estar disposto a alargar diariamente as fronteiras de sua oração. Ao orar para que o mundo seja curado, estará ajudando a si mesmo. Ao vencer o pecado e a doença em si próprio, estará ajudando a humanidade.

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