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O homem merece apreço

Da edição de abril de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Expressar apreço pelo homem é uma ação que traz cura. Não se baseia em sentimentos mortais que tenhamos ou não por outrem, mas na compreensão espiritual. Quando divinamente inspirado, esse apreço faz com que percebamos e aceitemos a natureza dada por Deus ao homem. É preciso abandonar todo conceito mortal sobre nosso próximo, que porventura estejamos entretendo. A identidade do homem, sua constituição, é espiritual e boa. Essa natureza ideal, a própria expressão de Deus, não tem mácula. Não inclui altos e baixos emocionais ou aberrações de personalidades materiais. Para amar corretamente e para curar, temos de nutrir nossa compreensão, aliás, nossa aceitação, dessa identidade espiritual.

Não era isso que o Mestre, Cristo Jesus, fazia? Por exemplo, quando a multidão armada veio para levá-lo ao sumo sacerdote, na noite anterior à crucificação, o discípulo Pedro, com a espada, cortou a orelha do servo do sumo sacerdote. Ora, Jesus de imediato curou o homem! A ação de Pedro pode parecer lógica para o raciocínio mortal litigioso. Pareceria até que ele tinha razão de sentir-se indignado ou justificado. Mas essas são qualidades destrutivas, não curam, ao passo que a ação de Jesus era sempre curar. Ele não se sentia ameaçado pelos atos ou palavras dos outros. O que acalentava no pensamento? Devem ter sido fatos espirituais. Quando mantemos esses fatos na consciência, estes nos impelem à ação correta.

O livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, dá orientação clara àquele que esteja buscando reconhecer e entender Deus e o homem. Nele, a Sra. Eddy declara: “O homem é o reflexo de Deus e não necessita de aprimoramento, mas é sempre belo e completo.” Ciência e Saúde, p. 527. Com que freqüência temos apreço por esse ideal do verdadeiro homem? Amar esse ideal é seguir Cristo Jesus em seu ministério de cura.

O Salmista diz: “Porque o Senhor é o Deus supremo, e o grande rei acima de todos os deuses. Nas suas mãos estão as profundezas da terra, e as alturas dos montes lhe pertencem. ... Ele é o nosso Deus, e nós povo do seu pasto, e ovelhas de sua mão.” Salmos 95:3, 4, 7. Ao expressar apreço pelo homem, apreciamos também a unidade de Deus com Sua criação, Sua totalidade, Seu cuidado todo-envolvente de Sua semelhança. E o homem é a semelhança de Deus.

Temos de reconhecer o relacionamento imutável do homem com o Pai, que é o bem infinito. O relacionamento primordial do homem é sua unidade com Deus, o criador. Essa relação é santa e satisfaz. Nada ímpio pode tocá-la. A força desse elo dura para sempre. De modo algum pode ser diminuída ou chegar ao ponto de ruptura. Acaso temos apreço por essa relação? louvamos sua invulnerabilidade? reconhecemos que nenhuma discórdia pode interferir na unidade do homem com o bem? Não há autodestruição em Deus e nenhum relacionamento destrutivo pertence a Ele ou à Sua semelhança, o homem. Nem teorias médicas, nem crenças psicológicas podem ser prejudiciais ao homem espiritual. Comprovamos sua impotência, quando reconhecemos a presença e a onipotência de Deus. Assim, a insensibilidade, a doença e o sofrimento não podem apegar-se a Deus ou ao homem.

Para trazer essas verdades à luz, é necessário compreender que não há uma contrafação do homem, que possa ser tanto boa como má. Jesus nos diz: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um, e amar ao outro; ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” Mateus 6:24. Não poderíamos também nós dizer que não podemos apreciar a ambos? Se apreciamos a identidade material, negamos a expressão espiritual de Deus, de Sua própria natureza. Ora, sem dúvida podemos apreciar o bem, a sabedoria, a ternura, a força e a alegria que vemos nos outros, se reconhecemos ser Deus o originador dessas qualidades. O homem não é a fonte pessoal do bem ou do mal. O homem reflete a bondade de Deus. E é nossa escolha reconhecer e apreciar essa natureza do homem, dada, inspirada e sustentada por Deus.

Há motivo então para achar que o homem, ou um homem, deva ser temido ou evitado? Será que o homem tem uma mente separada de Deus, capaz de dar origem ao mal e de perpetuá-lo? A Sra. Eddy declara: “A única resposta correta à pergunta: ‘Quem é o autor do mal?’ é a declaração científica de que o mal é irreal; que Deus fez tudo o que foi feito, mas Ele nunca fez o pecado ou a doença, seja um erro da mente, seja do corpo.” Christian Healing, p. 9. Só há um poder governante que tem autoridade: Deus, o bem, que é Mente. E só há uma Mente. O homem não possui mente separada, nem há um sortimento de mentes: uma mente emocional, uma mente manipulativa, uma mente não comunicativa. O homem expressa a natureza criativa de Deus, não é destrutivo nem destrutível. A idéia de Deus é completamente espiritual. Nunca pode ser adotada pela mortalidade e nunca foi imbuída dum ego interesseiro. A única consciência do homem provém de sua unidade com a Mente, como reflexo de Deus.

Expressar apreço para com o homem, porém, jamais significa que toleremos uma mentira ou mal, sob qualquer forma. Quando apreciamos a individualidade real do homem, não deixamos de repreender o pecado. Um título marginal à página 29 de Ciência e Saúde diz: “Luta cristã.” Nesse parágrafo, encontramos os seguintes requisitos: “Os cristãos têm de pegar em armas contra o erro, em casa e fora de casa. Têm de lutar contra o pecado em si mesmos e nos outros, e continuar essa batalha até que tenham completado sua carreira. Se guardarem a fé, terão a coroa do regozijo.” Sem dúvida, temos de negar que o mal tenha poder sobre quem quer que seja. O mal não é uma presença que possa, à sua vontade, entrar nas pessoas. É uma mentira, que pretenderia negar a totalidade e a bondade de Deus. Temos de repreender a vingança, a violência, a maldade e o sensualismo, temos de negar-lhes lugar, poder e capacidade de apegarem-se a uma pessoa. Nutrir a individualidade espiritual do homem é científico. É viver e amar a Verdade eterna. Ao fazê-lo, comprovamos, cada vez mais, que a individualidade do homem inclui paz, saúde, amor e realização.

Ter apreço pelo homem, de modo correto, baseia-se na Ciência divina e não no humanismo. O pensamento humanista focaliza a atenção num ideal humano de perfeição. Mas a perfeição genuína, o bem ilimitado, encontra-se apenas na infinidade da bondade de Deus, Sua luz, Sua alegria, e tudo isso se manifesta no homem. Deixar o pensamento fixar-se numa personalidade material, boa ou má, é deter-se numa ilusão, numa contrafação. Não é Ciência, portanto, não contribui para a cura. Mas quando apreciamos intensamente a natureza espiritual genuína do homem, nosso pensamento se transforma mediante o Cristo, eleva-se àquela altitude de consciência onde ocorre a cura. Reconhecemos e expressamos, cada vez mais, nossa identidade verdadeira, por meios muito tangíveis.

Quando removemos as sombras mortais de nosso próprio pensamento com a luz da Verdade, vemos mais claramente que o homem é espiritual, perfeito, intocado. Esforçar-se para perceber a paz que sabemos estar em cada um, é seguir com constância a vereda da cura, é apreciar a idéia de Deus, e fazê-lo quantas vezes forem necessárias. Quantas vezes o Mestre disse que deveríamos perdoar nosso irmão? Ver Mateus 18:21, 22. E, se a situação exterior parece não mudar, não devemos duvidar, nem sentir-nos desanimados. Não é nossa responsabilidade pessoal mudar nosso próximo. As correntes sanadoras e silenciosas do Amor fluem sem obstruções, sem impedimentos, e com poder.

O homem é a expressão vibrante e radiante da Alma; a manifestação vital e forte do Espírito; a expressão alegre e amorosa do Amor. A identidade espiritual genuína não está escondida. Talvez tenhamos de escavar um pouco mais fundo, ser mais firmes em negar identidade ao mal, ser mais fiéis em ter apreço, aqui e agora, pela identidade do homem como reflexo de Deus. O homem de fato é amado e amável. Portanto, amemos o homem e estejamos alerta, constantes em seguir a vereda da cura.

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