Skip to main content Skip to search Skip to header Skip to footer

A criação: abundância ilimitável

Da edição de julho de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


No fim da primavera, em certa tarde, quando terminava os afazeres na lavoura que meu sócio e eu mantemos, notei nuvens ameaçadoras e relâmpagos a leste do horizonte. Normalmente, eu iria direto para casa, mas, justamente naquela tarde, senti-me impelido a permanecer na plantação a fim de cuidar do milho e protegê-lo. Cerca de meia hora depois, um forte temporal de granizo colocava em perigo a nossa plantação de milho, que estava então com uns doze centímetros de altura.

Em situações similares, parece indiscutível que a matéria tenha tudo a ver com a criação, e que Deus, a Mente divina, quase nada. No entanto, Deus é o único Pai e criador de tudo. Diz o relato bíblico: “No princípio criou Deus os céus e a terra.” Gênesis 1:1. E: “Todas as cousas foram feitas por intermédio dele, e sem ele nada do que foi feito se fez.” João 1:3.

O que Deus criou ainda está em ação a cada instante, aqui e agora; e essa criação é, além disso, abundante. Se reivindicarmos nossa habilidade de aceitar esse fato espiritual, nada pode impedir que essa criação se evidencie em nossa experiência.

Posso afirmar definitivamente que, durante toda aquela chuva de granizo, não me senti desamparado em momento algum. Eu sabia que Deus havia de me mostrar o que eu realmente precisava ver naquela situação.

Na minha oração, rejeitei a sugestão de haver vida ou inteligência à parte de Deus. Afirmei especificamente que não existe nenhuma força maligna capaz de se opor à vontade e ao amor de Deus. Mas parecia que, quanto mais fervorosas as minhas preces, mais intenso o granizo se tornava. Em determinado momento, as pedras que caíam eram do tamanho de uma noz, e a terra estava quase totalmente coberta de branco.

Procurei perceber, de todo o coração, algo mais daquilo que Deus me iria revelar. Veio-me ao pensamento: “cantar hinos.” E cantei! As primeiras palavras de que me lembrei foram as de um poema de Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss): “Gentil presença, gozo, paz, poder.” Hinário da Ciência Cristã, n° 207. Enquanto cantava esses mesmos versos, conscientizei-me de que somente a presença de Deus estava realmente no campo, ali mesmo onde o granizo se estava amontoando. Senti grande alívio com essa verdade vinda diretamente de Deus. O temporal cessou, e exultei! Eu estava muito agradecido porque o granizo tinha parado, mas a minha gratidão era ainda maior porque me sentira tão próximo a Deus.

O milho tinha sido desbastado dos doze centímetros para apenas três. O granizo dizimou os nove centímetros da parte de cima. Com mais um minuto ou dois de granizo, nada teria sobrado do milharal!

Umas cinco semanas depois, tive outra inspiração relacionada com a mesma lavoura. É preciso considerar que o período de tempo em referência é de intensa atividade. Ceifamos o trigo, cercamos o milho com terra, abrimos valas de irrigação, colocamos os tubos de irrigação, cuidamos dos motores de bombas e executamos grande variedade de outros serviços. Naturalmente tudo isso tem de ser feito com a máxima rapidez possível, a fim de suprir o milho da água de que tanto necessita para dar bom rendimento na colheita. Numa situação dessas, os sintomas de intensa pressão e premência de tempo podem parecer bastante agressivos. Além disso, eu assumira o compromisso de assistir à minha associação de estudantes de Ciência Cristã, dentro de uma semana, o que me afastaria da lavoura.

Enquanto abria uma vala de irrigação para outra lavoura, eu trabalhava na parte de cima daquela plantação que tinha sido quase arrasada havia umas cinco semanas. Fiquei sensibilizado com a beleza da plantação recuperada. Tão visivelmente vicejava, que qualquer pensamento de más conseqüências era totalmente descabido. O Espírito, a Alma, mostrava-me que nada ali havia, senão a abundância a expressar-se no reino de Deus, o reino das idéias espirituais, as quais incluem o homem criado na Sua semelhança. Foi graças a essa compreensão que o meu trabalho resultou abençoado. Sabendo que a verdade satisfaz a toda necessidade humana, fiquei convicto de que não faltaria água para a plantação, de que eu teria tempo para realizar as minhas tarefas na lavoura e o tempo necessário para comparecer à minha associação; e tornou-se-me bem claro que todos os aspectos da minha vida estavam incluídos nessa mesma abundância! Quando desta última parte da inspiração, eu sabia com absoluta certeza que tais pensamentos provinham de Deus, e tomei consciência de Seu poderoso amor para comigo.

Alguns dias depois, caiu uma chuva, de uns sete a oito centímetros, que encharcou a terra beneficiando as plantas mais do que o poderia qualquer sistema de irrigação. Em virtude dessa chuva, pudemos desligar durante uma semana todos os nossos motores de bombeamento.

Logo em seguida me dei conta do que isso significava. Em razão da lição que eu aprendera dois dias antes, sobre suprimento, não pude deixar de louvar a Deus em alta voz. Não somente a minha ida à associação ficou bem mais fácil, mas também a chuva se tornou geral e cobriu quase todo o estado. Ela não havia sido prevista pelo serviço de meteorologia.

Quando regressei da minha reunião, percebi com ainda maior clareza que o Princípio divino estava no controle de tudo. Não um princípio frio, indiferente, como o da matemática, mas o único Princípio divino, constante, no exato sentido da palavra. Além da constância, porém, havia ainda, a respeito dele, ternura e benevolência. Comecei a perceber com maior nitidez que a Mente, o Espírito, faz desdobrar-se a criação, e aceitei com toda a minha alma esta verdade, alegrando-me com ela e desejando aprender mais a seu respeito.

A tarefa de irrigar o milho foi um prazer! Era uma alegria ter amor ao milho, que estava silenciosamente atestando a magnificência da glória de Deus. E não era tanto com o milho somente que eu me alegrava, e, sim, com a verdade espiritual acerca de toda a criação, verdade que me ficava cada vez mais aparente. Eu estava entendendo que Deus é Mente, a desenvolver toda a Sua criação, e que Deus é o Princípio que mantém essa criação. Uma vez que Deus é Tudo, a abundância é a manifestação natural deste fato. Para mim, era como se aquele lugar fosse “terra santa” Êxodo 3:5..

Quanto aos resultados da produção do milho: Meu sócio e eu fomos sempre de opinião que um ano muito bom para nós é aquele em que nosso rendimento médio alcança nove toneladas e meia por hectare. Naquele ano em particular, nos quatrocentos hectares que plantamos, o rendimento médio foi de dez toneladas e meia por hectare.

Mas houve duas áreas distintas que produziram de modo ainda mais notável. A plantação que foi atingida pela chuva de pedras, aquela plantação rendeu onze toneladas e duzentos quilos por hectare. A outra plantação na qual estive, quando me veio a inspiração de que Deus, a Mente, desdobrara a criação, aquela área deu um rendimento de onze toneladas e novecentos quilos por hectare.

A Mente, Deus é refletida continuamente, formando inumeráveis idéias; e essas idéias reproduzem a atividade divina da criação. Elas nada criam de si mesmas, nem se reproduzem na matéria; o que vemos dá somente indícios, em modos que podemos entender, da criação de Deus à maneira do Espírito, criação essa que não tem fim e é abundante.

Eis um caso em que uma plantação foi quase totalmente destruída pelo granizo e ainda assim chegou a render onze toneladas e duzentos quilos por hectare. O fato é que Deus cria em abundância, como sempre criou. E, à medida que Lhe obedecemos e confiamos nEle, coisíssima nenhuma, nem enchente, nem seca, nem mesmo uma chuva de pedra, pode ocultar de nossa vista a prova dos Seus feitos.

Verdadeiramente, na atmosfera do Amor divino, Espírito divino, não há destruidor algum, não há tempestades. Tudo é completamente bom. É nessa atmosfera que todos realmente vivemos. Deus constantemente cria o bem em abundância e proporciona o bem para todos nós. A Sra. Eddy escreve: “A criação está sempre se manifestando e tem de continuar a manifestar-se eternamente, por causa da natureza de sua fonte inesgotável. O sentido mortal inverte esse aparecimento e diz que as idéias são materiais. Assim mal interpretada, a idéia divina parece cair ao nível de uma crença humana ou material, chamada homem mortal. Mas a semente está dentro de si mesma, só na proporção em que a Mente divina é Tudo e reproduz tudo — na proporção em que a Mente é a multiplicadora, e a idéia infinita da Mente, o homem e o universo, é o produto. A única inteligência ou substância de um pensamento, de uma semente, ou de uma flor, é Deus, seu criador.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, pp. 507–508.

Não é possível que passemos por qualquer tipo de carência, quando percebemos e compreendemos que Deus é o único criador. Suponho ser isso apenas uma fração daquilo que Cristo Jesus sabia quando alimentou os cinco mil.

Semelhante reconhecimento deve ter efeito curativo em áreas do mundo atingidas pela fome, tais como a Etiópia. Deus tem o mesmo amor para com todos os Seus filhos. Transformado em fartura o quadro de aparente prejuízo da plantação, ficou invertida a mentira de que, de algum modo, se possa impor a qualquer agricultor um fardo injusto de carência. A carência não faz parte do que realmente acontece. A fartura que Deus proporciona estende-se a todos, como o expressa o autor de Provérbios, ao dizer: “A bênção do Senhor enriquece, e com ela não traz desgosto.” Prov. 10:22.

O Princípio que mantém a ordem e a justiça não pode ser posto de lado, com o propósito de impedir aquilo que necessariamente precisa vir à tona, através da demonstração, bem ali onde houver necessidade. Os mantimentos que são produzidos devem abençoar a todos os participantes, tanto o agricultor que os produz como o povo que precisa de alimento. Isso está de acordo com o Princípio, o Amor. A Sra. Eddy escreve: “Na Ciência divina, o homem é sustentado por Deus, o Princípio divino do ser. A terra, por ordem de Deus, produz o alimento para uso do homem.” Ciência e Saúde, p. 530.

Outras curas têm ocorrido e certamente continuarão a ocorrer, como resultado da verdade revelada na colheita farta do ano passado. Não há limitação para aquilo que Deus faz. Nada pode obstruir a Sua criação, e esta existe em abundância!

Para conhecer mais conteúdo como este, convidamos você a se inscrever para receber as notificações semanais do Arauto. Você receberá artigos, gravações em áudio e anúncios diretamente via WhatsApp ou e-mail.

Inscreva-se

Mais nesta edição / julho de 1988

A missão dO Arauto da Ciência Cristã 

“...anunciar a atividade e disponibilidade universal da Verdade...”

                                                                                        Mary Baker Eddy

Conheça melhor o Arauto e sua missão.