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O que Jesus pensava da matéria

Da edição de julho de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Um jovem marinheiro tomou parte no primeiro curso de Ciência CristãChristian Science (kris’tiann sai’ennss) de todos os tempos, realizado em 1871. Ver Robert Peel, Mary Baker Eddy: The Years of Discovery (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1966), p. 247. Seus motivos não eram necessariamente os melhores, e sua devoção aos assuntos espirituais não era grande coisa.

Ele se matriculara nesse curso a pedido de sua irmã. Após algumas aulas, no entanto, curou uma menina de hidropisia. Ficou tão assustado que abandonou o curso! Aparentemente, sua capacidade momentânea de curar, com base na verdade espiritual, resultara de sua receptividade ao ensino inspirado de Mary Baker Eddy.

A princípio, esse tipo de cura pode parecer no mínimo inconcebível ou perturbador para a mente humana. Compreender um ponto fundamental porém, a respeito da matéria, nos ajuda a desenvolver a convicção mais forte de que é realmente possível e natural seguir a ordem de Cristo Jesus: “Curai enfermos.” Mateus 10:8.

Não é acaso a confiança impensada na matéria, o que nos faz tomar posição vacilante e claudicante com respeito à cura? Pensamos a respeito de um estado material do corpo, por exemplo, e talvez duvidemos que possa ser modificado, porque parece tão real e substancial. Contudo, o problema reside mais na convicção do que no estado do corpo.

Por que tanta devoção à matéria? A final, esse conceito sobre a matéria não significa fidelidade profunda, de coração. Baseia-se inteiramente na evidência e nas ações dos sentidos físicos. Por que confiar tão implicitamente no que esses sentidos nos dizem a respeito da realidade e tratá-los com tanta deferência? Por que obedecer ao que nega tão completamente Deus, o Espírito, e Lhe desobedece? Por que valorizar tanto o que os sentidos têm a dizer, quando sabemos para onde levam suas conclusões relacionadas com a doença e a morte?

A Sra. Eddy não era ingênua. Sabia muito bem até que ponto os sentidos físicos pretendem ter autoridade e a matéria pretende ser a própria substância e a lei da vida. Ela fez, porém, uma descoberta espiritual que mudou total e irresistivelmente seu modo de ver. Ela aprendeu que Deus, o Espírito, é a única substância e a Vida real do homem. Então compreendeu a validade dessa descoberta a evidenciar-se em sua habilidade de curar e nas curas feitas por milhares de seus alunos.

Como cristãos, nós nos voltamos para o Mestre e perguntamos: que pensava Jesus a respeito da matéria? A resposta seria: não atribuía grande valor à matéria. É evidente que para Cristo Jesus as condições da matéria não definiam a realidade. O que Deus lhe revelava acerca do reino dos céus, de Seu amor como o Pai do homem, era muito mais impressionante para Jesus do que aquilo que os sentidos físicos apresentavam, quer esses sentidos descrevessem uma tempestade, ou cinco mil pessoas que não tinham o que comer, ou um homem aleijado havia trinta e oito anos.

Conforme o indica a Ciência Cristã, Jesus revelou à humanidade, por meio de seus atos de cura, que a matéria não tem vida, substância nem inteligência. A Ciência Cristã ensina que, se aceitarmos esse ponto de vista a respeito da matéria e nos empenharmos por compreender a totalidade do Espírito divino, estaremos dando pequeninos passos no sentido de aprender o que Jesus conhecia.

Então, por que devemos considerar a matéria algo substancial, com que precisamos contender mediante oração? Não, francamente, é importante não dar essa consideração à matéria. No Glossário de Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras de autoria da Sra. Eddy, há uma descrição que nos ajuda a considerar a matéria com maior compreensão. Afirma que a matéria é: “...aquilo de que a Mente imortal não toma conhecimento; aquilo que a mente mortal vê, sente, ouve, prova e cheira apenas segundo a sua crença”.Ciência e Saúde, p. 591.

É a nossa impressão de viver na matéria, que tanto tem a ver com o medo. Quantas vezes um novo e poderoso vislumbre que alguém teve de sua natureza espiritual e de Deus como sendo sua Vida, afastou o medo. A pessoa passou a ter convicção de sua segurança e de sua cura, muito antes de haver evidência material que indicasse motivo de esperança. A nova compreensão de como as coisas realmente são, a compreensão acerca do Espírito, Deus, como o fato mais essencial do ser, fez mudar totalmente a perspectiva das coisas. É assim que, com efeito, recebemos o toque sanador do Cristo e o amparo que o Cristo oferece.

Não há nada que negue mais fortemente a verdadeira natureza do homem à imagem e semelhança de Deus, do que a impressão de viver na matéria e como matéria. Contudo, vemos que a matéria de si mesma não pode expressar essa negação. Tem de ser a mente carnal ou mortal a conceber-se como matéria, o que nega a presença de Deus. (Isso nos indica a verdade cristã fundamental de que é necessária a regeneração espiritual, se quisermos algum dia encontrar o caminho que conduz para fora da ilusão de vida material.)

A Sra. Eddy explica em Ciência e Saúde: “Nega a existência da matéria, e poderás destruir a crença em condições materiais. Quando o medo desaparecer, o fundamento da doença já não existirá. Uma vez que o médico mental creia na realidade da matéria, estará propenso a admitir também a realidade de todas as condições discordantes e isso o impedirá de destruí-las.” Ibid., pp. 368–69.

Será demasiado difícil não acreditar que o homem é material? De acordo com o sentido não-inspirado das coisas, é difícil, mas na realidade, não, não é difícil. Qualquer sentimento de amor genuíno começa a romper o argumento de que o homem é apenas matéria. (O que amamos uns nos outros não é matéria, por certo, mas qualidades: inteligência, alegria e amor. Quando amamos, temos certeza de qual é a nossa essência e isso nos coloca no rumo de um maior aprendizado acerca do que é a nossa verdadeira substância.) O esforço contínuo e sincero de seguir o Cristo é a única coisa que pode sustentar essa inspiração que cura.

Não é preciso pensar que somos materiais. Não é imperativo e esse não é o método do Mestre. Aceitemos mais como fato o que Jesus fez e o que a Ciência Cristã está se empenhando em nos mostrar. Algumas frases de Isaías descrevem algo do novo sentimento que resulta dessa atitude: “A areia esbraseada se transformará em lagos, e a terra sedenta em mananciais de águas; onde outrora viviam os chacais crescerá a erva com canas e juncos.” Isaías 35:7.

Algo maravilhoso entra na vida humana quando começamos a perceber que o homem não é material, mas é o que esperamos que seja e intuitivamente sabíamos que é: espiritual, sustentado e expressado pelo Espírito e Mente que é Deus.

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