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Como posso ficar à escuta?

Da edição de julho de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Para escutar temos de estar quietos. O Salmista deu voz à declaração de Deus e cantou: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus.” Salmos 46:10. A simples leitura dessa mensagem nos transmite a sensação de quietude. Quando estamos quietos, quando acalmamos nossos pensamentos e sentimentos, quando nos retiramos da turbulência e do clamor, podemos mais facilmente volver nossos pensamentos para a presença de Deus. Quando conseguimos essa quietude necessária, aprendemos a ficar à escuta e ouvimos a voz do Cristo.

Embora Cristo, a Verdade, esteja sempre presente na consciência humana, precisamos aprender a escutar atentamente, de maneira a poder ouvir, compreender a verdade espiritual sobre nós mesmos e o mundo à nossa volta. Em meio a qualquer problema humano, seja ele depressão, doença, dor, solidão ou medo, podemos manter-nos quietos e ficar atentos ao fato espiritual específico, do qual necessitamos para produzir a cura da situação discordante.

Verifiquei que, até mesmo quando não sabia como escutar, ou a que dar ouvidos, se eu me volvesse a Deus de todo o coração, ouviria claramente Sua mensagem angelical. Há alguns anos, estudei medicina. Uma noite, enquanto trabalhava num hospital, fiquei muito doente e levaram-me para o leito, como paciente. A cada dia que passava, eu parecia piorar e ficava ainda mais temerosa pela minha vida.

Um sábado senti-me tão mal que cheguei a pensar que estava morrendo. Quando notei que estava perdendo a consciência, pensei, com horror, que havia passado toda a minha vida sem achar Deus. Pouco antes de perder a consciência, meu empenho em chegar a saber o que era Deus, tornara-se absolutamente a tarefa mais importante da minha vida.

Quando recuperei os sentidos, fiquei surpresa de estar viva. Meu estado, porém, continuava a piorar, e eu me consumia de medo e desalento. Desesperada dirigi-me a Deus, embora não soubesse como ou onde Ele estava, ou o que Deus era, e Lhe pedi que me ajudasse.

Subitamente lembrei-me de que eu havia freqüentado a Escola Dominical durante dois anos, numa igreja da Ciência Cristã, quando ainda bem pequena. Não se praticava Ciência Cristã em minha casa e eu não me lembrava de coisa alguma sobre a Ciência, exceto que os Cientistas Cristãos acreditam que as pessoas podem ser curadas mediante a oração. Eu também sabia que havia pessoas denominadas praticistas da Ciência Cristã, as quais oram pelos doentes. Imediatamente resolvi sair do hospital e procurar essa ajuda. Eu sabia, sem a menor dúvida, que era exatamente isso o que eu devia fazer.

Assinei um formulário isentando a direção médica de toda e qualquer responsabilidade pelo meu bem-estar. Meu marido, que concordou com minha decisão, levou-me para casa. Achou o número do telefone da igreja local na lista telefônica e fez a ligação. Embora fosse domingo de tarde, atenderam o telefone. O homem disse a meu marido que fosse à Sala de Leitura, que estava fechada a essa hora, mas ele lha abriria. Na Sala de Leitura meu marido comprou o Christian Science Journal onde lhe foi mostrada a lista de praticistas.

Meu marido então trouxe-me o Journal, achei o nome dos praticistas que moravam em nossa cidade, e telefonei a um deles. O amor e a confiança na capacidade de Deus para me curar, que essa praticista expressou, fizeram diminuir de imediato meu medo. Comecei a estudar a Bíblia e as obras da Sra. Eddy, tanto de dia quanto de noite.

Durante longo tempo tive a impressão de que estava lendo apenas palavras que eu não compreendia. E duvidava de que algum dia as chegasse a entender. A paciência da praticista, suas orações inabaláveis e seu ânimo, no entanto, ajudaram-me a prosseguir. Hoje percebo que durante todo esse tempo eu estava aprendendo a orar, a acalmar-me e a escutar. A Sra. Eddy diz em Ciência e Saúde: “Para orar com acerto, temos de entrar no quarto e fechar a porta. Temos de cerrar os lábios e impor silêncio aos sentidos materiais. No tranqüilo santuário das aspirações sinceras, precisamos negar o pecado e afirmar que Deus é Tudo.” Ciência e Saúde, p. 15.

O antigo hábito, que eu precisava descartar, era a curiosidade de examinar os sintomas físicos a fim de verificar o progresso que estava fazendo. Um dia, no entanto, li a definição de carne em Ciência e Saúde: “Um erro da crença física; uma suposição de que a vida, a substância e a inteligência estejam na matéria; uma ilusão; uma crença de que a matéria tenha sensação”.Ibid., p. 586. Pensei sobre esse conceito durante longo tempo e concluí: “Se isso é verdade, então ficar observando continuamente os sintomas físicos nunca há de me levar à verdade espiritual que cura. Não posso continuar confiando na matéria se vou depender da Ciência Cristã para conseguir a cura.”

A essa altura, eu estava realmente começando a escutar, e recordei o que tinha aprendido de física, isto é, que até mesmo no cenário humano o que eu via não era necessariamente o que estava acontecendo. Por exemplo, as ilusões de ótica sugerem que uma linha num desenho é mais comprida do que outra, muito embora as duas sejam iguais.

Raciocinei assim: do ponto de vista da Ciência, a ilusão de solidez física talvez pareça real; mas isso não quer dizer que de fato é real. Aí aceitei a definição de carne contida em Ciência e Saúde. Pois então, qual é a solução? Raciocinei: Como mudar o que estou vendo? Veio a resposta diretamente do Amor: Confia em Deus! Compreenderás melhor mais tarde. Decidi seguir esse conselho e acabar com o engodo de examinar a condição da minha ilusão específica sobre a doença. Foi aí que realmente entreguei meu caso a Deus.

Alguns dias mais tarde, levantei-me da cama e fui à igreja com a praticista. Em breve comecei a compreender melhor a Ciência Cristã. A escuta tornou-se mais fácil. Durante esse tempo, vivi com o poema da Sra. Eddy: “ ‘Apascenta minhas ovelhas’ ”. As linhas abaixo foram especialmente cheias de significado para mim:

Tua voz escutarei
Para não errar;
Pela senda rude irei,
Sempre a cantar.Hinário da Ciência Cristã, n° 304.

Ao repetir essas lindas palavras e ponderar seu significado durante dias inteiros, minha capacidade de prestar atenção à voz de Deus melhorou. Nesse processo desenvolvi profunda gratidão a esta religião e à sua Fundadora, a Sra. Eddy, e meu medo diminuiu muito. Embora eu ainda não compreendesse muitos conceitos básicos da Ciência Cristã, percebi que não estava estudando uma religião comum, mas um modo de viver junto a Deus, tal como Cristo Jesus deve ter vivido. Minha cura veio gradualmente, mas dentro de alguns meses manifestou-se, completa e permanente.

Essa cura é um ponto de referência ao qual eu volto sempre que o medo e a dúvida buscam influenciar-me no sentido de levar-me a crer que as ilusões possam ser substância sólida. Quanto prezo aquelas primeiras lições de como ficar à escuta! Hoje procuro ficar atento todos os dias e não me esqueço do que aprendi, quando me voltei a Deus de todo o meu coração: que minha atividade mais importante consiste em compreender meu vívido relacionamento com a Vida, a Verdade e o Amor. Agora sou capaz de orar com a maravilhosa sensação de compreender e amar a Deus, e isso aumenta diariamente graças ao estudo de Ciência Cristã. Nas palavras do Salmista: “Em Deus, cuja palavra eu exalto, neste Deus ponho a minha confiança e nada temerei. Que me pode fazer um mortal?” Salmos 56:4.

Estudar as lições bíblicas, No Livrete trimestral da Ciência Cristã. orar diariamente em benefício de nós mesmos, de nossas famílias, de nossa igreja, e do mundo,— é o que nos dá grande prática nesse ato de prestar atenção, que inevitavelmente nos leva a uma compreensão melhor de Cristo, a Verdade. À medida que nossa compreensão espiritual se desenvolve, nosso progresso fica assegurado. Esse é o único modo eficaz de sentir a presença divina do Amor e de saber que em verdade estamos vivendo no reino do céu.

Dar ouvidos diariamente contribui para que façamos esse esforço consciente por ouvir a voz da Verdade. Aí, quando temos de enfrentar um desafio, temos a capacidade de escutar e a persistência de ficar à escuta. Podemos seguir esta orientação dada em Ciência e Saúde: “Desvia o olhar do corpo para a Verdade e o Amor, o Princípio de toda felicidade, harmonia e imortalidade.” Persistamos com confiança até obter a vitória sobre as ilusões que pretendem impedir-nos de perceber a bondade de Deus. Continuando, Ciência e Saúde nos diz: “Mantém o pensamento firme nas coisas duradouras, boas e verdadeiras e farás com que elas se concretizem na tua vida, na proporção em que ocuparem teus pensamentos.” Ciência e Saúde, p. 261.

Dar ouvidos a Cristo, a Verdade, com expectativa e compreensão, contribui para que nos demos conta de quem em realidade somos como o homem criado por Deus, Sua semelhança espiritual, para sempre inseparável dos Seus cuidados. Quando assim fazemos, obtemos o domínio sobre as crenças ilusórias, materiais, que sugerem doença, dor, discórdia ou dano. É assim que debelamos a ilusão e vemos a substância espiritual do nosso ser. Quanto mais ficamos à escuta, tanto mais natural isso se torna para nós, e tanto menos provável é ficarmos confusos a ponto de não ver o bem devido às crenças materiais intrusas.

Em resumo: são três os elementos necessários para prestar atenção ao Cristo, a Verdade. Essa atenção resulta em compreensão, crescimento espiritual e cura. Elemento número um: temos de nos decidir a ficar à escuta. Essa é uma escolha consciente que de imediato nos leva a tomar partido pela Verdade. Dois: temos de persistir na escuta, sem nunca parar antes de alcançar a meta. Três: temos de ouvir com o sentido espiritual, a fim de nos conscientizarmos de que em verdade cada um de nós é a semelhança de Deus, a verdadeira expressão da Vida e do Amor perfeitos. Quando ficamos na escuta e diligentemente damos atenção à verdade a respeito de nós mesmos como filhos de Deus, podemos aspirar a constatar a cura na nossa vida.

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