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Organizações Universitárias da Ciência Cristã em Universidades e Faculdades

Como encontrar respostas, cura espiritual e maior amor pelos outros

Da edição de agosto de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


É quase praxe acadêmica dizer que a vida nas faculdades e universidades abala a fé naquilo em que se acreditava anteriormente, até mesmo a fé em Deus e na espiritualidade. Mas existem sinais animadores de que cada vez maior número de estudantes procuram respostas espirituais para os desafios decorrentes da instrução acadêmica superior. Em alguns casos o intelectualismo e o materialismo são postos à prova e verifica-se que são insuficientes.

O que é que as organizações universitárias da Ciência Cristã nas universidades e faculdades oferecem nesta época de fermentação espiritual? Serão locais onde você pode levantar questões sem timidez e encontrar respostas adequadas? Será que no seio das organizações universitárias da Ciência Cristã você encontra não apenas apoio mútuo, mas também o compromisso mais amplo de compreender e amar os restantes membros da comunidade acadêmica? Vejamos algumas experiências de atuais e antigos membros de organizações universitárias.

Cresci em Los Ângeles, mas durante toda a adolescência não conheci nenhum Cientista Cristão da minha idade. Não sabia como é que se portavam os jovens Cientistas Cristãos, se eram “normais”. Na escola secundária interrogava-me muitas vezes: “Como é que se pode ser bem comportado e ao mesmo tempo ser apreciado pelos colegas?” Sentia-me hesitante porque eu gostava de ser bem conceituado! (Não que eu o fosse!) Ao mesmo tempo, todos os domingos ia à Escola Dominical e lá falávamos sobre coisas espirituais, que eu muito amava, mas que eram como uma espécie de bofetada mental, por assim dizer.

A primeira vez que vi como outros jovens Cientistas Cristãos viviam, foi quando entrei na faculdade. Sua sinceridade e gentileza impressionaram-me vivamente. Eles se interessavam em resolver os mesmos problemas que eu procurava vencer, o que fez com que me sentisse muito bem. O medo que tinha de afirmar em público que era Cientista Cristão, foi curado.

Antes da reunião das organizações universitárias em Boston, em 1982, creio ter ouvido falar das organizações universitárias da Ciência Cristã uma ou duas vezes na Escola Dominical. Nem sequer sabia o que eram. Uma colega da minha faculdade e eu fomos a Boston. O grupo de nossa faculdade deixara de existir havia dois ou três anos. Depois dessa reunião concluímos que precisávamos de uma organização ativa da Ciência Cristã, pelo que, quando voltamos à faculdade, nós a reabrimos. Escolhíamos textos simples e reuníamo-nos semanalmente, com muita dedicação.

De início minha atitude era de quem queria preparar esse trabalho o mais depressa possível, e acabar logo. Mas à medida que me tornava receptiva e aprofundava as idéias espirituais, comecei a gostar mesmo dessa atividade. Além de ler a lição bíblica A lição bíblica é publicada no Livrete trimestral da Ciência Cristã. e freqüentar a igreja, até então não fizera nenhuma leitura profunda da Bíblia e de Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy. Na época dos exames, juntei trechos sobre Deus como Mente e inteligência, o que foi de muita utilidade.

Meu trabalho na organização universitária cedo me influenciou a fazer o Curso Primário de Ciência Cristã. Aliás, na minha viagem para ir fazer o curso tive uma importante cura física por meio da oração. Meu carro encrencou e tentei abrir a tampa do radiador, embora a motor estivesse quente. O líquido espirrou com força no meu rosto e em todo o corpo. Nos primeiros minutos, não enxergava nada. Dirigi-me ao restaurante da parada de caminhões onde estacionara, e perguntei se havia um lugar sossegado onde pudesse repousar. Indicaram-me um quartinho nos fundos e deram-me uma camisa para vestir. Ali orei em silêncio, e a dor logo diminuiu. Quando cheguei à cidade onde ia fazer o curso, pedi a meu professor que orasse por mim. Poucos dias depois não havia mais sinal das queimaduras.

Fui à reunião das organizações universitárias em 1985, pouco antes de entrar na faculdade. Eu nem sequer sabia o que era uma organização da Ciência Cristã, mas gostei do que ouvi. As pessoas estavam realmente a apoiar-nos, apoio que eu necessitava, pois ia freqüentar uma faculdade onde teria de obter bons resultados tanto na instrução acadêmica, como nas atividades vidades extracurriculares.

Para mim a Ciência Cristã era apenas um remédio para as ocasiões em que estava doente. Costumava pensar: “Se eu tiver um problema, tenho a Ciência Cristã.” Agora entendo que devo estudar a Ciência Cristã por amor à Ciência. Mesmo quando não tenho nenhum problema, estudo para aprender mais acerca de minha verdadeira identidade. Não quero que isto soe como um chavão. Falamos o tempo todo na necessidade de descobrir nossa verdadeira identidade, nosso ser espiritual. Mas foi isto o que realmente mais me ajudou. É algo que posso levar comigo, que constitui minha maneira de viver, e não apenas para as ocasiões em que tenho problemas, como quando tenho um exame final e fico muito nervosa.

Algumas pessoas perguntam porque é que a organização da Ciência Cristã se situa na universidade; não será ela um duplicado de uma igreja filial ativa?

Acho que servem propósitos diferentes, em níveis bem específicos.

Você se lembra de uma maneira específica em que a organização o ajudou?

Julio: Lembro que durante bastante tempo senti-me muito próximo do padrão moral da Ciência Cristã, mas quando fazia pós-graduação comecei a questioná-lo. Interroguei-me se ainda continuaria virgem aos quarenta e cinco anos, se não me casasse. Falo bem claramente porque foi isso o que eu pensei.

Eu sempre dissera a mim mesmo: “Você não vai cometer esses erros, porque você foi criado de maneira diferente e a Ciência Cristã sempre lhe deu o discernimento para saber em que consiste um relacionamento verdadeiro.” De repente, aquilo que eu considerava uma percepção sólida, não foi bastante firme, e caí. Isso causou-me muito sofrimento. Eu realmente não tinha a certeza de ser merecedor de voltar à Ciência Cristã, por ter pecado. Mas sacudi a poeira da roupa, e levantei-me. A filiação na organização ajudou-me a voltar a ficar de pé e partir dali para a frente.

Isso aconteceu graças ao amor e ao apoio dos membros?

Julio: E também graças à minha vontade em continuar a fazer um auto-exame, em crescer espiritualmente e em estar envolvido num grupo, numa organização que não exige que se seja “santo” para participar das reuniões. A organização da Ciência Cristã ajuda todo aquele que procura compreender sua verdadeira identidade espiritual. Foi isso que aconteceu comigo. A organização me protegeu depois de eu ter caído, e me amparou nos momentos mais duros. Mas creiam-me, eu realmente havia sofrido muito.

Eu tive de aprender algo sobre o enorme apoio que os membros da organização prestam uns aos outros. Quando me filiei pela primeira vez na organização universitária da Ciência Cristã, não tinha certeza do que é que se tratava. Eu apenas iniciava o estudo da Ciência Cristã e encarava a organização como um lugar a freqüentar depois de se ter aprendido bastante sobre a Ciência Cristã, como se freqüentar a organização significasse passar a fazer tudo certo. O ambiente do qual eu provinha e as experiências de vida que tivera, faziam com que eu não me sentisse à altura.

No penúltimo ou último ano da faculdade, passei por um desafio físico. Sintia-me esgotada. Como nosso número de membros ativos não era grande, minha filiação significava mais do que simples apoio metafísico; havia tarefas humanas a cumprir. Não me senti à vontade para explicar aos outros membros a razão pela qual não podia colaborar, e por isso desliguei-me até estar em condições de ajudar. Hoje entendo que teria sido bem melhor se tivesse compreendido o suficiente do propósito espiritual de uma organização da Ciência Cristã, para dar a saber que eu não estava bem, pelo que não podia assumir nenhum cargo, mas que sem dúvida precisava de amizade e apoio. Creio que essa experiência e o que dela aprendi, me ajudaram mais tarde a criar uma atmosfera mais cálida quando desempenhei o cargo de Leitora.

Você foi curada mediante seu estudo de Ciência Cristã?

Claro que fui. Quando me filiei de novo na organização, dei um testemunho sobre essa cura e sobre aquilo que havia aprendido, ou seja, que a organização universitária existe para apoiar e que a servimos na proporção em que demonstramos a Ciência Cristã em nossa vida. E de fato não é possível separar a participação da demonstração.

De que forma é que a organização da Ciência Cristã o ajudou nos estudos?

Julio: Na Universidade de Míchigan havia uma tremenda sensação de pressão que, estou certo, é comum a muitas outras. Mas era como uma mania, a de ter boas notas. A espiritualidade enfatizada nas reuniões da organização me reanimava e me dizia: “Espera aí; a vida consiste em muito mais do que simplesmente preparar-se academicamente. Existe a possibilidade de descobrir nossa verdadeira espiritualidade, e a superabundância dessa descoberta abençoará seu desempenho acadêmico.” Finalmente provei que podia estar livre da pressão e até recebi menção honrosa, embora tivesse começado sentindo-me muito fraco do ponto de vista acadêmico. Mas precisei trabalhar muito com a Ciência Cristã.

Sou conselheira acadêmica de calouros, membro da Sociedade Fidele, baliza no desfile de fim de ano e ao mesmo tempo estou me formando em ciências políticas e em rádio, televisão e filmagem, com ênfase na produção de material para televisão. Como sou bolsista, preciso manter uma média acima de nove. É um programa acadêmico que exige muito. Tenho que estudar cerca de seis horas por dia. No ano passado, na época do concurso para baliza, tive num período de duas semanas quatro provas e tive de ir a uma festa de gala. Precisei dividir meu tempo entre os estudos e os ensaios, e também preparar a leitura para a organização universitária da Ciência Cristã. Comecei a sentir-me muito sobrecarregada. Um dia, durante a reunião da organização, comecei a tossir sem parar enquanto lia. Então chorei porque me sentia muito perturbada. O outro membro da organização e eu simplesmente interrompemos a leitura para falar e orar sobre o caso. Recordamos todas as coisas maravilhosas que haviam acontecido conosco através do trabalho na organização e quão confortadora ela havia sido para nós durante todo o ano. Então compreendi que esse trabalho não era uma sobrecarga, mas sim uma bênção tremenda.

Quando estava no terceiro ano da faculdade havia um professor que realmente me desagradava. Não é que ele não soubesse a matéria. Ele sabia e muito. Tinha estudado nos Estados Unidos, vivera lá durante muitos anos e falava inglês perfeitamente, o que era muito bom para nós, que estamos nos esforçando para aprender inglês, só que ele tinha certo ar de superioridade. Sentia-me muito desanimada, pois nada do que eu redigia era de seu agrado.

No ano seguinte todos as colegas da minha classe procuraram ter aulas com outros professores porque ninguém queria ficar na dele. Quis fazer a mesma coisa, mas por causa de meu horário isso não foi possível. Percebi que não podia ficar nas aulas dele o ano todo e continuar a pensar dessa maneira. Por isso, comecei a estudar de novo qual é a identidade espiritual do verdadeiro homem.

Procurei mudar meu ponto de vista acerca de mim mesma, desse professor e de Deus. Digo isso porque me pareceu que estava esquecendo de pôr Deus em primeiro lugar. Li o que a Sra. Eddy diz em resposta à pergunta “O que é o homem?” O seguinte trecho me ajudou: “.. . é aquilo que não tem mente separada de Deus; aquilo que não tem uma só qualidade que não derive da Divindade; aquilo que não possui vida, inteligência, nem poder criador próprios, mas reflete espiritualmente tudo o que pertence a seu Criador.” Ciência e Saúde, p. 475. Isso se aplicava a mim e tambêm a ele. Quando me esforcei para viver de acordo com essa verdade, as coisas começaram a mudar. Tive de prestar exame final no curso em que ele era o professor e no começo eu estava bastante amedrontada. Mas passei no exame e ele disse-me: “Você melhorou muito, Susana.” Ele me chamou pelo nome. Nunca tinha feito isso. Ele dissera: “Você melhorou muito, Susana. Estou muito contente.”

No ano seguinte, ele foi novamente meu professor e na aula era muito atencioso. Antes eu o achava indelicado, e pensava que ele não se importava com ninguém.

Como é que você conseguiu ajudar os outros na universidade?

Denise: Uma das maneiras foi orar realmente pela comunidade da universidade que freqüentava, orar pelos desafios específicos enfrentados pelo pensamento predominante na universidade. Num certo semestre, por exemplo, o jornal da universidade estava repleto de notícias sobre depressão, sobretudo depressão e suicídio entre calouros. Na universidade em que eu estava, os dormitórios dos calouros tinham de dez a doze andares. Naquele semestre um calouro que se sentia só e sob muita pressão, subiu ao telhado e atirou-se. O sentimento quase parecia contagioso. De repente, o medo do suicídio, de que algum conhecido fosse o próximo, alastrou-se por todo o câmpus e trouxe à tona muitas das pressões que acometem os estudantes, em especial os que ainda não tinham título universitário. Enfrentavam a tensão devido aos estudos, a insistência dos companheiros em ter relações sexuais antes do casamento, em beber nas festas dos grêmios acadêmicos, e muitos outros problemas afins.

Bem no meio de tudo isso, os outros membros da organização e eu sentimos a necessidade de orar com serenidade sobre o assunto. Era preciso tratar especificamente todo pensamento erróneo contagioso, depressão e pressões, isolamento e solidão, medo de falhar. Já antes oráramos sobre questões de relacionamento na universidade e sabíamos que dessa oração resultaria progresso.

Os membros da organização eram poucos. Mas cada um orou de todo o coração para melhorar a atmosfera mental na universidade, invadida por medo e pânico, elevando-a a um sentimento calmo de que tudo estava sob controle, o controle de Deus. Na reunião de testemunhos seguinte lemos trechos que ajudavam a superar o medo e que mostravam que o homem é inseparável do Amor divino. Cada um de nós contou como orara e compartilhou passagens da Bíblia, das obras da Sra. Eddy e dos períodicos da Ciência Cristã que considerava mais úteis.

Pudemos vislumbrar o fato de que o homem é mantido para sempre em segurança e se acha imperturbado na Vida, Deus. Não é possível que o homem possa ser separado de Deus. Nós sabíamos que esse fato tinha de se manifestar humanamente em soluções que todo o câmpus pudesse reconhecer e pelas quais sentisse gratidão. Embora fôssemos apenas algumas pessoas orando em silêncio, sentíamos grande unidade de propósito com todo o meio acadêmico. Havia conselheiros especializados tentando ajudar os estudantes em crise, da melhor maneira que sabiam, e nós, de nossa parte, apoiávamos da maneira que sabíamos ser a mais eficaz.

Na semana após a nossa leitura, a companheira de quarto de uma de nossas colegas, admitiu que se sentira deprimida e pensara em suicídio. Essa Cientista Cristã estava preparada para compartilhar algumas das passagens da Bíblia que havíamos lido e estas ajudaram de forma significativa sua companheira de quarto. Ela simplesmente foi elevada acima da nuvem de depressão. No final do semestre, o pânico estava quase eliminado de toda a universidade.

Após algumas experiências como essa, percebi quanto o mundo necessita dos efeitos curativos de nossas orações. Orei para estar disposta a servir, não apenas a comunidade do câmpus, mas realmente servir, servir Deus, de todas as maneiras possíveis. Meu pensamento se abriu muito mais no sentido de compartilhar a Ciência Cristã com os novatos. Eu não andava por aí impondo-a às pessoas, mas passei a acalentar a idéia de que o homem realmente é receptivo e que é o Cristo que impele e que fala à consciência humana. Agora as oportunidades para compartilhar a Ciência Cristã surgem com naturalidade.

Mesmo que você comece a freqüentar uma organização universitária devido à sensação de precisar de companhia ou de ajuda nos exames, logo passa a desejar beneficiar a universidade e compreende que os outros também precisam ser nutridos e abençoados, quer participem das reuniões de sua organização, quer não.

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