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Seja um “conformista espiritual”

Da edição de agosto de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Haverá alguma ocasião em que a pressão do meio ambiente e a tendência de agir como todos os outros, pareçam predominar em nossas vidas? Se assim for, talvez seja tempo de nos tornarmos “conformistas espirituais”.

Mas o que é um conformista espiritual? Não será aquele que conforma seu pensamento e sua vida ao Espírito divino, Deus, em vez de a conformar aos padrões materialistas? Ser conformista espiritual é procurar escutar Deus, é orar e esforçar-se por confiar e obedecer ao Amor divino. O conformista espiritual procura expressar qualidades outorgadas por Deus, tais como: amor, paciência, alegria, paz, individualidade, mesmo quando pareça difícil fazê-lo.

Sim, mas como? Como expressar mais amor, alegria e paz em nossas vidas?

Cristo Jesus mostra-nos como. Seguir o Cristo significa seguir o exemplo dado por Jesus, ver o homem como filho de Deus, completo e perfeito. Jesus amou, curou, ressuscitou mortos. Seguiu a voz de Deus, orou, venceu o ódio, o ressentimento e o medo. Repreendeu corajosamente o orgulho pessoal. Jesus não se importava de ser ultrapassado por outros. Não se aborrecia nem tinha medo de ficar de fora. Agia sempre de conformidade com Deus e obedecia Suas leis. Jesus não permitia que outros o desviassem da senda da Verdade, nem se conformava com comportamentos materialistas. Obedecia a Deus constante e persistentemente. Seguia com constância e sem sombra de dúvidas a orientação divina, prestando permanente atenção às indicações de Deus. A verdadeira natureza e a vida de Jesus expuseram à luz o novo homem, uma visão espiritual da criação eterna de Deus e da bondade e propósito desse homem. E mais, Jesus ensinou-nos que podemos partilhar dessa mesma natureza perfeita e graça divina.

A Ciência Cristã encoraja-nos, ou melhor, permite-nos ter perspectiva mais ampla desse homem, nossa verdadeira identidade. A Ciência Cristã começa por identificar o Espírito, a Mente e a Alma como sinônimos de Deus e explica a natureza do homem a partir do fundamento de seu criador divino. O homem que o Espírito fez é sempre o reflexo completo e perfeito de Deus. Esse homem não necessita se fazer um com Deus, nem tem que acrescentar algo ao que Deus já fez, a fim de ser completo. Ele já existe em união com Deus, e já é completo. Mas esse fato espiritual tem que ser demonstrado, tem que se tornar para nós mais do que uma bela teoria ou algo que nos proporciona satisfação. Precisamos conformar nossos pensamentos e ações, nossas próprias vidas, a Deus, ser-Lhe obedientes e expressar nossa verdadeira natureza, Sua imagem.

Numa mensagem à Assembléia Anual da Igreja por ela fundada, a Sra. Eddy escreveu: “Quando um coração faminto pede pão ao divino Pai-Mãe Deus, não lhe é dada uma pedra, mas mais graça, obediência e amor. Se esse coração humilde e confiante pedir fielmente ao Amor divino que o alimente com o pão do céu, saúde, santidade, será conformado com a disposição de receber a resposta ao seu pedido.. . .” Miscellaneous Writings, p. 127.

Essa oração, essa petição humilde para expressar amor, alegria, confiança e inteireza, é respondida quando oramos com persistência, sinceridade e desejo de conformar nossas vidas a esse ideal espiritual. Permitam-me relatar a experiência de uma estudante universitária que aprendeu a ser conformista espiritual. Em determinada altura, ficou aborrecida pois achou que os colegas se adiantavam mais que ela, e estava a ficar para trás. Parecia-lhe que apenas os outros estudantes recebiam ajuda dos professores, que aliás lhe prestavam muito pouca atenção, pensava.

Embora minha amiga fosse Cientista Cristã há algum tempo, tentou superar essa situação por meios estritamente materiais. Primeiro passou a ignorar os colegas e a imitar os professores (o que a fazia sentir-se mais importante). Conformou-se em ser invejosa e cultivar a personalidade material, deixou de confiar em que Deus lhe mostrasse como melhorar seu trabalho. Mas o pior é que bem no fundo ela realmente começou a odiar, invejar e ter ciúmes de quem quer que realizasse algo mais do que ela. Conseqüentemente tornou-se indiferente, reservada, desleixada, além de sentir pouca confiança em si mesma. Os que haviam sido seus amigos, aqueles que seguira, imitara, admirara e respeitara, tornaram-se seus inimigos da noite para o dia, alvo de seu escárnio e ódio. Como cristã, sabia que esses sentimentos não eram corretos, mas não sabia como sair desse círculo vicioso.

Certa manhã, ao ler a lição-sermão do Livrete trimestral da Ciência Cristã, meditou na história do Jesus ressuscitado e dos discípulos, e sua refeição matinal na margem do Mar de Tiberíades. Quando Pedro perguntou, referindo-se a outro discípulo: “E quanto a este?” — depois de o Mestre lhe ter dito: “Apascenta as minhas ovelhas,” Jesus respondeu-lhe: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa? Quanto a ti, segue-me.” João 21:21, 22.

Ao ler essas palavras, minha amiga apercebeu-se repentinamente de que estivera expressando medo de ficar de fora, medo de não alcançar aquilo que merecia, medo de falhar, e, pior que tudo isso, medo de não ser escolhida. A resposta de Jesus à pergunta de Pedro fê-la compreender a necessidade de deixar de seguir e imitar outros e passar a seguir Cristo. Na Ciência Cristã aprendera que por ser espiriutualmente a imagem e semelhança de Deus, não apenas devia mas podia expressar mais amor, paz, bondade, confiança e sinceridade.

Começou então a amar mais, a apoiar-se em Deus, e a confiar no fato de que Ele dirigia seus passos. Apercebeu-se de que não necessitava ser favorecida por ninguém, não precisava imitar ninguém, mas podia expressar sua verdadeira natureza, seu ser tal como Deus a criara. Podia estar em conformidade com Deus, ser o reflexo de Deus. Abandonou, em seu pensar e agir, o hábito de considerar as pessoas como ídolos, de imitar e render culto à personalidade e substituiu essas faltas por qualidades como amor a Deus e ao homem da criação de Deus. Ao manifestar amor genuíno e ao agir com sinceridade, adorando somente ao verdadeiro Deus, aprendeu a conformar sua obediência a Deus, o Espírito, o Amor. Aí, ficou curada.

Minha amiga transformou seus “inimigos” em amigos. Esforçou-se se por ver cada um como Deus vê o homem que Ele cria, e passou a apreciar genuinamente os talentos individuais deles. Resumindo, começou realmente a seguir o exemplo de Jesus, expressando qualidades crísticas o melhor que sabia. O ciúme, a inveja e o ódio dissolveram-se. Deixou de ver os amigos como concorrentes. O medo de ser reprovada, medo à carência e à falta de talento desapareceu, e pela primeira vez no ano começou a ir bem nos estudos.

Também nós podemos aprender a ser conformistas assim como minha amiga, inconformados com falsos impulsos, ciúme, com a tendência a agir como os outros, inconformados com o ódio e o insucesso. Todos podemos crescer espiritualmente ao expressar as qualidades que Jesus expressava com tanta naturalidade. Podemos começar hoje mesmo a orar e aprender, passo a passo, a expressar essas qualidades divinas tão importantes em nossa vida. O medo ao insucesso, à perda, à carência e de não sermos escolhidos desaparecerá quando sinceramente vigiarmos nosso pensamento, expulsarmos dele idéias errôneas e orarmos por aprender mais de nossa relação com Deus. Torna-se natural conformar-nos aos caminhos e aos pensamentos do Amor divino, confiar em Deus para guiar e dirigir nossos passos, quando substituímos mediante a oração as sugestões agressivas de mal, ódio e desordem, pelo bem, por paz e harmonia.

Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy assevera: “Nosso Pai celestial, o Amor divino, exige que todos os homens sigam o exemplo do Mestre e seus apóstolos, e não lhe adorem meramente a personalidade.” Ciência e Saúde, p. 40. E bem podemos acrescentar: “Nem a personalidade de ninguém!” Todos podemos seguir o exemplo de Jesus. Todos podemos orar, curar, amar, repreender o materialismo, dissolver a inveja, escutar e obedecer a nosso Deus, resumindo, ser conformistas espirituais.

Se porventura também nós estivermos seguindo e adorando a personalidade de alguém, despertemos desse mesmerismo e voltemo-nos a Deus, orando para que Sua imagem se expresse em nós mais visivelmente. Aprendendo a acertar nossos passos com Deus, deixaremos de ter medo de ser esquecidos ou ficar de fora. Orando e escutando atentamente, conformar-nos-emos ao Espírito e não a personalidades humanas. Então expressaremos nossa verdadeira individualidade, nossas verdadeiras qualidades outorgadas por Deus.

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