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O que aprendi dos reflexos num lago

Da edição de agosto de 1988 dO Arauto da Ciência Cristã


Num belo dia de sol, fiz um passeio por um jardim muito bem planejado. Quando cheguei à beira do lago, notei um agrupamento de nenúfares debaixo de uma ponte ornamental. Dei a volta ao redor da ponte, a fim de observar melhor as flores, e olhei para a água. O sol brilhava muita, a superfície da água estava absolutamente calma, e para minha supresa, vi uma grande quantidade de nenúfares, duas vezes maior do que a do outro lado da ponte. Aí notei que estava vendo os nenúfares e seu próprio reflexo. Não que houvesse o dobro da quantidade de flores, mas a substância, a forma e o contorno dos nenúfares se refletiam na água, e eu estava a contemplar uma linda imagem refletida.

Esse episódio me fez lembrar a visão espiritual acerca do homem, apresentada na Bíblia no primeiro capítulo do Gênesis, onde lemos: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.” Nesse maravilhoso desenrolar da criação, vemos que Deus está a revelar Sua própria perfeição, pois mais adiante lemos: “Viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom.” Gênesis 1:27, 31.

A narração no Gênesis apresenta Deus, a Mente, como o criador supremo. Esse criador produz idéias, idéias que manifestam a substância, a vitalidade, a inteligência, a beleza, a grandiosidade que expressam a natureza de Deus. A Sra. Eddy com freqüência usa a palavra reflexo ao descrever o homem espiritual da criação divina. Em sua obra mais importante, Ciência e Saúde, ela explica: “A substância, a Vida, a inteligência, a Verdade e o Amor que constituem a Divindade são refletidos por Sua criação; e quando subordinarmos o falso testemunho dos sentidos corpóreos às verdades que a Ciência apresenta, veremos essa semelhança e esse reflexo verdadeiros em toda parte.” Ciência e Saúde, p. 516.

Aquilo que os olhos materiais vêem, é um engano, mas quando compreendemos que Deus é a única causa, e o homem a semelhança perfeita de Deus, discernimos algo mais da realidade da perfeição espiritual presente, ao nosso alcance.

Cristo Jesus referiu-se a si mesmo em termos de luz espiritual. Disse ele: “Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário, terá a luz da vida.” João 8:12. Aludia assim ao Cristo nele representado. Quando percorria as colinas e vales da Galiléia e da Judéia, a ensinar acerca do reino de Deus ao nosso alcance, as pessoas eram atraídas com naturalidade à Verdade, e as nuvens tenebrosas do medo, da doença e até mesmo da morte se dissipavam.

Assim como aqueles que seguiam a Jesus atendiam ao chamado do Cristo, assim podemos nós também encontrar o resplendor da Verdade, a iluminar nossa consciência quando oramos. É assim que ocorre a cura, pois é o Cristo o que cura. Às vezes é preciso exercer disciplina mental, a fim de desviar o olhar de alguma impressão equivocada que se apresenta como parte de nossa vivência, e é preciso permitir que a Verdade penetre as nuvens escuras do medo e da dor. Mas a compreensão mais profunda sobre o homem como o reflexo de Deus, como a expressão pura de Deus, alivia o fardo e produz a liberdade de que se necessita.

As curas realizadas por Cristo Jesus se efetuavam com naturalidade e sem esforço, e ele emitiu o seguinte convite à humanidade: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.” Mateus 11:28–30.

À medida que permitimos que nossa maneira de pensar e de viver se assemelhe mais de perto às qualidades crísticas que Jesus apresentava com tanta clareza, tais como mansidão, humildade e amor, verificaremos que estamos menos sobrecarregados e mais livres. Faz parte da natureza do homem ser a imagem da presença e da realidade tangível do bem.

Uma praticista da Ciência Cristã sentiu que se lhe iluminava o pensamento, ao ler um trecho do livro-texto da Ciência Cristã, em que a Sra. Eddy ilustra o que significa reflexo. O trecho diz: “Teu reflexo no espelho é tua própria imagem ou semelhança. Se levantas um peso, teu reflexo faz o mesmo.” A praticista ponderou sobre essa frase, e pensou: “Será que esse fardo é muito pesado para o reflexo? Ora, não deve pesar nada!” Esse trecho continua assim: “Compara agora o homem diante do espelho com seu Princípio divino, Deus. Denomina o espelho Ciência divina, e, o homem, denomina reflexo. Nota depois como, de acordo com a Ciência Cristã, o reflexo é fiel ao seu original. Tal como teu reflexo aparece no espelho, assim também tu, sendo espiritual, és o reflexo de Deus.” Ciência e Saúde, pp. 515–516.

A praticista pôs-se a pensar longamente sobre a dimensão tão profunda desse trecho. Sentiu-se inspirada pelo novo vislumbre que captara, de que a ação de refletir ocorre com naturalidade e sem esforço. Nesse momento, tocou o telefone e era uma amiga pedindo que lhe desse tratamento pele Ciência Cristã. A amiga estava fazendo um curso especial na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, durante o qual tinha de fazer longas caminhadas pelo campo. Estava muito apenada, pois na noite anterior, ao descer da calçada havia tropeçado e machucado o tornozelo. Havia passado a noite inteira com fortes dores, e o tornozelo estava muito inchado. Explicou que no dia seguinte tinha de fazer uma caminhada de mais de seis quilômetros. Disse também que estava falando de um telefone público, tinha usado as poucas fichas disponíveis e a comunicação logo seria interrompida. Depois de ouvir todo o relato, a praticista lhe disse com autoridade: “Não te esqueças de que o reflexo não carrega peso!” Nesse momento esgotou-se o tempo que as fichas permitem e a ligação foi cortada. A praticista continuou a orar para acalmar o medo da jovem e lhe aliviar a dor. Orou para compreender com mais clareza a lei que serve de base ao reflexo: Deus é a única causa e podemos vivenciar somente o efeito harmonioso dessa causa.

Quando a amiga telefonou na noite seguinte, sentia-se muito feliz. Disse que saíra da cabine telefônica completamente curada, livre da dor e da rigidez, e que pudera fazer a caminhada de seis quilômetros com pleno desembaraço, “louvando a Deus o tempo todo”.

A Sra. Eddy nos apresenta uma ilustração clara sobre o que é o reflexo: “Põe-te à beira do lago de águas límpidas, adormecido entre as margens verdejantes como esmeraldas, onde viça o chorão. Aí verás o céu refletido e o suave e glorioso fulgor da lua. Essa cena te comoverá o coração. Então, em oração silente, pede a Deus que te permita refletir a Deus, tornar-te Sua própria imagem e semelhança, o próprio reflexo calmo, claro e resplendente da glória do Cristo, a curar os doentes, a conduzir o pecador à reforma, e a ressuscitar à vida em Deus aqueles que estão espiritualmente enterrados em ofensas e pecados.” The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 150.

Que gloriosa incumbência! A oração profunda e humilde, feita todos os dias, nos permitirá lançar o olhar para além da perspectiva falsa e limitada apresentada pelos sentidos corpóreos, e nos certificaremos, cada vez com mais compreensão, de que o homem é o reflexo que manifesta eternamente a imagem da glória de Deus.

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