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A questão é: O que estamos testemunhando?

Da edição de setembro de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


Imagine-se numa das entradas do templo de Jerusalém, há cerca de dois mil anos. Está na hora da oração da tarde e as pessoas passam pelos grandes portões. Há muito ruído no ambiente, os burros zurrando, a gritaria dos vendedores ambulantes e o passo rápido de uma legião romana a ressoar pelas ruelas estreitas e emparedadas.

Um homem coxo está junto à porta, pedindo esmola a todos que entram. Dois homens se aproximam e imediatamente o mendigo se volta a eles, pedindo ajuda. Um deles diz ao coxo: "Olha para nós.. .. Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!" Atos 3:4, 6. Então, estendendo a mão, levanta o homem coxo e o põe de pé. Era a primeira vez na vida que o homem ficava de pé e andava!

Essa conhecida narrativa do livro de Atos talvez nos faça pensar: "Será que essa cura realizada por Pedro foi um milagre?" Talvez as curas descritas na Bíblia pareçam milagres. A Ciência Cristã afirma que os extraordinários acontecimentos relatados nas Escrituras realmente ocorreram, mas eram e são divinamente naturais, evidências da ação constante da lei divina, a lei de Deus.

Qualquer condição que não esteja de acordo com a lei da perfeição estabelecida por Deus, não faz parte real de Sua criação. Um milagre então é simplesmente um vislumbre, inspirado por Deus, da realidade perfeita e harmoniosa.

A coxeadura manifestada pelo mendigo não refletia a inteireza de um Deus perfeito. Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy, explica que: "Deus é o criador do homem, e como o Princípio divino do homem permanece perfeito, a idéia divina ou reflexo, o homem, permanece perfeito. O homem é a expressão do ser de Deus." Ciência e Saúde, p. 470. Mais adiante ela escreve: "O homem é idéia, a imagem, do Amor; não é físico. Ele é a idéia composta que expressa Deus e inclui todas as idéias corretas.. . ." Ibid., p. 475. Por isso, a verdadeira identidade do homem é semelhante a Deus.

O homem expressa o Espírito, Deus, pois o homem é a idéia composta que expressa Deus. Cada um de nós expressa as qualidades divinas de maneira peculiar. Os sentimentos de estarmos separados de Deus, sentimentos de estagnação, passividade ou falta de oportunidade, por exemplo, desaparecem à medida que nos tornamos mais conscientes de Deus como o bem onipotente e nos recusamos a ceder à sugestão de que o mal, sob qualquer forma, possa governar ou influenciar-nos. Deus está sempre conosco.

Como podemos demonstrar o ser espiritual, mesmo que o caminho pareça árduo? Só podemos demonstrar o que compreendemos de Deus. Demonstrar, todos os dias, um pouco do que entendemos de nossa relação com Deus, torna cada vez mais firme a base de onde atacar os problemas. Dois pontos a considerar são: que o mal tem apenas a aparência de realidade que lhe concedemos e que as qualidades espirituais vivenciadas constituem apoio. Esses pontos, combinados com o reconhecimento de que somos filhos de Deus, criados à Sua imagem e semelhança, nos dão a certeza da vitória. Paulo escreveu aos coríntios: "Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo." I Cor. 15:57.

Jesus é o exemplo ideal do homem como filho de Deus. Ele sempre manteve sua unidade com o Pai. Sua percepção clara acerca de Deus e do homem, como expressão de Deus, não fez dele apenas o representante mais alto e mais fiel de Deus, mas também o habilitou a ver os outros em sua verdadeira luz espiritual. A cegueira, a paralisia e a insanidade não podiam perdurar ante o claro reconhecimento que o Mestre tinha da lei divina e da união indestrutível entre Deus e o homem. Em vez de aceitar a doença e o pecado como realidade, ele sabia que a natureza dos filhos de Deus era espiritual, refletindo de modo total a visão, a atividade e a inteligência da Mente única, Deus.

Tal como o mendigo, todos nós de vez em quando parecemos tolhidos, ora pela doença, ora por dificuldades financeiras ou de relacionamento. Parece que somos mutilados pelo sentimento de estarmos fora da bondade e da proteção de Deus. Será que estamos sentados junto ao portão, contando nossos problemas aos passantes? Será que vemos o mundo passar e sentimos que ninguém nos ama e ninguém nos compreende? Mas o amor infinito de Deus elimina toda possibilidade de que o homem, "a expressão do ser de Deus", possa conhecer algo diferente da abundância do bem. E as oportunidades para provar que de fato somos essa expressão, estão à nossa disposição continuamente.

Certa vez machuquei a perna. A dor era tanta, que não conseguia andar e as pessoas que estavam ao meu redor ficaram preocupadas. Enquanto estava ali sentada, absorvendo toda aquela piedade bem-intencionada, veio-me ao pensamento o trecho: "Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor; eu sou Deus." Isaías 43:12. De repente, pensei: "O que estou testemunhando aqui? Será que a dor tem prioridade sobre a saúde? Será que existe sensação de dor no reino do Espírito? Se Deus é Amor e Verdade, certamente aquilo que Lhe é dessemelhante tem de ser inverídico.

Eu era testemunha da totalidade de Deus. Sabia que podia me volver à oração em busca de socorro, porque expressava a força, a liberdade e a alegria que Deus me dava. A cura não foi instantânea, mas atendo-me com firmeza à infinidade e à perfeição de Deus e do homem à Sua imagem, a perna rapidamente voltou ao normal.

Deus é onipotente e nada pode separar-nos de Seu amor e cuidado. Encontramos nossa verdadeira identidade à medida que compreendemos que Deus é a fonte de todo o bem. Essa identidade e esse bem são manifestados em nossa experiência diária, quando cedemos à vontade de Deus. Ao sermos receptivos ao Cristo, à Verdade, descobrimos que nos tornamos sanadores, em vez de mendigos.

O homem criado por Deus não pode ser mutilado por nada nem por ninguém. Toda vez que nos sentimos vitimados, podemos perguntar-nos: Estou sendo testemunha do quê? Estou me baseando no ponto de vista de um mortal mutilado pelas sugestões do mal ou estou me baseando no ponto de vista do homem como idéia divina coexistente com Deus?

O último verso da narrativa da Bíblia diz do homem coxo: "De um salto se pôs em pé, passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus." Atos 3:8. À medida que, dia a dia, aprendemos mais sobre nosso relacionamento com nosso Pai-Mãe Deus, nós também sentimos liberdade, alegria e gratidão.

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