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Compreenda o porquê

Da edição de setembro de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


Jamais poderia eu prever o efeito que essa aula da Escola Dominical da Ciência Cristã teria em minha vida, apesar de sentir que algo muito significativo estava ocorrendo entre os alunos, enquanto esperavam que começasse a aula.

Logo no início, contaram-me que um trágico acidente de carro ocorrera na região, na noite anterior, e desejavam saber como orar sobre esse tipo de coisa. Achavam que uma melhor compreensão acerca do que a Ciência Cristã ensina sobre acidentes, poderia auxiliálos a proporcionar conforto a outros e também serviria de proteção para eles. Que belo sentimento cristão havia nesses jovens Cientistas Cristãos!

Eu sabia que o Cristo, o espírito do Amor, responderia nossas perguntas. O pensamento espiritualmente preparado volve-se com confiança a Deus e obtém resposta. Ao orarmos, partindo da totalidade de Deus, a totalidade do bem, ou seja, a nulidade do mal, havíamos inúmeras vezes compreendido e comprovado que a doença e outros problemas são irreais. O mesmo pensamento inspirado em relação a acidentes nos conduziria a ouvir os amorosos e angelicais pensamentos de Deus. Essas idéias ocorrem-nos quando nos volvemos da clamorosa evidência material, para o quadro que sabemos ser espiritualmente verdadeiro. Esse posicionamento espiritual certamente proporciona o cuidado e a orientação necessários nas mais variadas circunstâncias.

Ao buscar resposta para as perguntas dos alunos, encontrei esta afirmação sobre acidentes no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, da Sra. Eddy: "Quando acontece um acidente, pensas ou exclamas: 'Machuquei-me!' Teu pensamento é mais poderoso do que tuas palavras, mais poderoso do que o próprio acidente, para tornar real o ferimento.

"Agora inverte o processo. Declara que não te machucaste e compreende a razão disso; verás que os bons efeitos que daí resultam, estarão em exata proporção à tua descrença em relação à física e à tua fidelidade para com a metafísica divina—à tua confiança em que Deus é Tudo, como as Escrituras declaram que Ele é." Ciência e Saúde, p. 397.

Agora estávamos prontos para começar a destruir a aparente realidade dos acidentes, vendo-os, não como realidade, mas como uma sugestão hipnótica de que o mal pode ser real, que pode usurpar o poder de Deus e perturbar Seu reino. Percebemos também a importância de governar nossos pensamentos e reivindicar nossa indentidade espiritual como filhos de Deus. Isso auxilia-nos a resistir à primeira sugestão da mente mortal, ou o mal: "Os acidentes podem acontecer."

Se não identificamos essa crença e não nos opomos completamente a ela, eliminando-a do pensamento pelo reconhecimento do poder absoluto de Deus e de nossa identidade invulnerável, a sugestão poderá se apresentar com mais audácia e de forma mais alarmante. "Um acidente está prestes a acontecer." Mesmo assim a verdade está à mão para silenciar a sugestão nesse estágio dos acontecimentos, como em qualquer outro estágio subseqüente, até mesmo quando formos tentados a acreditar que "um acidente está acontecendo!" Mesmo que a mente mortal venha a declarar que "houve um acidente, o que você vai fazer agora?", não estaremos fora do alcance do cuidado de Deus.

Ciência e Saúde declara: "Os acidentes são desconhecidos a Deus, a Mente imortal, e precisamos abandonar a base mortal da crença e unir-nos à Mente única, a fim de substituir a noção de acaso pelo conceito apropriado acerca da direção infalível de Deus, e assim trazer à luz a harmonia.

"Sob a Providência divina não pode haver acidentes, porquanto na perfeição não há lugar para a imperfeição." Ibid., p. 424.

Essa radical declaração do Cristo, a Verdade, e do seu profundo efeito sobre a consciência e vida humana mostra o que podemos fazer para que a harmonia se manifeste. Precisamos substituir a crença de acaso, probabilidade, descuido, inércia e impacto físico, pela lei divina que afirma que cada um de nós, como idéia de Deus, nunca pode estar separado de Sua benigna e eterna presença e de Seu poder absoluto.

Se os acidentes são desconhecidos da Mente, Deus, que tudo sabe, então nunca podem passar da categoria de sugestão para a de realidade. Jamais, em circunstância alguma! É evidente que levou mais tempo compreender esses fatos, do que relatá-los. Senti, porém, que todos estávamos mais bem preparados para demonstrar a verdade espiritual acerca de nossa segurança sob a lei de Deus e também mais aptos a auxiliar aos demais.

Um aluno ponderou, no entanto, que há ocasiões em que os acidentes são tão repentinos, que não temos tempo de pensar tudo isso. Talvez nem para afirmar uma verdade tão simples como "Deus é Amor." Enquanto orava em busca de uma resposta, deparei-me repetindo o seguinte versículo da Bíblia: "Não temas o pavor repentino," Prov. 3:25. pensando na palavra imediatamente.

Pesquisamos na Bíblia as curas realizadas por Cristo Jesus. Chegamos ao relato de uma tempestade no mar. Os discípulos haviam tomado um barco para irem a Cafarnaum, mas defrontaram-se com uma tempestade. Enquanto remavam, Jesus aproximou-se, andando sobre as águas. De início ficaram com medo, mas ele disse: "Sou eu. Não temais! Então eles, de bom grado o receberam, e logo o barco chegou ao seu destino." João 6:20, 21. Vimos que o Cristo sempre presente, ou o poder de Deus, por estar sempre disponível em nossa consciência, não precisa de tempo algum para nos alcançar e atender a nossa necessidade.

Destacamos outro ponto importante na história. Os discípulos "de bom grado, o receberam". Nós também precisávamos, de bom grado, receber e reter a compreensão acerca do Cristo que inspirara nossa troca de idéias na Escola Dominical. Nunca anteriormente eu tivera uma compreensão tão clara sobre a nulidade da crença em acidentes. Senti-me muito grato por isso.

Algum tempo depois, tive que pintar a parte externa de minha casa. Estava trabalhando em cima de uma escada, na altura do terceiro piso. Sentia-me intranqüilo e comecei a pensar sobre o que a classe havia aprendido naquela aula. Depois, passei para a frente da casa e coloquei a escada na varanda, que tem um piso de cerâmica e uma mureta de pedra. Quando estava no topo da escada e passei a pistola de tinta de uma mão para a outra, perdi momentaneamente o equilíbrio e a escada escorregou sobre a cerâmica. De repente a escada parou e a inércia de meu corpo jogou-me para trás. Comecei a cair de cabeça para baixo em direção ao piso de cerâmica ou à mureta de pedra.

O que aconteceu então, não pode ser relatado no tempo em que as coisas ocorreram. De início senti muito medo sobre o que poderia acontecer comigo. Depois senti medo por minha família. Que seria deles? Então aconteceu algo que só posso descrever como o vislumbre do Cristo em minha consciência. Nada de palavras. Apenas a libertação completa do medo da queda. Senti como se estivesse abraçado pelo Amor. Abri os braços para aquele amplexo. Não pensei em segurar-me em nada para evitar a queda. Estava com os olhos fechados e não tinha consciência de haver algo em que pudesse segurar-me. No entanto, senti que eu tocava em dois tubos paralelos que apóiam o toldo da varanda e minhas mãos prenderam-se com tal firmeza e precisão aos tubos, como se eu fosse um exímio acrobata, o que não sou. Voltei à posição ereta e meus pés pousaram no primeiro degrau da escada. Enquanto estava ali dependurado, meu filho mais moço veio correndo do jardim e perguntou: "Papai, você está bem?" Quando desci do degrau, ileso, eu disse com gratidão: "Sim, estou bem."

Alguém poderá argumentar que, em vista de estar familiarizado com os tubos, inconscientemente eu tentara alcançá-los. Esse fato, porém, não explica a experiência consciente da repentina libertação do medo e da sensação de estar caindo. Tampouco refuta o fato de que fui salvo, de forma humanamente compreensível, tendo em vista as circunstâncias. Por outro lado, não se pode negar que somente a direção do Amor divino poderia ter guiado minhas mãos, com tamanha precisão, a se apoiarem nos tubos no momento exato e feito com que sustentassem meu peso.

Especulações como essas continuaram a me deixar horrorizado, toda vez que me lembrava do acontecido, fazendo-me conjeturar sobre as terríveis conseqüências que estivera prestes a sofrer e das quais escapara. A cura não se completou até que me libertei de uma última argumentação da sugestão mental agressiva, que dizia que um acidente quase acontecera. Foi necessário oração persistente e constante consciência das verdades crísticas que haviamos compreendido na Escola Dominical, para libertar-me desse estado mental. Vi, então, que o mortal aterrorizado, que despencava rumo à destruição, existira apenas como sugestão mesmérica, irreal, desconhecida da Mente que tudo sabe. A imperfeição não pode existir na perfeição divina, que está sempre presente. Ao contrário do que parecera, eu não fora milagrosamente salvo de uma queda. O Cristo despertara-me de uma ilusão para a compreensão de minha condição indestrutível como idéia de Deus.

Esse acontecimento deixou de ser uma lembrança assustadora e transformou-se numa abençoada lembrança de que o Cristo, o poder de Deus, é imediato, sempre presente na consciência humana, revelando o homem como a imagem de Deus, a repousar eternamente em Seus braços, Seu poder.

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