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A reforma do pensamento melhora o corpo

Da edição de setembro de 1989 dO Arauto da Ciência Cristã


É provável que muito de nosso tempo seja ocupado com pensamentos apreensivos a respeito de doença e pecado. Mas será que agimos com presteza, no sentido de adotar aquela reforma na maneira de pensar, reforma que destrói a doença e o pecado? O arrependimento verdadeiro é o que necessitamos para abandonar o pensamento errôneo e encetar o caminho que leva à reforma e à cura física.

O ministério e os ensinamentos de Cristo Jesus expõem o poder de Deus para restaurar vidas e trazer cura e salvação. Cada uma das curas obtidas por intermédio da Ciência Cristã, baseia-se na reforma de pensamento e de vida. Em toda e qualquer situação, nosso conceito de homem necessita ser espiritualizado, reformado, isso mesmo, re-formado. Temos de ver com mais clareza que o homem, tal como a Bíblia o revela, é a imagem e semelhança de Deus e por isso possuímos habilidade proveniente de Deus para provar esse fato. O resultado inevitável e natural é a cura, pois esta é a conseqüência do crescimento espiritual.

Enquanto não ficar clara para nós a necessidade de reforma, estaremos sujeitos a uma variedade de sensações e impressões advindas do pecado e da doença, desde a mais vaga infelicidade, ao mais profundo desespero. Pensar que pouco ou nada podemos fazer a esse respeito, nada mais é do que uma percepção errônea de que a mudança necessária só pode ocorrer por meios humanos. Todavia, a partir do momento em que identificamos o problema que nos desafia, como oportunidade de compreender melhor a identidade do homem à semelhança de Deus, já estamos a caminho da reforma espiritual que cura.

Para conseguir essa reforma, uma coisa que o indivíduo tem de fazer, é decidir-se, em oração, a obedecer a Deus. Parece tão simples! É que, pelo desejo de ser obediente, se alcança o como ser obediente, como reformar nosso pensamento e nossas ações de forma a que estejam de acordo com a vontade de Deus. Não se trata de um exercício intelectual, mas sim da disciplina espiritual que reconhece a habilidade, concedida ao homem por Deus, de refletir a Deus.

Podemos, por exemplo, nos esforçar por expressar com mais constância as qualidades divinas como temperança, precisão, ordem, serenidade e alegria. Essas virtudes podem ser praticadas em qualquer faceta de nossa vida, pois não são limitadas pela idade, raça ou sexo de cada um, nem pela profissão ou localização geográfica. Como provêm de Deus, elas estão disponíveis em quantidade ilimitada. Por isso, a questão não é tanto resolver tornar-se um ser humano melhorado, um patrão mais compreensivo, uma dona de casa mais organizada ou um professor mais paciente, por melhores que essas decisões sejam. Trata-se, isso sim, de exercer conscientemente nosso direito divino de disciplinar espiritualmente nossos pensamentos e ações, alinhando-os com os fatos espirituais do ser e com o propósito de Deus para cada um de nós. Essa forma de conciliar nossas atividades de acordo com o que Deus quer, pondo de lado nossos próprios desejos, abre o caminho para recebermos o Cristo, a Verdade, em nossa vida. Não existe carreira nem profissão digna, que não seja abençoada pela atividade espiritualmente disciplinada de expressar o Cristo nas realizações humanas.

Um exemplo talvez ajude a entender melhor. Há alguns anos, eu estava bastante obesa. Tinha um filho de três anos e meu peso era igual ao do último mês de gravidez. No meu íntimo, as sensações variavam desde uma leve frustração por minha aparência, até a falta de esperança de algum dia recuperar o que eu considerava forma e tamanho normal.

Quando, por fim, me senti desanimada e sem esperança de que esse problema cedesse, pedi a uma praticista da Ciência Cristã que me ajudasse com a oração. Ela foi muito compassiva e sempre desviava meu pensamento do problema, dirigindo-o para Deus, insistindo para que eu expressasse plenamente e com mais fidelidade as qualidades espirituais que Deus reflete no homem. (De início, eu não estava certa do que isso queria dizer, mas logo ela se fez entender!)

Como imagem da Alma, outro nome para Deus na Ciência Cristã, eu já incluía em meu ser todas as qualidades e atributos necessários para representar Deus. Uma vez que essas qualidades são reais e substanciais, quanto mais claramente as expressasse, mais evidentes elas seriam em minha experiência. Quanto mais disciplina espiritual eu exercesse sobre meu pensamento, melhor eu expressaria minha verdadeira identidade. Ainda levei algum tempo para entender bem, mas pouco a pouco, comecei a ver que praticamente cada uma de minhas atividades diárias era uma oportunidade de expressar mais qualidades derivadas de Deus, tais como estabilidade, equilíbrio, alegria, ânimo, e assim por diante.

A medida que, com diligência, exercia essa disciplina espiritual, algumas coisas começaram a mudar de imediato. Minhas atividades diárias adquiriram maior propósito. Tornou-se-me cada vez mais natural iniciar o dia com a perspectiva de expressar qualidades espirituais, com liberdade e ímpeto recém descobertos. Tarefas que até aí haviam parecido árduas ou simplesmente servis, tornaram-se oportunidades de expressar os atributos da Alma, bem como de apreciar esses atributos nos outros. Tudo passou a ser feito com mais alegria e carinho. Meu pensamento passou a estar disponível para pensar e orar enquanto trabalhava.

Até aí não perdera nem sequer um quilo, mas algo maravilhoso estava a acontecer, a reforma total de meu pensamento. Comecei a ver todas as coisas sob uma nova luz. Nessa altura, a admoestação de Cristo Jesus para procurarmos primeiro o reino de Deus, foi muito encorajadora para mim. Ver Mateus 6:33. Também ponderava diariamente uma enérgica declaração de Ciência e Saúde, da Sra. Eddy: "A reforma vem pela compreensão de que não há prazer duradouro no mal e também quando se adquire afeição pelo bem, de acordo com a Ciência, a qual revela o fato imortal de que nem o prazer nem a dor, nem o apetite nem a paixão, podem existir ou originar-se na matéria, ao passo que a Mente divina pode destruir, e de fato destrói, as crenças errôneas de prazer, dor ou medo e todos os apetites pecaminosos da mente humana." Ciência e Saúde, p. 327.

Comecei a ver que minha verdadeira tarefa era pôr Deus em primeiro lugar, isto é, ser obediente e colocar Deus em primeiro lugar de modo completo, expressando minha natureza real feita à Sua semelhança. O pensamento, elevado e iluminado pela obediência e disciplina espiritual, torna-se inspirado, inteligente, puro. Os pensamentos pesados, opressivos, bem como os métodos ineficientes, desvanecem-se à medida que surge a realidade do verdadeiro eu do indivíduo.

Certa tarde, não muito tempo depois disso, tive uma conversa com um amigo, Cientista Cristão muito experiente, que partilhou comigo algumas idéias referentes às curas instantâneas realizadas por Cristo Jesus. Elas eram devidas, salientou meu amigo, ao fato de que o pensamento de Jesus refletia Deus com tanta pureza, que essa forma espiritualizada de pensar não incluía nem aceitava nenhuma das falsas crenças que se lhe apresentavam. Quando alguém o procurava em busca de cura, a consciência pura e espiritual de Jesus rejeitava toda pretensão que os sentidos espirituais ofereciam, fosse pecado, doença ou morte. E as pessoas ficavam curadas na mesma hora!

Após a conversa, pensei profundamente a esse respeito. Encontrei em Ciência e Saúde uma declaração que corroborou a idéia que meu amigo partilhara comigo. Constituiu, com efeito, o traço de união entre o que eu procurava pôr em prática em minha vida diária e o esforço que eu vinha fazendo de progredir no caminho da cura: "A consciência e a individualidade do homem espiritual são reflexos de Deus." Ibid., p. 336. Percebi que essa declaração era a base da minha convicção de que era certo eu alinhar toda minha atividade com Deus e expressar mais completamente a amplitude de Sua bondade. Compreendi que nenhuma crença nem circunstância material tinham poder para originar ou possuir substância e realidade, uma vez que "a consciência e a individualidade do homem espiritual são reflexos de Deus", isto é, são espirituais e perfeitas. Nenhuma condição material descreve o homem real, o homem de Deus, a imagem e semelhança da Alma. O conceito mortal e limitado do homem, com seus detalhes correlatos (idade, sexo, raça, profissão) não podem sequer esboçar a perfeição espiritual, a maravilha que é o homem criado por Deus. À medida que se inicia e prossegue a reforma do pensamento, somos elevados para fora da crença de estar sujeitos a qualquer forma de limitação. Discernimos com mais clareza nossa própria identidade espiritual (e a de todos os outros!)

Sim, meu peso diminuiu. A cura foi contínua e segura. Todos os dias traziam novas oportunidades de eu me identificar com a Alma e não com o corpo material. O que é que aconteceu? Passei a ter fome de compreensão espiritual e isso me afastou de muitas e muitas crenças falsas de vida na matéria e normalizou todas as minhas atividades, não apenas o ato de comer. Essa fome espiritual, em conjunto com o reconhecimento de minha identidade espiritual verdadeira, impeliume a abandonar a velha concepção limitada a meu próprio respeito.

A fome das coisas do Espírito traz estabilidade, paz e harmonia genuínas. Fortalece nosso esforço de expressar plenamente as qualidades que possibilitam a reforma. Somos sempre alimentados espiritualmente pela importância cada vez maior que atribuímos ao esforço de expressar nossa identidade real. Sem dúvida, é nisso que consiste o adquirir "afeição pelo bem", afeição por nossa identidade derivada de Deus, recebida d'Ele e por Ele sustentada. O reconhecimento de nossa identidade espiritual nos satisfaz como nenhuma outra coisa neste mundo. Essa percepção começa com o arrependimento, mas se completa com a reforma que vem pela obediência e disciplina expressas no pensamento, na oração, no amor e na vida.


Entrega o teu caminho ao Senhor,
confia nele,
e o mais ele fará.. . .
os que esperam no Senhor
possuirão a terra

Salmos 37:5, 9

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