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É possível recuperar-se de traumas do passado

Da edição de outubro de 1991 dO Arauto da Ciência Cristã


Se Parece Que nossa vida sofreu dano permanente devido a um acontecimento ou circunstância, podemos encontrar conforto no seguinte versículo da Bíblia: "... nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo."

Sempre há uma maneira espiritual de "livrar-nos" do choque emocional que inúmeras vezes se segue a uma lesão mental ou física. Não é necessário que o medo intenso deixe uma marca indelével, a ponto de não conseguirmos nos libertar por completo da lembrança do fato que causou o medo. O caminho para a recuperação existe.

Esse caminho consiste em nos aproximar de Deus. Compreendendo o que Deus sabe a nosso respeito como Sua criação, como "co-participantes da natureza divina," recuperamos nossa lucidez natural e nosso autodomínio. Essa compreensão liberta-nos "da corrupção das paixões que há no mundo," deixando-nos livres, moral e fisicamente.

A recuperação da paz interior e da liberdade de ação tem início com aquilo que compreendemos da natureza divina. Ao aceitarmos a verdade de que Deus, a inteligência perfeita, é isento de pecado e é eternamente imutável, abrimos o pensamento para o fato de que um Deus que tudo sabe, nosso Pai celestial, tem de ser também nossa verdadeira Mente, a consciência real do homem feito à semelhança perfeita de Deus. Essa consciência, sendo participante da natureza divina, expressa a irrepreensível Mente divina.

Temos de admitir que essa identidade do homem está muito distante do mortal corpóreo percebido pelos sentidos, que possui uma frágil capacidade de pensar e agir por si mesmo. Por outro lado, o fato espiritual de que o verdadeiro homem expressa a natureza inviolável de Deus e inclui perspicácia e atenção, não sendo, portanto, sujeito à deterioração e à decadência, é um ponto fundamental da Ciência Cristã. A Sra. Eddy afirma em Ciência e Saúde: "A grande verdade na Ciência do ser, de que o homem real era, é, e sempre será perfeito, é incontrovertível; pois se o homem é a imagem, o reflexo, de Deus, não está invertido nem subvertido, mas é reto e semelhante a Deus."

Essa "grande verdade" indica o caminho para livrarmo-nos de danos mentais e físicos. Capacita-nos a vencer o medo, a lesão e o ódio. Faz com que a cura completa seja uma realidade.

Certa jovem sofreu uma queda e feriu-se durante uma apresentação profissional de esqui aquático. Ela fazia parte de uma pirâmide humana de sete esquiadores e, ao final da apresentação, recolhia as cordas deixadas pelos demais participantes à medida que estes iam se soltando da pirâmide. Isso fazia enquanto ela mesma continuava esquiando puxada pelo barco a motor.

Inadvertidamente, suas pernas ficaram presas nas cordas e ela ficou submersa na água, enquanto ia sendo arrastada pela lancha. A embarcação não parava e a jovem não conseguia respirar.

De imediato volveu-se a Deus, sua verdadeira Mente, em busca de ajuda. A inspiração não veio em forma de palavras, mas conseguiu sentir a presença de Deus e Seu cuidado para com ela, apesar de seu temor diante da difícil situação. Quase instantaneamente as cordas se soltaram e ela nadou para um local mais raso e lá foi socorrida por amigos que a levaram até a praia.

Uma das pernas ficou seriamente ferida, mas a cura, por meio da oração, foi obtida em poucas semanas. De igual importância foi o fato de que não restou nenhum temor com relação ao acidente. Em pouco tempo ela voltou a participar da pirâmide.

Isso ocorreu há mais ou menos trinta anos e nesse meio tempo ela tem praticado esqui aquático, tênis, esqui na neve e equitação. As lesões físicas e o medo intenso foram completamente superados com a oração, ou seja, com sua absoluta confiança de que Deus a protegia e guardava.

A cura do medo por danos pessoais ocorridos no passado não se limita à libertação física. A vida do apóstolo Paulo prova que a libertação moral pode ser obtida por alguém que tenha agido mal no passado. O preconceito e o ódio profundamente arraigados, bem como o pavor provocado pelos erros do passado, podem ser curados e substituídos pelo amor e pela compaixão cristã que brotam do fundo do coração. Por anos a fio, Paulo, então conhecido como Saulo de Tarso, perseguiu os cristãos intencionalmente e com afinco. O fervor cego estava tão entranhado em seu caráter, que sua fama o precedia.

A caminho de Damasco, em missão de "busca e captura", Paulo foi espiritualmente despertado pela santa influência do Cristo, para a presença da Verdade sanadora e salvadora, que Jesus exemplificou de forma completa em sua vida. Totalmente abalado, Paulo passou por uma mudança interior, uma renovação nos motivos e na forma de agir. Ele transformouse. Logo depois, tornou-se missionário, inteiramente dedicado a pregar os ensinamentos de Cristo Jesus. Uma vez transformado, Paulo não permitiu que os erros do passado prejudicassem sua obra.

A evidência da presença ativa do Cristo, em nossa consciência, se faz sentir em nossa compreensão do que é espiritualmente verdadeiro sobre Deus e o homem. O Cristo, a amorosa influência de Deus, restaura inteiramente o bem que pensamos haver perdido; isso acontece à medida que expressamos em nossa vida o fato espiritual da eterna perfeição e imaculada pureza do homem, sua bondade e liberdade inatas.

Onde há ódio pode florecer novamente o amor. Onde a confusão distorce o raciocínio, a lógica e a inteligência tornam-se a norma. A autocondenação cede lugar à dignidade e ao respeito próprio. O desespero extremado se atenua diante da expectativa do bem. O temor aterrorizante começa a diminuir diante da confiança que temos em Deus. O ressentimento cede lugar ao perdão, à compaixão e à paciência. A melancolia crônica dissolve-se e transforma-se em júbilo e gratidão sem lágrimas.

Quando temos um vislumbre da perfeição do homem, de nossa natureza definida por Deus como a expressão da Mente divina, e estamos dispostos a permitir que essa verdade substitua o temor de um passado sofrido e prejudicial, alcançamos maior liberdade e lucidez mental. Não nos sentiremos forçados a aceitar o veredicto de que as drogas alucinógenas possam causar dano irreparável ou de que a liberdade de pensamento e o discernimento mental possam ser para sempre prejudicados.

A recuperação espiritual, conforme foi demonstrada por Jesus ao curar os dementes, os cegos e os coxos, corrige o conceito errôneo de que nossas capacidades divinas foram permanentemente perdidas. A percepção espiritual restaura essas capacidades ao nível da consciência humana, tornando-nos mais conscientes delas; como resultado, passamos a expressar mais nosso ser imaculado, o reflexo eterno da Mente perfeita. A razão de podermos recuperar a liberdade e as capacidades mentais é que elas sempre pertenceram ao homem, por ele ser a idéia inatacável da Mente.

A compreensão espiritual talvez não se manifeste de uma hora para a outra. Geralmente é necessário muito esforço para resistirmos à evidência material de que sofremos dano permanente causado por nossos próprios erros, ou devido a forças exteriores. Muitas vezes, a total recuperação exige bastante autodisciplina e profundo arrependimento de nossa parte, horas de busca espiritual e sincero exame de consciência. Por vezes parecerá que damos um passo a frente e retrocedemos dois, mas nosso esforço para alcançar a liberdade permanente é apoiado pelo Cristo. O poder de Deus impele-nos para frente.

A admissão de que a verdadeira consciência se origina em Deus, a perfeita Mente do homem, abre a porta, de par em par, para a restauração e regeneração do pensamento e da ação. Uma vez obtida essa compreensão, a cura ocorre rapidamente.

As assim chamadas influências danosas, não importa como se apresentem, não podem perverter a consciência espiritual que, de fato, pertence a cada um de nós. Como a Mente divina é a única verdadeira consciência, cada um de nós pode expressar vigilância mental, lucidez e resolução de pensamento. Podemos até mesmo superar aquele nível normal de capacidade que esperávamos expressar.

Na realidade, não há nada que possa limitar nossa capacidade de expressar a liberdade e a atividade da inteligência, do auto-controle e da visão espiritual. Podemos ser, como afirma o Novo Testamento, "coparticipantes da natureza divina."

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