Certa Tarde, Minhas filhas e eu estávamos sentadas na varanda de nossa casa. Estava meio quente e o tempo seco deixava o sol bem vermelho. Aquela paisagem na hora do anoitecer daria uma bela foto.
Nossa conversa estava animada e nem percebemos que já havia escurecido. Então, chamei a atenção das meninas para a bela paisagem, dizendo que a beleza do jardim e das árvores estava como que emoldurada pelo mar e as colinas lá ao longe. Uma das meninas perguntou como eu podia ver no escuro. Assegurei-lhe que eu sabia que, apesar da escuridão, a beleza estava presente.
As meninas e eu rimos. Elas concordaram, afirmando que até de olhos fechados sabiam da beleza do lugar.
Mais tarde, pensei nisso com relação ao meu estudo da Ciência Cristã. Graças a esta Ciência eu aprendia que o homem criado por Deus é perfeito e bom. Também sabia que tal identidade espiritual é a natureza verdadeira de cada um de nós, ainda que não percebamos essa perfeição em nós mesmos ou nos outros.
Assim como a beleza da paisagem estava presente, apesar de não estar visível por causa da escuridão, assim também a perfeição do filho de Deus está sempre presente, embora às vezes pareça oculta pela desarmonia, doença, pecado ou morte.
Em Ciência e Saúde a Sra. Eddy nos assegura: “O homem, governado pela Mente imortal, é sempre belo e sublime.” Essas palavras nos ajudam a compreender como reconhecer e expressar nossa perfeição inata. Devemos deixar Deus governar nossa vida e obedecer a Suas leis, tais como os Dez Mandamentos.
Quando nos apegamos à idéia de que Deus criou o homem na Sua semelhança e entendemos que o Amor divino é imutavelmente bom, vamos compreendendo nossa natureza verdadeira como Seus filhos. Além disso aprendemos que, por sermos a imagem, ou expressão, de Deus, nada nos pode separar d’Ele. Em outras palavras, nunca podemos, na verdade, ser outra coisa senão Sua semelhança espiritual.
Cristo Jesus, em sua carreira terrena, realizou muitas curas porque via o homem perfeito ali onde para os sentidos materiais parecia haver discórdia. Certa vez, um jovem se aproximou de Jesus e perguntou o que deveria fazer para alcançar a vida eterna. Em resposta, o Mestre disse a ele que guardasse os Mandamentos. O moço afirmou que já os cumpria, mas queria saber o que ainda faltava. Respondeu-lhe Jesus: “Se queres ser perfeito, vai, vende os teus bens, dá aos pobres, e terás um tesouro no céu; depois vem, e segue-me.”
O jovem ficou triste porque tinha muito apego a seus bens e não atendeu ao chamado. Ele não quis submeter seus próprios desejos ao governo de Deus.
Seguir de todo o coração o Cristo, a Verdade, é requisito para obtermos a cura. Deixamos de lado todos os conceitos humanos, materiais, a vontade humana e a sabedoria e informação provenientes dos sentidos corpóreos. Assim, poderemos perceber o filho perfeito de Deus, o nosso eu verdadeiro, que está sempre presente.
Anos atrás, quando minhas filhas eram ainda muito pequenas, eu estava com elas no jardim. Elas brincavam, andando de triciclo. A menor me chamou para mostrar como descia depressa o declive em frente à casa. Antes que eu pudesse fazer ou dizer algo, ela havia batido contra a cerca e machucado gravemente a boca. Peguei a menina no colo, limpei-lhe o rostinho e orei sinceramente, tendo em vista o relacionamento ininterrupto da criança com Deus.
Afirmei que a filha de Deus não podia ser separada de seu Pai-Mãe Deus. Sob o governo de Deus, que é o Princípio perfeito, Amor, o homem é sustentado pela lei do Amor. Eu sabia que essa lei do Amor nos faria ver que a identidade real de minha filha não podia ser perturbada por circunstâncias materiais. A menina estava, de fato, sob o governo de Deus, o bem. Eu tinha certeza de que, como diz a Bíblia acerca de Deus, “Tu és tão puro de olhos, que não podes ver o mal.” (Habacuque)
Em poucos dias, os dentes que estavam frouxos se firmaram, os outros ferimentos sararam e ela podia comer normalmente. Os dentinhos estavam na posição normal. Antes dessa cura haviam estado um pouco para a frente.
A certeza, o saber consciente, de que nada havia tocado a verdadeira idéia de Deus nem a havia separado da perfeição que tem por reflexo e herança, calou nossos temores e assim a cura se deu. Isto é, a perfeição que sempre havia estado presente, apareceu.
A compreensão de que a natureza do homem é inteiramente espiritual e de que isso se torna real em nossas vidas, está ao alcance de cada um de nós. Quando oramos para reconhecer e expressar o amor de Deus, descobrimos que fica cada vez mais fácil ver que a perfeição é inerente a todo ser verdadeiro.
