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E se fosse coisa grave?

Da edição de junho de 1991 dO Arauto da Ciência Cristã


Enquanto Aproveitava Algumas horas do sol de verão na piscina, eu conversava com uma vizinha que só encontrara duas vezes antes. Naquelas duas ocasiões, tínhamos falado a respeito de assuntos da comunidade, mas, nesse dia, a conversa tomou outro rumo quando começamos a falar de nossas famílias. A vizinha me perguntou onde minha esposa trabalhava e eu respondi que ela ensinava piano e era organista da Igreja de Cristo, Cientista, que ficava perto da universidade. Aí, vi-me rapidamente bombardeado com várias perguntas sobre a cura pela Ciência Cristã.

Senti relutância em me aprofundar de imediato numa explicação sobre a cura espiritual, por isso comecei falando sobre o fato de que o pensamento influi na saúde. Minha vizinha concordou com essa idéia, mas perguntou de maneira bem direta: “E se fosse coisa grave? Uma apendicite, por exemplo?” Embora eu hesitasse em abordar um assunto tão sério em ocasião tão informal, contei a ela que alguns anos antes eu havia enfrentado justamente uma situação dessas, durante uma viagem de negócios. Queria explicar por que, no momento da necessidade, alguém optaria pela cura espiritual, ao invés de recorrer à medicina material.

Antes dessa viagem a que me referi, eu tivera a tendência de dividir minha vida em duas áreas distintas. Uma delas dizia respeito ao tempo que eu dedicava ao estudo da Bíblia, principalmente aos ensinamentos e às curas de Cristo Jesus, bem como de Ciência e Saúde de autoria da Sra. Eddy. A outra, era constituída pelo tempo gasto na luta pela sobrevivência. Acho que nem sempre havia entrosamento entre esses dois aspectos de minha existência.

Acordava todas as manhãs com boas intenções de progredir espiritualmente, mas logo os problemas desviavam minha atenção daquela perspectiva sublime. Não percebia que as dificuldades eram justamente a “pista de prova” daquilo que eu estava aprendendo sobre Deus. Lia versículos lindos, nos Salmos, a respeito de paciência e depois me enervava ao encontrar um motorista agressivo. Ficava maravilhado com a história da viúva que dera suas duas últimas moedas, mas resmungava porque meu salário não parecia suficiente. Pouco a pouco, fui compreendendo que cada um dos vislumbres espirituais ganhos no estudo, deveria ser comprovado diariamente.

A pergunta da vizinha levara-me de volta a essa época em que eu lutava para pôr em prática, diariamente, os ensinamentos da Ciência Cristã. Estava assistindo a um seminário sobre negócios, numa cidade distante, quando me defrontei com um grave desafio físico. Os sintomas pareciam ser de apendicite. Uma noite tive de deixar a sala de reuniões e voltar para meu quarto. Lá desmaiei e quando voltei a mim, estava com fortes dores e muito medo. Sempre confiara na Ciência Cristã para a cura física, mas a situação se apresentava mais grave do que qualquer outra que já enfrentara.

Tive dificuldade de alcançar o telefone, do outro lado da cama, mas quando o peguei, parei um momento antes de telefonar a um praticista da Ciência Cristã para pedir ajuda. Orei com simplicidade para sentir a mesma presença de Deus que tantas vezes já sentira. Logo vieram-me ao pensamento as palavras do Apóstolo Paulo: “Nem morte, nem vida, nem anjos, nem principados, nem cousas do presente, nem do porvir, nem poderes, nem altura, nem profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus” (Romanos). Essa era uma resposta e teve o efeito de acalmar o medo.

Anteriormente o amor envolvente de Deus me havia auxiliado muitas vezes. Desta vez, senti a dor diminuir. Falei com um praticista que, pela oração, ajudou-me a compreender que eu estava totalmente protegido pelo amor de Deus. Comecei a ver as coisas sob outra luz. O livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, diz: “Há um único caminho que leva ao céu, à harmonia, e Cristo, na Ciência divina, mostra-nos esse caminho. Consiste em não conhecer nenhuma outra realidade — em não ter nenhuma outra consciência de vida — senão o bem, Deus e Seu reflexo, e em elevar-nos acima das supostas dores e prazeres dos sentidos.”

Durante toda a noite, orei e estudei trechos de Ciência e Saúde e da Bíblia, que muito me confortaram e inspiraram. No dia seguinte, pude assistir à sessão do seminário e dentro de uma semana todos os sintomas haviam desaparecido de vez. Por que havia eu me voltado exclusivamente a Deus nessa conjuntura crítica? A resposta se resume em uma palavra: confiança. A própria natureza de nosso relacionamento com Deus é para nós o fundamento dessa confiança, pois Deus é Espírito infinito, Amor, e nós somos, na realidade, Seus filhos e filhas espirituais. À medida que aceitamos nosso verdadeiro propósito para viver, isto é, o de glorificarmos a Deus, começamos a sentir que somos inseparáveis d’Ele. Muitas experiências guiar-nos-ão mais profundamente ao Seu propósito, mas precisamos sempre vencer o medo de que haja alguma situação fora do controle de Deus. Nosso divino Pai-Mãe Deus quer somente o bem para nós. É impossível encontrarmo-nos nalguma contingência que não possa ser superada pela oração afirmativa, consagrada. Como filhos de Deus, estamos sob Seus cuidados. Quem, ou o que, poderá derrotar o Todo-poderoso?

Por isso, ao nos sentirmos ameaçados, é natural que nos volvamos ao protetor supremo, o Pai que sempre atende a nossas necessidades, o libertador que nunca falha. Davi, na Bíblia, mostrou sua confiança em Deus, confiança que havia sido fortalecida pela experiência, quando rejeitou a espada e a armadura de Saul e enfrentou Golias com a funda de pastor. Ele disse das armas de Saul: “Não posso andar com isto, pois nunca o usei.” E a Golias disse: “Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado” (1 Samuel). E foi graças a apoiar-se em Deus, que ele derrotou o gigante. Todos nós podemos experimentar a proteção de Deus em nossa vida, dia a dia, passo a passo. Armados com o conhecimento de que nosso Deus é Tudo-em-tudo, iremos firmemente ganhando confiança no fato de que nada poderá, jamais, interferir no amor de Deus por nós. Nunca estamos separados do amor de Deus. Esse amor cura e protege.

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