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Um estranho à porta

Da edição de junho de 1991 dO Arauto da Ciência Cristã


Aos Poucos Descobrimos que há idéias e conceitos de todo gênero que não devemos aprender a tolerar. A eliminação das superstições e falsas crenças é considerada fruto do esclarecimento. Em décadas recentes, a crença da superioridade inata de uma raça ou cultura em relação às restantes tem sido tremendamente questionada. Há um crescente reconhecimento do valor de cada um. Talvez seja essa uma das mais importantes realizações do século XX, embora ainda haja muito caminho a percorrer nesse campo.

Veja-se, por exemplo, a notável mudança havida neste último século na crença, amplamente difundida, de serem inevitáveis a doença, a pobreza e muitas outras discórdias. A idéia de progresso, isto é, de que os homens e mulheres são capazes de vencer o mal, emergiu como influência poderosa na vida das pessoas.

No entanto, a perspectiva da cura cristã parece muitas vezes uma criança enjeitada. Embora a Bíblia tenha influído enormemente na civilização ocidental e seus valores e ideais éticos tenham inspirado a arte, a filosofia e até mesmo as ciências naturais, para não mencionar as disciplinas humanas que procuram aliviar o sofrimento das pessoas, o conceito de cura espiritual por meio da oração ainda é como um estranho, à margem da sociedade.

Claro que não é assim para as pessoas que experimentaram a cura espiritual. E, se bem que os Cientistas Cristãos relatem suas próprias experiências de cura, não são absolutamente os únicos a ter tais experiências.

Um homem a quem haviam dado apenas algumas semanas de vida devido ao que ele descreve como um “tumor extremamente maligno”, não vê outra explicação, que não seja a divina, para haver sobrevivido. Ele escreveu que em conseqüência disso, sua vida já não era só “minha [dele]. .. mas sim edificada para um propósito.” Alexandr I. Solzhenitsyn, The Oak and the Calf.

Um vizinha expôs um fato semelhante, certa vez. Ela me perguntou o que eu pensava sobre Deus e a cura. Sem saber a razão de sua pergunta, falei-lhe um pouco do significado da Ciência Cristã para mim. Depois, ela me explicou seu interesse. A oração e a cura resultante haviam-na tirado de um esgotamento nervoso, libertando-a também de artrite.

Essas não são experiências isoladas, do tipo atribuído somente a milagres insólitos. E muitas pessoas não ficam satisfeitas com a rotulagem de tais experiências como “remissões espontâneas.”

Também não foi essa a abordagem adotada pela Sra. Eddy em sua obra fundamental sobre a cura cristã, Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras. No entanto, embora seja amplamente reconhecida como tendo redespertado o interesse pela cura espiritual, ela comentou com freqüência a relutância das pessoas em aceitar essa cura como elemento essencial da vida. Ela compreendeu que o mandamento de Jesus, “Curai os doentes,” era imperativo e não uma atividade opcional. Essa cura toca o mais íntimo de nosso ser e nosso relacionamento com Deus — que é a própria Vida.

Ela questionou o motivo pelo qual a cura cristã encontra reação tão negativa e limitada. E em seguida respondeu a sua própria interrogação (Ciência e Saúde): “É porque se assegura aos homens que esse mandamento dizia respeito apenas a um período especial e a um número seleto de seguidores.” Ela prossegue afirmando que essa convicção é ainda mais nociva do que o dogma previamente aceito, de que algumas pessoas estão predestinadas à salvação, enquanto a grande maioria está condenada à maldição eterna.

A Sra. Eddy antevia o dia em que essa crença “perniciosa” de que a cura cristã é limitada em sua atração e propósito, seria anulada com eficácia pela maior difusão da prática da Ciência Cristã.

Talvez não nos consideremos obtusos ou ignorantes quando duvidamos de nossa receptividade ao Cristo ou de nossa habilidade para sermos curados pelo poder do Cristo, a Verdade. No entanto, em meio à ignorância é difícil perceber que a ignorância é ignorante. Em meio à aceitação generalizada de uma superstição, ninguém se qualifica ignorante por pensar como os demais. Pelo contrário, uma pessoa pode até ser bem sucedida, respeitada e integrada em sua comunidade, e ainda assim não ser esclarecida.

Não é fácil vencer a ignorância popular, quer a crença amplamente difundida seja em detrimento de um determinado grupo racial, cultural ou religioso, quer a superstição seja a ignorância do fato de que podemos ser receptivos a Deus porque o homem é a expressão de Deus.

Deus é a Vida do homem. E Deus não é uma combinação de forças ou coisas materiais governadas por ciclos ou leis frios e inanimados. Tal como o homem que compreendeu que após a cura alcançada, sua vida não mais lhe pertencia, no sentido comum do termo, mas era edificada para um propósito, a vida de Cristo Jesus foi dedicada a um objetivo, num sentido ainda mais profundo. “Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”, é assim que o Evangelho de João explica esse objetivo. Tal abundância de vida inclui a cura, tanto nas formas mais simples como nas mais extraordinárias e de maior alcance.

Um primeiro passo para compreender nossa capacidade espiritual de curar e ser curados é o reconhecimento honesto de que necessitamos aprender muito mais acerca da espiritualidade inerente à cura. Se metade do esforço empregado em negar a cura espiritual fosse utilizado em examinar a evidência da cura cristã na vida das pessoas na atualidade, iniciar-se-ia inevitavelmente uma nova era de saúde e boa vontade entre os homens.

Que haja guerras sociais e econômicas contra a injustiça, a falta de habitação, a inflação, as desigualdades e a fome. Mas não nos podemos dar ao luxo de desprezar a necessidade ainda maior de explorar a fundo o potencial da humanidade para a cura espiritual. Na Ciência Cristã, tal cura não se baseia na fé cega, no fanatismo religioso ou no bem-estar psicológico. É o cumprimento do cristianismo do Novo Testamento, segundo o qual o valor supremo tanto dos homens como das mulheres é inseparável do relacionamento deles com Deus. Esse é o Deus que é Vida, Verdade e Amor divinos.

Não podemos permitir que essa espiritualidade e a cura que a acompanha fiquem do lado de fora, à espera, como um estranho em nossa vida.

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