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À procura de nossos verdadeiros pais

Da edição de março de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


Há Pouco Tempo atrás, vi pela televisão alemã um programa muito comovente, intitulado: “Pai, por que te calas?” Contava a história de “filhos da guerra”, na Noruega, que, ainda hoje, estão à procura de seus pais. Esses pais são os soldados que invadiram aquele país durante a Segunda Guerra Mundial e depois partiram, deixando suas companheiras e as crianças que nasceram desses relacionamentos.

Há filhos sem pai não somente na Noruega, mas em todos os países que receberam soldados, devido a guerras ou à ocupação. A reportagem também mostrava que, na Noruega, as mães dessas crianças foram duramente condenadas pela população, por terem dado à luz filhos de “inimigos”. Por isso, em muitos casos, essas mães puseram seus filhos em orfanatos ou entregaram-nos para serem adotados. Conseqüentemente, muitas dessas criancinhas não tiveram nem pai nem mãe para amá-las e delas cuidar. Muitos estão ainda, até hoje, procurando um ex-soldado que talvez seja seu pai.

Mas suponhamos que pai e filho se encontrem. Será que apenas isso bastaria para satisfazer verdadeiramente o desejo ardente de amar e de ser amado? Se esse fosse o único meio de encontrar amor, por certo eles estariam em triste situação!

Muitos de nós, sem dúvida, sentimos o anseio de ser amados. E alguns de nós já percebemos que apoiar-nos em um sentido humano de amor não é o suficiente. Descobrimos que nossa vida precisa ser orientada para outro rumo, um rumo espiritual, para encontrarmos satisfação verdadeira.

Isso acontece à medida que percebemos que nossa procura não visa tanto a encontrar uma pessoa em particular, mas sim qualidades que associamos diretamente à paternidade e à maternidade. Cristo Jesus ensinou-nos que, por toda a eternidade, nosso Pai real é, e sempre foi, Deus, o Espírito. Lucas conta-nos que Jesus, quando tinha doze anos, foi a Jerusalém com seus pais. Lá permaneceu, porém, quando os pais iniciaram a viagem de volta para casa. Eles o procuraram e o encontraram no templo. Não compreendendo por que o estavam procurando, ele disse: “Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?”

Esse sentido espiritual de paternidade e de relacionamento com Deus também pode ser nosso agora. Não estamos em realidade buscando proteção, vínculos afetivos, cuidado e ternura? Não associamos nós o conceito de “pai” à força, segurança, firmeza, confiança, suprimento e afeto? Essas qualidades estão expressas na natureza espiritual do homem criado à semelhança de Deus. Conseqüentemente, sua expressão não se restringe à pessoa que é nosso pai, na ordem humana das coisas. Na verdade, essas qualidades podem ser expressas por todos e são, em realidade, nossa herança divina. Para muitos de nós, os pais personificam essas qualidades, que se fundamentam em nosso Pai-Mãe divino, sendo que o homem, como filho espiritual de Deus, sempre reflete a natureza divina.

Precisamos, porém, aprender a perceber que, para cada um de nós, essa compreensão espiritual pode manifestar-se de modo diferente. Quando eu era criança, desejava ardentemente ter u’a mãe que expressasse essas qualidades espirituais. Eu tinha mãe, mas ela, havia muitos anos, estava doente, fraca e ficava muito tempo internada em casas de saúde distantes de onde morávamos. Eu invejava minhas amigas porque tinham mães, mesmo que estas castigassem as filhas ou fossem muito rígidas com elas.

Mas quando a Ciência Cristã entrou em nossa casa, uma das primeiras verdades maravilhosas que aprendi foi que, em realidade, Deus era minha Mãe e que essa Mãe divina estava sempre comigo, dando-me a segurança, o calor e o afeto que tanto eu desejara.

Essa Mãe divina, que é também nosso Pai, é todo-envolvente e está sempre presente. Nunca podemos retirar-nos da presença de Deus. Esse Amor divino preenche todo espaço, envolve-nos e ama-nos ternamente. Sempre estamos a salvo no Amor, protegidos, estimados e devidamente cuidados.

À medida que a conscientização de pertencer à minha Mãe divina crescia e se desenvolvia em mim, tornava-se cada vez mais simples e natural incluir outros nessa percepção espiritual, inclusive minha mãe humana. Quanto mais ela compreendia essa unidade com nossa Mãe divina, mais essas qualidades eram expressas nela, de forma maravilhosa.

Essa nosso Pai-Mãe Deus é todo-harmonioso. Em Deus não há falta, nem desarmonia, nem doença, nem carências, nem desejos justos não atendidos, nem filho órfão ou abandonado. E, por meio de Cristo, a verdadeira idéia de Deus, todos os Seus filhos, mesmo aqueles que ainda crêem estar em trevas e solidão, podem aprender a conhecer esse Pai todo-amoroso.

Na Bíblia, Ezequiel nos apresenta um quadro vívido e confortador da paternidade de Deus. Lemos: “Porque assim diz o Senhor Deus: Eis que eu mesmo procurarei as minhas ovelhas, e as buscarei. Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que encontra ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; livrá-las-ei de todos os lugares para onde foram espalhadas no dia de nuvens e de escuridão.... A perdida buscarei, a desgarrada tornarei a trazer, a quebrada ligarei e a enferma fortalecerei.”

Quando compreendermos que todos são filhos de um único Pai-Mãe divino, os conflitos, as dissenções e as guerras cessarão e sentiremos e vivenciaremos a fraternidade dos homens. Falando sobre a unidade de Deus, nosso Pai, a Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Com um só Pai, isto é, Deus, toda a família humana consistiria de irmãos; e com uma Mente só, ou seja, Deus, ou o bem, a fraternidade dos homens consistiria de Amor e Verdade, e teria a unidade do Princípio e o poder espiritual que constituem a Ciência divina.”

Cristo Jesus reconheceu e afirmou que Deus é o único Pai do homem. Se nós também reconhecermos esse fato e compreendermos que, em realidade, não estivemos o tempo todo à procura de um parente humano, mas sim estivemos em busca de nosso Pai-Mãe Deus, então nossa insatisfação e nossa ansiedade cessarão.

Encontraremos o amor pelo qual ansiamos e compreenderemos a vida no Espírito, que é nosso verdadeiro lar.

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