Quem não precisa de mais luz? de maior clareza numa época em que se questionam tantos assuntos? Se nós mesmos estivermos em busca da luz, a experiência de outros que estão descobrindo que “nasce luz nas trevas”, conforme diz o Salmista, poderá servir de ajuda. Esta seção apresenta experiências que podem ser úteis àqueles que estão à procura de novas respostas. Os relatos são mantidos anônimos a fim de dar aos autores a oportunidade de falar livremente sobre estilos de vida e atitudes que talvez tenham sido consideravelmente diferentes dos valores que agora adotam. Tais relatos não têm a pretensão de contar uma história completa, mas mostram realmente um pouco da ampla variedade de pessoas que procuram a verdade e a maneira como a luz do Cristo, a Verdade, restaura, redireciona e regenera o modo de viver das pessoas.
Eu Sou Capitão da Polícia. Trabalho nisto há vinte e dois anos. Cerca de cinco ou seis anos atrás, minha vida estava em frangalhos. Deixei minha esposa e dois filhos e fiquei fora de casa por um ano, aproximadamente. Nessa época eu bebia muito. Não que eu gostasse de beber, só bebia para ficar embriagado. Fumava de quatro a cinco maços de cigarros por dia. Minha carreira também começou a ir por água abaixo, ao ponto de que uma ou duas vezes cheguei bem perto do suicídio. Lembro-me de uma véspera de Ano Novo em que estava deitado no chão, segurando o revólver, pensando em acabar com a vida. Achava que o suicídio era a única solução.
Procurei a ajuda de um psiquiatra. Não consegui chegar a nada, ele apenas me receitava altas doses de calmantes. Felizmente minha mulher e meus dois filhos sempre procuraram me ajudar a superar esse período.
Os funcionários da prefeitura estavam envolvidos numa grande causa judiciária em que vários policiais estavam incriminados. Eu era o oficial responsável por um plantão e os incidentes em pauta haviam ocorrido no meu plantão, por isso fora chamado a testemunhar. A acusação era de brutalidade policial, o caso mais longo de toda a história daquele estado.
Do ponto de vista emocional, o julgamento era muito desgastante para todos os envolvidos, pois havia policiais testemunhando contra os colegas.
Lembro-me de que certa manhã fui à casa de minha mãe, a caminho do tribunal, sentindo-me em péssimas condições, péssimas mesmo. Ela disse: “Você se importaria se eu pedisse ajuda a uma praticista da Ciência Cristã?” Naquele momento eu estava disposto a tentar qualquer coisa, qualquer coisa.
Quando adolescente, eu fora à Escola Dominical da Ciência Cristã
Christian Science (kris'tiann sai'ennss) com minha avó. Depois fora com meus pais. Mas a havia abandonado logo. Fazia provavelmente uns trinta anos que não entrava numa igreja da Ciência Cristã.
Então minha mãe pediu a uma praticista da Ciência Cristã que me ajudasse em oração.
Bem, fui ao tribunal naquele dia e lembro-me de que fui pensando numa referência a anjos do livro Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de autoria de Mary Baker Eddy, que descobriu e fundou a Ciência Cristã. Essa referência voltava à minha mente durante o tempo todo, no tribunal, lembrança da Escola Dominical de trinta anos antes: anjos são “Pensamentos de Deus que vêm ao homem.”
Senti muita calma, depois disso. Tudo, inclusive a tremenda ansiedade, sumiu. Continuei ouvindo aqueles pensamentos, “Pensamentos de Deus que vêm ao homem.” Pensei em como eu não podia me separar dEle. Talvez houvesse grande número de mentes acreditando controlar o que ocorria naquela sala do tribunal, mas havia somente uma Mente divina governando tudo, Deus, a Mente que estava revelando Seus pensamentos a cada um de Seus filhos. Bem, eu prestei testemunho e tudo saiu a contento. O julgamento correu bem e o resultado foi satisfatório.
Esse foi o começo.
Minha esposa e eu nos reconciliamos. As coisas mudaram um pouco para melhor. Viajamos para visitar meus pais que, nessa altura, estavam na Flórida. No domingo minha mãe disse: “Que tal irmos à igreja?” Eu fui e aquele foi um acontecimento importante para mim: só o fato de encontrar aquelas pessoas. .. o amor que elas expressaram quando entrei por aquela porta, a confiança. Acho que foi a confiança o que mais me tocou.
Foi aí que comecei a sentir com bastante força que deveria voltar para a Ciência. Minha esposa disse: “Sabe, acho que você ainda tem alguns livros que sua mãe nos deu quando nos casamos.” Isso fora uns vinte anos antes. Então, quando chegamos em casa, desenterrei os livros, a Bíblia e Ciência e Saúde. Sentei-me à mesa e comecei a ler. Ao acender um cigarro, eu disse: “Espera um pouco, se eu vou estudar a Ciência Cristã, não quero fumar. O fumo não tem poder sobre mim.” Apaguei o cigarro e depois disso nunca mais olhei para um cigarro nem tive vontade de fumar. Foi uma demonstração simples do poder do Amor divino. Foi bonito.
No domingo seguinte fui à igreja em minha cidade e simplesmente continuei a ir.
Achávamos que o processo já era coisa do passado. Cerca de um ano depois, porém, a questão voltou à baila e os mesmos advogados decidiram entrar com outra ação judicial. Na primeira vez haviam processado cinco policiais. Não haviam conseguido nada. Agora estavam processando a própria prefeitura.
Novamente fui citado a comparecer como testemunha e os advogados da prefeitura decidiram: “Vamos nos reunir no Paço Municipal e planejar nossa estratégia.” Assim, estávamos reunidos numa sala, os advogados, as testemunhas e pilhas e pilhas de papéis, realmente volumes e volumes de documentos do primeiro processo.
Pois então, estavam todos planejando a estratégia. “Como vamos fazer isso? e aquilo?” Eu simplesmente permaneci sentado, orando para compreender mais sobre a Mente. Trabalhei com o fato espiritual de que há uma única Mente, uma Mente que governa. O que era certo prevaleceria, forçosamente.
A porta se abriu e uma moça entrou, dizendo: “Recebi um telefonema estranho. O procurador geral telefonou e disse para vocês esquecerem o assunto. O julgamento foi cancelado.” Fiquei tão grato! Foi uma magnífica virada dos acontecimentos.
Minha esposa me dá muito, muito apoio em meu estudo da Ciência Cristã, embora seja de outra religião. Ela estuda diariamente a Lição Bíblica do Livrete Trimestral da Ciência Cristã e apóia-se na cura espiritual. Aos domingos de manhã, ela vai primeiro à igreja dela e depois vem à minha. Eu agora sou Leitor na igreja filial e ela está lá me apoiando.
Quando comecei a estudar a Ciência Cristã, tive muitas curas físicas maravilhosas. Mas quando ia para o trabalho, a ênfase que se dá às armas parecia tão difícil, tão contrária ao que acredito. Eu havia sido instrutor de tiro do departamento e mais tarde fora comandante do esquadrão de atiradores de elite. Eu ensinava às pessoas como matar. Fiz muitos cursos sobre o assunto. E sempre fora caçador entusiasta. Tinha muitas armas espalhadas pela casa. Muitos policiais ficam como que viciados em armas. Então, quando comecei a estudar a Ciência Cristã, meu modo de pensar mudou. Os versos de um poema da Sra. Eddy, que dizem: “A flecha má não vem, Senhor, / De quem vigia e tem amor,” foram para mim uma resposta. Vendi ou doei todas as armas que eu possuía.
Estou entendendo melhor o que Jesus queria dizer com “Brilhe. .. a vossa luz.” Temos de fazer nossa demonstração do amor de Deus, do cuidado que Deus tem para conosco, e deixar que os outros vejam isso. Mas sem forçar, sem ficar insistindo. Deixe que vejam a vida que você leva. Vários policiais jovens já vieram ouvir minha leitura aos domingos.
Numa ocasião, um dos policiais teve de sacar a arma contra um jovem que empunhava um facão. Ele disse que pensou nalgumas das coisas que eu dissera: “Sempre há um jeito melhor de ouvir, de ser guiado,” e aí ele pensou: “Talvez eu não tenha de atirar neste indivíduo.” Tudo isso passou-lhe pela mente e ele se saiu bem. Ninguém ficou ferido.
Uma cura em particular foi muito importante para mim. Minha esposa e eu estávamos construindo um grande abrigo nos fundos de nossa casa. Eu estava andando em cima das paredes tal qual um equilibrista. Bem, acabei caindo e ouvi um estalido na perna. Minha esposa estava bem ali e disse: “Não se mova. Sua perna está quebrada. Eu ouvi.” Fiquei imóvel por um minuto. Pensei: “Não aceite isso. Os acidentes não acontecem no mundo de Deus.” Levantei-me e andei pulando numa perna só. A dor era intensa. Mas o que me veio à mente foi “a exposição científica do ser” de Ciência e Saúde. As primeiras linhas dizem: “Não há vida, verdade, inteligência, nem substância na matéria. Tudo é Mente infinita e sua manifestação infinita, porque Deus é Tudo-em-tudo.” Não sei quantas vezes revi em pensamento essa declaração. Mas em determinado momento entendi, com mais clareza do que antes, o que significava. Nesse momento a dor sumiu completamente e consegui ficar de pé.
Fui até onde estava minha esposa e disse: “Vamos voltar ao trabalho.” Ela respondeu-me que não acreditava no que acabava de ver. Continuamos a trabalhar diversas horas. No fundo, a mente mortal dizia para eu olhar a perna para ver se estava bem.” Mas não olhei. Mais tarde, entrei para tomar banho. Vi que do joelho para baixo a perna estava bem inchada e havia um grande corte. Disse para mim mesmo: “Muito bem, vamos completar a cura.” Peguei meus livros, sentei à mesa da cozinha e comecei a ler. Estava trabalhando com a descrição do homem, no capítulo intitulado “Recapitulação” em Ciência e Saúde, que começa assim: “O homem não é matéria; não é constituído de cérebro, sangue, ossos e de outros elementos materiais. As Escrituras nos informam que o homem é feito à imagem e semelhança de Deus.”
Passaram-se cerca de quinze minutos. Nesse momento senti com certeza que a cura estava completa. Levantei a calça e a perna estava normal.
Em meu trabalho, utilizo sempre o que estou aprendendo na Ciência Cristã. Tivemos um jovem delinqüente que era um verdadeiro problema. Estava preso e ninguém podia fazer nada com ele em todo o grupo de celas. Ele quebrava tudo e criava problemas. Por isso fui conversar com ele. Enquanto falava, simplesmente procurava amá-lo o máximo que podia. Esforcei-me para ver por trás da aparência exterior e ver sua verdadeira identidade espiritual, perfeita, como homem perfeito. Ele mudou de atitude e disse: “Ei, você é bom, você me escuta, você é bom comigo.” Levei-lhe uma xícara de café. Quando terminou meu horário de serviço, lá pelas onze da noite, ainda fiquei por ali quase uma hora, conversando com ele. Conversa leve, só procurando expressar um pouco de amor. Aquela foi a última vez que o vi.
Cerca de seis meses depois, recebi uma carta da mãe dele, dizendo que queria me agradecer. Ao que parece, ele ficara muito impressionado com minha maneira de lhe falar. Fiquei contente por isso.
Trabalho aqui na Polícia há vinte e dois anos e a cada ano que passa recebemos armas maiores e melhores, melhores viaturas e mais treinamento. No entanto, o crime não está diminuindo. Eu gostaria de ver nossa sociedade tomar uma direção melhor em apoio à lei e à ordem. Alguns desses jovens policiais não vão nem sequer ao supermercado, sem estar armados. Dizem-lhes que esse trabalho é extenuante e muito perigoso, que eles têm tendência a sofrer de doenças provocadas pelo estresse e estão sujeitos a elevados índices de divórcios. Mas isso não precisa ser assim. A proteção deles não está num trinta-e-oito. Vem de Deus. Eles podem apelar para essa proteção, pois ela está ao alcance deles.
O que habita no esconderijo do Altíssimo,
e descansa à sombra do Onipotente,
diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte,
Deus meu, em quem confio.
Não te assustarás do terror noturno,
nem da seta que voa de dia,
Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito,
para que te guardem em todos os teus caminhos.
Salmos 91:1, 2, 5, 11
