Em todas as partes do mundo os programas em ondas curtas do O Arauto da Ciência Cristã chegam a um grande público. Achamos que os leitores que ainda não tiveram a possibilidade de ouvir essas transmissões gostariam de ler, de vez em quando, algo desses programas radiofônicos.
Locutor: Este programa é O Arauto da Ciência Cristã, levado ao ar pela Sociedade Editora da Ciência Cristã em Boston, Massachussets, Estados Unidos.
Pat: Meu nome é .
Derek: E eu sou . Nosso programa de hoje tem por objetivo mostrar como cada um de nós pode ajudar a pôr “um freio ao crime”, como a Sra. Eddy diz em Ciência e Saúde. Para conseguir isso, é preciso expressar amor espiritual.
Pat: Amor espiritual significa ver nosso próximo em sua verdadeira identidade, como filho de Deus. Todas as vezes que fazemos isso, isto é, sempre que vemos o homem como filho de Deus, uma situação de confronto se converte numa oportunidade de compreender o amor e a proteção de Deus.
Derek: conversou com uma senhora, cuja experiência ilustra bem esse ponto.
Paul: Ela se chama . Sua atitude frente ao crime modificou totalmente a situação. Essa experiência aconteceu quando ela era estudante universitária, ainda morando com os pais.
Uma noite, depois da aula, desceu do ônibus e começou a andar em direção a sua casa, a poucos quarteirões.
Win: Era uma fria noite de inverno e estava bem escuro. Mas eu não prestava atenção em nada, queria chegar logo em casa. Fui surpreendida por um homem que me agarrou pelo ombro, encostou-me uma arma no estômago e disse: “Não grita, senão eu te mato.” Forçou-me a entrar num carro que estava estacionado no outro lado da rua.
Paul: Você sentiu que ele estava falando sério, quando fez essa ameaça?
Win: Claro que sim, com uma arma não se discute. E ele dirigia o carro em alta velocidade. Lembrei-me de uma frase da Bíblia que aprendera quando criança: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus.” Ele dirigia como um louco na rua, quase sem nenhum controle. Vi que tentar pular do carro seria muito arriscado. O pensamento “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus”, me acalmou. Eu procurava ouvir.
Paul: Ouvir a Deus?
Win: Ouvir a orientação de Deus. A corrida durou uns dez ou quinze minutos. Acabamos parando num lugar cheio de árvores, num morro onde não havia ninguém. Quando ele parou o carro, eu poderia ter gritado, esperneado, mas preferi não fazê-lo. Ele pegou um cigarro. Nesse momento, o seguinte pensamento me veio: “A Ciência Cristã nos ensina que Deus fez o homem bom. A Bíblia diz que Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança. Portanto, o homem tem de ser bom, pois ele é a imagem e semelhança de Deus.”
Perguntei-lhe se acreditava em Deus. Ele olhou-me perplexo: “O que é que você disse?” Afirmei: “Eu acredito.” Ele fumava e estava muito tenso, mas parecia disposto a ouvir, então começamos a conversar.
Eu queria ajudá-lo, porque o Cristianismo diz: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” Essa é a força mais poderosa da terra: o amor. Tudo isso tinha a ver com o que aprendera na Ciência Cristã. Se eu quisesse expressar Vida, ou Deus, teria de expressar amor para com esse rapaz, porque ambos éramos filhos de Deus.
Tive a oportunidade de provar-lhe o que estava dizendo. Um carro vinha vindo em direção contrária e eu tinha de decidir. Poderia pedir ajuda. Saltaria do carro, acenaria e pediria socorro? Ou confiaria na pessoa a quem dissera ser ela digna de amor?
O carro veio, diminuiu a marcha e se foi. Não tentei pular, nem fazer nenhum sinal. Não estava muito certa, naquela altura, se agira certo, ou se tinha cometido um erro que poderia me custar a vida. Mas não foi um erro. Senti que tinha feito o que precisava fazer naquela hora. Eu acreditava no que tinha dito para aquele rapaz, que ele era bom e que Deus não o fizera pecador.
Paul: Pelo que pude compreender do que você disse, sua confiança não estava nele como pessoa, mas em Deus.
Win: Sim. Vi-o como uma idéia espiritual de Deus, uma expressão de algo bom.
Paul: O que aconteceu depois? O que você disse?
Win: Tive uma idéia. Estávamos conversando a respeito de carros, de como ele era bom motorista e de como podia dirigir tão rápido. Perguntei-lhe: “Em quanto tempo você me levaria para casa?” Ele se gabou de que demoraria seis minutos. Disse-lhe: “Você está brincando.” Ele aceitou meu desafio e ligou o motor. Parecia que íamos à velocidade da luz. Ele sabia exatamente aonde ir e parou no fim da rua.
Então ele disse algo a respeito de que sua vida não valia a pena e de que temia ser pego pela polícia. Eu lhe recomendei que não tivesse medo, mas que continuasse a fazer opções certas a cada dia, como a que acabara de fazer. Disse-lhe que se ele continuasse a fazer boas escolhas, ficaria bem.
Ele partiu rapidamente e eu pude ir para casa e contar a meus pais o motivo de ter-me atrasado tanto. Naturalmente, chamamos a polícia e contamos o que acontecera.
Quase uma semana depois, o rapaz se entregou à polícia. Havia outras acusações contra ele, outros crimes e assaltos. O juiz deu-lhe uma sentença de sete a dez anos pelos atos que havia cometido.
Essa experiência ensinou-me a não reagir pelo instinto bruto. Ensinou-me a ouvir e a orar pedindo orientação e a ter atitudes baseadas nas verdades fundamentais provenientes do amor.
Paul: Muito obrigado, Winifred.
Pat: Nossa convidada procurou amar como Jesus nos ensinou. Sem dúvida, esse é um amor espiritual, possibilita-nos olhar além das intenções criminosas e ver somente o filho de Deus.
Derek: Obviamente, você não ama um ato violento. O amor espiritual está baseado numa compreensão de que Deus é nosso Pai-Mãe, o Amor divino e que Sua criação, Sua criação toda, é inevitavelmente amorosa.
Pat: E obediente às leis. Esse verdadeiro sentido de Amor é o que realmente cura.
Derek: A primeira estrofe de um hino do Hinário da Ciência Cristã resume tudo isso:
Amai-vos todos — voz reveladora;
Do erro nos salvou, é libertadora.
O Mestre ensina a amar
E com Deus, o Pai, trilhar
A senda do Amor.
Se o leitor deseja ouvir um programa completo do O Arauto da Ciência Cristã, pode escrever pedindo uma lista das freqüências de ondas curtas da sua área. O Arauto da Ciência Cristã; P.O. Box 58; Boston, MA, E.U.A. 02123.
