A oração na praça pode parecer algo que pertença a tempos bíblicos. Porém a praça neste Perfil é a arena onde são enfrentadas algumas questões como a dívida mundial. Como indica este relato, a oração pode conduzir a decisões notáveis e a soluções para algumas das questões mais polêmicas da atualidade. Este relato é feita por
que é um banqueiro atuando no campo das finanças internacionais.Em 1985, Eu era o chefe do escritório de meu banco em uma cidade do terceiro mundo. O trabalho não apresentava desafios e minha família desfrutava de um sistema de vida muito confortável. Embora tudo isso fosse ótimo, eu tinha um desejo insatisfeito de trabalhar mais arduamente para melhorar as condições de vida da humanidade e não somente para obter ganhos pessoais ou conforto material.
Minha esposa e eu oramos para saber que Deus, a Mente divina, governa não somente nosso pensamento, mas também nossa experiência. Motivados pelo que nos parecia um desejo altruísta e certo, fizemos planos para voltar a Nova Iorque, embora o banco não tivesse um cargo para eu assumir.
Pouco antes de partir, meditei sobre o que o banco poderia fazer para ajudar o país de que havíamos gostado tanto. Como a oração senti inspiração. Percebi que poderíamos reduzir substancialmente os juros do endividamento externo desse e de outros países. Poderíamos aplicar técnicas de refinanciamento comercial à dívida de grande vulto que esse país tinha com o governo dos Estados Unidos, onde eram fixadas altas taxas de juros para os anos vindouros.
Alguns dias depois, senti-me impelido a oferecer a sugestão em uma reunião com funcionários da embaixada local dos Estados Unidos, embora não tivesse ainda a menor idéia de como esse projeto poderia funcionar. Exatamente quando estava sendo pressionado por funcionários impacientes (e por meu chefe cético), a dar detalhes do plano, fui chamado para atender a um telefonema fora da sala. Enquanto estava fora, orei atentamente para saber que a Mente divina não nos conduz só até uma parte do caminho e depois nos abandona. Sabia que cada idéia da Mente é completa e que aquilo que parecia uma limitação de minha própria habilidade, não era tão importante. A Mente divina é que governa.
Voltando à ouvi a mim mesmo descrever o método a ser usado no projeto, sentindo, à medida que falava, que eu estava agindo como uma transparência para a Mente divina. Embora eu não soubesse na época, desenvolver esse projeto seria minha única atribuição nos três anos seguintes. Além disso, ficou claro que Nova Iorque era o local certo para meu trabalho em função das exigências de financiamento especial que a operação envolvia. Precisávamos, também, ficar suficientemente próximos de Washington para poder conseguir aprovação governamental. Senti que os primeiros passos dessa experiência ilustraram claramente uma afirmação da Sra. Eddy. Em Ciência e Saúde ela escreve: “Motivos justos dão asas ao pensamento e força e liberdade à palavra e à ação.”
Porém, após mais de um ano de trabalho, tinha conseguido pouco com meu esforço. O governo americano estava longe de concordar e o banco não tinha o pessoal especializado necessário para subscrever o tipo de financiamento de que precisávamos. Nāo obtive o aumento de salário que deveria ter recebido e o banco começou a falar em me despedir. Os obstáculos surgidos à frente do que eu considerava ser uma idéia divinamente inspirada não me preocupavam. Porém, minha remuneraçāo e o risco de ter de procurar outra emprego me deixavam apreensive. Por ficar preso a essas considerações egoístas, senti-me desanimado e perdi o empenho no trabalho.
Entretanto, procurei ajuda recorrendo à oração. Minha esposa também orou e procuramos uma praticista da Ciência Cristã para nos apoiar através da oração. Minha esposa me ajudou a entender que meu trabalho era executar a obra do Pai. Era função do Pai me remunerar! Essa compreensão foi tão completa, que voltei a me empenhar no trabalho, livre do peso dos pensamentos egoístas.
Dento de um mês recebi um aumento, completamente fora do programa normal, e a questão referente à minha demissão foi abandonada. Além disso, o banco criou logo um departamento para subscrever emissões de bônus. O novo departamento começou a se interessar muito por meu trabalho. No transcorrer do ano seguinte, apesar de numerosos e contínuos obstáculos à aprovação governamental, eu me mantive firme na compreensão de que é a Mente divina que governa, e não diversas mentes mortais.
Pouco tempo depois, o Congresso dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei dispondo sobre o mecanismo para proporcionar refinanciamentos. E continha uma surpresa: ao invés da redação inicial, referente a apenas dois países (um dos quais era aquele onde eu estivera), tornou o refinanciamento disponível a todos os países mutuários.
Como a inspiração dessa idéia tinha sido ajudar a humanidade, à medida que trabalhávamos juntos, meus colegas foram, de certa forma, um tanto influenciados por essa perspectiva. Juntos fizemos um trabalho honesto de assessorar muitos países ora aptos a reduzir seus custos com juros através desse mecanismo e conseguimos, em todos os casos, a gratidão e o respeito dos funcionários responsáveis, tanto dos Estados Unidos como dos outros países. Senti certa força moral ao garantir que tudo o que aconselhávamos aos diversos países era, na medida do possível, favorável a eles tanto quanto ao governo dos Estados Unidos. No fim, esse modo altruísta de abordar o assunto foi bem sucedido e meu banco recebeu as operações de refinanciamento de metade dos países participantes.
Embora muitos obstáculos tenham sido superados, em cada caso, por meio da oração, a última operação referente a um país próximo àquele onde eu estivera, provou o poder da Mente divina, que, aliás, tinha dado origem à idéia. Após dois anos de discussão e meses de preparo específico, no dia da subscrição, a delegação do país, que se encontrava em Nova Iorque, recebeu orientação enganosa e falsas promessas de um dos bancos que deveria estar trabalhando em nosso grupo de subscrição. Influenciados por isso, os delegados desse país transferiram a operação de minha firma para a outra, que prometeu subscrevê-la na manhã seguinte, usando a documentação, a análise e a estrutura financeira que havíamos despendido meses para preparar! Meus colegas e eu ficamos atônitos com esse tipo de manobra.
Enquanto os outros esmurravam a mesa, procurei uma sala quieta de onde chamei a praticista. Ela me assegurou que há uma lei divina de justiça em ação. A Mente divina está presente, independentemente de quão extremas as circunstâncias pareçam ser. Ela fez referência a Miquéias na Bíblia: “Que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus?” Finalmente, ela me lembrou que os delegados daquele país e os membros da outra firma são filhos de Deus, tão inocentes quanto eu e sujeitos à mesma Mente divina. Fiquei profundamente comovido à medida que ouvia essas afirmações inequívocas dos fatos reais a meu respeito, a respeito de nosso cliente e de nossos sócios. A praticista disse que continuaria a orar.
Voltei à sala que estava cheia de colegas ultrajados. A irritação e o desejo de vingança eram evidentes. Embora a maioria das pessoas da sala fossem mais velhas do que eu, dissuadi-as de vingar-se, encorajando-as a continuar a mostrar que nós éramos os que serviam melhor os interesses do país. Um assistente e eu nos reunimos com os representantes do país em questão, até às duas horas da madrugada. Mesmo assim, eles ainda disseram que continuariam com a outra firma.
Apesar disso, fui capaz de ver mais claramente a eles e a mim como filhos de Deus que seguiam Suas diretivas. Com prazer seguiria o que quer que a Mente divina mostrasse, mesmo que significasse não fazer a subscrição na manhã seguinte. Eu estava me sentindo tão despreocupado, que permaneci acordado por algum tempo para cuidar de outro trabalho, que não tinha sido feito.
Imaginem minha alegria quando a delegação me chamou às seis horas da manhã para dizer que, de todos os conselhos que estavam recebendo, confiavam no nosso e prosseguiriam conosco. Meus colegas ficaram tão surpresos com essa reviravolta, quanto tinham estado com o revés do dia anterior. Eu podia somente me regozijar e concordar de todo o coração com Paulo, que diz: “Todas as cousas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus”!
Essa experiência mostrou-me que, independentemente de qual seja nossa atividade profissional, há sempre um meio de demonstrar o amor de Deus pelo homem e de fazer nosso trabalho em harmonia com a Mente divina.