“Oi, Isa, nós vamos à casa de Emília para andar de triciclo. Você quer vir junto?” chamou Kátia do andar de baixo.
Isabel mal podia acreditar no que ouvia. Desde a primeira vez em que vira o triciclo a motor, com aqueles pneus enormes, ela tinha vontade de andar nele. Achava, porém, que a irmã mais velha e a amiga dela nunca a deixariam ir junto. Foi correndo avisar a mãe que estava saindo e, sem perder tempo, foi atrás de Kátia e Emília.
Na casa de Emília, Isabel olhava com fascinação, enquanto o pai da amiga dava a partida no triciclo, que parecia ganhar vida com o barulho do motor. As três meninas subiram para dar um passeio pela colina de trás da casa. Em toda aquela excitação, Isabel arranhou a perna num dos pára-lamas. Ela viu que estava sangrando e doía. Teve vontade de chorar, mas lembrou-se das palavras "Rejeita-a!"
Naquela manhã, ela tinha lido um trecho em Ciência e Saúde que continha aquelas palavras. A Sra. Eddy, autora desse livro, diz ali que se aparecer um pensamento de doença, dor, machucado, raiva, desobediência ou qualquer coisa ruim, nós devemos "rejeitá-lo". Para Isabel, isso significava eliminar tal pensamento. Os pensamentos de Deus são sempre bons, e só eles são verdadeiros. Por isso, não queremos nem precisamos ter pensamentos de dor.
Levou apenas alguns segundos para se lembrar dessas coisas e orar. Ela rejeitou imediatamente os pensamentos "Estou com medo" e "a perna está doendo". Em vez disso, pensou que ela era a filha amada de Deus, sempre aos Seus cuidados. O sangue e a dor pararam imediatamente e não apareceram mais.
No dia seguinte, ao vestir-se, Isabel notou que o corte tinha sarado. "Funcionou," pensou consigo mesma. "Voltei-me para Deus, rejeitei o medo e ele sumiu."
Nota da mãe
Quando Isa voltou sem fôlego e rindo, após ter andado no triciclo, ela contou logo sua aventura. Eu notei imediatamente o corte na perna e comecei a me arrepender de tê-la deixado ir. Perguntei-lhe como aquilo tinha acontecido e ela respondeu: "Cortei-me no triciclo, mas não se preocupe, já o rejeitei!" E voltou rapidamente a falar sobre o passeio.
Enquanto isso, eu orei, afirmando que os acidentes não fazem parte da criação perfeita de Deus e que Seus filhos não são afetados pelo mal de nenhuma espécie. Quando Isa se levantou para ir brincar, eu a abracei e sussurrei-lhe ao ouvido: "Deus a ama e está bem aqui cuidando de você." Ela então sussurrou no meu ouvido, com uma expressão intrigada: "Muito obrigada, mamãe, mas por que você está dizendo isso?"
Tive de rir comigo mesma. Isabel tinha rejeitado o acidente de maneira tão completa, que nem entendeu porque eu dissera aquilo.
Foi aí que eu me lembrei do trecho de Ciência e Saúde que havíamos lido pela manhã: "Não permitas que pretensão alguma de pecado ou de doença se desenvolva no pensamento. Rejeita-a com a firme convicção de que é ilegítima, porque sabes que Deus não é o autor da doença, como não o é tampouco do pecado.”
Lembrei-me das palavras de Isaías: “E um pequenino os guiará.” Isabel havia compreendido rapidamente sua liberação do mal, e eu podia deixar que ela me guiasse. Fiquei livre do medo e tive a certeza de que tudo estava bem.
Na manhã seguinte, só havia um pequeno sinal do corte e logo esse também sumiu. Fiquei grata por esta prova do poder sanador de Deus e pela eficácia que tem o fato de “rejeitarmos” tudo o que é dessemelhante de Deus.
O que habita no esconderijo do Altíssimo,
e descansa à sombra do Onipotente,
diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte,
Deus meu, em quem confio.
Pois ele te livrará do laço do passarinheiro,
e da peste perniciosa.
Cobrir-te-á com as suas penas,
sob suas asas estarás seguro:
a sua verdade é pavês e escudo.
Porque aos seus anjos dará ordens a teu respeito,
para que te guardem em todos os teus caminhos.
Eles te sustentarão mas suas mãos,
para não tropeçares nalguma pedra.
Salmo 91:1–4, 11, 12
