Sempre Tive Fé no fato de que Deus nos ama. No entanto, só quando tive mesmo de me defrontar com o que para mim era a maior solidão, ou seja, ter todos os meus sete filhos adultos e longe de casa, foi que realmente comecei a compreender o que é o amor de Deus.
O anseio de estar junto de meus filhos quase tomava conta de minha vida diária. Apesar disso, a compreensão que eu já adquirira sobre Deus e sobre minha natureza espiritual como filha de Deus, durante os muitos anos do estudo da Ciência Cristã, impediu que tal sentimento me dominasse.
A angústia interior, devida às saudades que tinha de meus filhos, não impedia que eu levasse uma vida normal e ativa. Mas sentia uma tristeza constante e achava que a única coisa que me faria verdadeiramente feliz seria estar com meus filhos, não havia nada que pudesse compensar a ausência deles.
Hoje compreendo que eu precisava aceitar o fato de que a vida familiar muda e as mudanças nos impelem a progredir espiritualmente e a ser transformados pela atividade do Cristo, a Verdade. Até aquela data eu havia decerto adquirido o hábito de usar a expressão “Deus me ama” como um chavão, sem compreender seu significado, nem saber como colocar em prática essa verdade.
Diz-se que é difícil deixar os velhos hábitos. Neste caso, a cura que buscava não foi fácil. Exigiu oração persistente. Mas uma frase da Bíblia me ajudou a despertar e a dar-me conta da genuína promessa do sempre presente amor de Deus e de Sua eterna vida, que jamais se extingue: “Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e cearei com ele e ele comigo.”
Compreendi que precisamos abrir nosso pensamento para reconhecer a atividade do Cristo, a Verdade. Se o homem é o reflexo espiritual de Deus, então o medo e a solidão não são irremovíveis barreiras à felicidade, como parecem ser. Meu anseio de estar sempre com as “crianças”, como quando elas eram pequenas, era uma atitude mental egoísta e eu consegui perceber isso. Tal atitude não ajudava meu progresso nem o deles. Comecei a vencer essa maneira de ver limitada e egocêntrica, que me tornava solitária e infeliz desnecessariamente.
Deus não é Amor mutável, não é mais amoroso quando nossos filhos são pequenos e menos depois que eles crescem. Ele é Amor constante. Compreendendo isso, alcançamos a liberdade de viver uma vida produtiva, sem a carga de anseios não justificados, de reminiscências dolorosas e do desejo de viver no passado.
Pouco a pouco, minha oração levou-me a trabalhar com escolas da vizinhança, utilizando uma especialidade minha: declamar obras de poetas afro-americanos e entreter as crianças. À medida que adquiria uma compreensão mais nítida de que a presença onipotente de Deus pode transformar nossas esperanças e eliminar o medo, talentos criativos e artísticos vieram à tona.
Aprendi a ser mais humilde e procurei libertar-me do senso de importância pessoal. Comecei a compreender com maior profundidade que os ensinamentos espirituais da Bíblia e de Ciência e Saúde oferecem soluções para todos os problemas. Esses dois livros trazem o despertar espiritual. Compreendi também o que a Sra. Eddy quer dizer quando escreve em seu livro, Ciência e Saúde: “A Bíblia contém a receita para toda cura. ‘As folhas da árvore são para a cura dos povos.’... A árvore simboliza o Princípio divino do homem, e esse Princípio está à altura de qualquer emergência, oferecendo plena salvação do pecado, da doença e da morte.”
Progredir no papel de pai ou mãe inclui libertar emocionalmente os filhos que cresceram, permitindo-lhes ser responsáveis por si próprios. Estou adquirindo um respeito reverente pelo fato de que Deus dá a Seus filhos, todos eles, atividade perfeita. Ele dá aos pais a força para cuidar dos filhos e para se alegrarem quando estes se tornam adultos maduros e responsáveis.
Por fim, encontraremos a cura para a inquietude e tristeza do coração, ao aceitarmos a natureza espiritual do filho de Deus. Deus ama a nós e a nossos filhos. Jamais estamos sozinhos!
