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Será que a oração pode nos ajudar a fazer a lição de casa?

Da edição de julho de 1992 dO Arauto da Ciência Cristã


Certa Ocasião, Eu tinha cinco tarefas da escola para fazer no fim de semana. Pegava uma, depois a outra, sem contudo realizar muita coisa, o que foi me deixando cada vez mais frustrado. Passou, então, pelo meu pensamento a idéia de que poderia esperar até segunda-feira e pedir que algum colega me ajudasse.

Não fiquei muito feliz com essa idéia. Achava que eu deveria ser capaz de fazer o trabalho sozinho. Mas o que é que eu podia fazer? Haveria outra opção, que não a de esperar pela segunda-feira?

Sim. Eu podia orar. A oração já mostrara eficaz no passado, na solução de outros problemas. Fiquei então pensando que tipo de oração poderia ajudar-me com os deveres escolares. Apenas pedir a Deus que fizesse as tarefas desaparecerem? Talvez, de forma miraculosa, Deus poderia ditar-me as respostas? Ou, ainda, eu poderia fazer um trato com Deus: um bom comportamento no futuro em troca de ajuda naquele momento. Entretanto, por mais desejáveis ou tentadoras que essas idéias parecessem ser frente ao meu problema, eu sabia que era necessário empenhar-me para encontrar uma solução melhor.

Assim, fiz uma tentativa superficial de oração. Afirmei que Deus é a Mente divina, a fonte de toda a inteligência, e que eu, como expressão espiritual de Deus, podia demonstrar essa inteligência. Terminei abruptamente a oração nesse ponto, pensando que já seria capaz de fazer minhas tarefas.

Nada aconteceu. Tentei trabalhar nas lições novamente, mas não fiz progresso algum. Então, com um pouco mais de humildade, recapitulei minha oração. Por que não havia funcionado? Uma pequena frase da Bíblia veio-me ao pensamento: “pedis mal”. Reconheci que essa frase era a explicação dada por Tiago ao fato de nossas orações, às vezes, não serem atendidas: “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal”.

Decidi reavaliar as afirmações que eu havia feito em minha oração. Ter afirmado que Deus é Mente estava correto. Deus é a Mente infinita que sabe tudo, que possui toda a inteligência. A Ciência Cristã nos mostra também que o homem é espiritual e expressa a natureza de Deus, a Mente divina. Podemos sempre nos valer da inteligência divina. A Sra. Eddy escreve em Ciência e Saúde: “Deus é inteligência.” E, mais adiante, ela pergunta: “Devemos implorar junto à fonte aberta, da qual jorra mais do que aceitamos, para que nos dê mais?”

Nenhum problema até aí. Perguntei-me então: por que estou orando? Seria com o propósito de expressar mais da inteligência de Deus ou estaria simplesmente tentando encontrar um meio de fazer minhas tarefas? Para ser honesto comigo mesmo, eu tive de admitir que estava simplesmente procurando uma forma de concluir minha lição de casa. Não me interprete mal. Fazer lição de casa é uma coisa correta. Mas, apesar do fato de minha oração estar correta, meus motivos eram suspeitos. Eu estava falhando no que dizia respeito ao espírito da oração.

Na Bíblia, a história de Salomão nos fornece um exemplo prático. Salomão tornou-se rei quando ainda bem jovem. Não era de se admirar que ele estivesse se sentindo um pouco preocupado com o peso da responsabilidade. Deus perguntou-lhe o que gostaria de receber. Ao invés de pedir riquezas ou adulação pessoal, Salomão desejou um “coração compreensivo” para que pudesse, com sabedoria, resolver os problemas de seu reinado. Sua oração foi desinteressada. Não quis conforto ou riqueza, antes desejou expressar a sabedoria de Deus em seus deveres como rei. Salomão foi recompensado com um coração compreensivo.

Já no meu caso, as orações visavam a pedir egoisticamente que eu conseguisse fazer minhas lições de casa, para me ver livre delas o quanto antes. Comecei a perceber que meu objetivo deveria ser o de expressar melhor a inteligência da Mente com um “coração compreensivo”. Minha oração já não visava mais a pedir a Deus que me ajudasse e de alguma maneira me fornecesse as respostas, nem eu procurei negociar com Deus. Ao invés disso, ela capacitou-me a parar de pensar em mim como se eu fosse um mortal limitado, com uma carga muito pesada e uma habilidade questionável, e passei a reconhecer-me como semelhança espiritual de Deus, expressando com naturalidade Suas qualidades.

Quando comecei a orar com menos egoísmo a respeito das tarefas escolares daquele fim de semana, pensei naquilo que Cristo Jesus disse: “Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas.” Para mim, isso significava que, quando oramos a fim de expressar a inteligência da Mente, ou seja, buscamos “o seu reino”, alcançamos o benefício natural de completar o trabalho que precisamos realizar. Essas são as coisas que nos “serão acrescentadas.”

Um final feliz para minha história seria o de que fui capaz de fazer as tarefas imediatamente. Certo? Bem, quase. Depois dessa oração bem mais definida, progredi a largos passos na execução dos deveres. As idéias de como desenvolver os trabalhos fluíram abundantemente. Ao término daquele fim de semana tudo estava pronto, com exceção de um dos exercícios, que parecia impossível de ser resolvido. Apesar disso, eu sentia que minha tarefa estava terminada.

Na segunda-feira, soubemos na escola que não era mais necessário apresentar aquele exercício que eu não havia conseguido resolver, visto ter sido constatado que não havia solução para ele da forma como fora enunciado. Meu trabalho fora realmente completo.

As lições de casa não precisam ser tarefas entediantes ou impossíveis. A oração nos habilita a expressar a inteligência sempre presente de Deus. Percebemos, então, que podemos não só executar nosso trabalho mas, o que é mais importante, podemos nos elevar acima do pensamento desanimador de que só possuímos habilidade e inteligência limitadas. E começamos a compreender que nós somos a expressão da Mente inteligente e infinita.

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