O ano de 1994 foi designado pelas Nações Unidas como “O ano internacional da família”. Esta seção do Arauto dará atenção especial aos recursos espirituais ao alcance de todas as famílias. Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras Mary Baker Eddy escreve: “Com um só Pai, isto é, Deus, toda a família humana consistiria de irmãos; e com uma Mente só, ou seja, Deus, ou o bem, a fraternidade dos homens consistiria de Amor e Verdade, e teria a unidade do Princípio e o poder espiritual que constituem a Ciência divina” (p. 469).
Será Que Algum dia eu vou me casar? Onde está minha futura esposa (ou esposo)? Como vamos nos conhecer? Como vou lidar com esse relacionamento? Tais perguntas ocupam os pensamentos de muitas pessoas. Ser amado é algo maravilhoso, no entanto, o medo de acabar com o coração partido faz com que muitas pessoas não se sintam confiantes frente a um compromisso.
Eu sonhara acordado com o casamento, pensara no assunto muitas vezes, mas os anos passavam e comecei a questionar se algum dia chegaria a casar-me. O que é mais importante, eu queria ter certeza de que seria feliz, casado ou solteiro. Essa é a questão crucial: como ser feliz, não importa qual seja o estado civil — solteiro, casado, divorciado ou viúvo.
Em busca de uma resposta, fui ao livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde, de autoria da Sra. Eddy. No passado, ao compreender melhor a Deus e minha identidade como Seu filho, eu encontrara respostas às inúmeras perguntas que tinha: sobre mim mesmo, sobre saúde, relacionamento, problemas na escola e no trabalho. Constatara que, juntamente com a Bíblia, Ciência e Saúde é um livro muito útil na solução de problemas. Foi assim que me voltei a ele, mais uma vez.
Ciência e Saúde tem um capítulo intitulado “O Matrimônio”. A epígrafe desse capítulo contém as seguintes palavras bíblicas de Cristo Jesus: “Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem.” Mateus 19:6. Para mim, essa afirmação simboliza o fato de que Deus une em cada um de nós Suas qualidades, inclusive amor, sabedoria, compreensão, pureza e força. Lembrei-me de que, nas Bem-aventuranças, Jesus claramente salientou, para serem colocadas em prática, qualidades de pensamento que nos são concedidas por Deus. Entre elas encontramos humildade, mansidão, honestidade, pureza de coração e espírito pacificador.
Vivenciar essas qualidades em nossa vida significa descobrir a verdadeira identidade do homem, como expressão espiritual de Deus. Nosso objetivo é compreender quem somos como filhos de Deus e, como Sua expressão, viver tais qualidades.
Ciência e Saúde ajuda-nos a descobrir no que consistem essas qualidades. O livro dá-nos a seguinte interpretação espiritual da palavra noiva: “Pureza e inocência, que concebem o homem como idéia de Deus; um sentido de Alma, que tem a bem-aventurança espiritual e goza de felicidade, mas não pode sofrer.” Ciência e Saúde, p. 582. Ciência e Saúde nos apresenta a seguinte definição para a palavra noivo: “Compreensão espiritual; a consciência pura de que Deus, o Princípio divino, cria o homem como Sua própria idéia espiritual, e de que Deus é o único poder criador.” Ibidem, p. 582. Ao compreendermos a identidade do homem, chegamos a uma conclusão radical: o verdadeiro ser do homem é completo. Podemos concluir que as qualidades espirituais representadas pela noiva e pelo noivo estão incluídas no homem.
A pureza é a noiva que nos une a um sentido mais amplo de alegria e paz e, em realidade, já faz parte de nossa identidade espiritual. A compreensão espiritual é o noivo, que nos possibilita compreender a Deus e perceber a nós mesmos como Sua criação. Essa compreensão também é inata no homem. À medida que compreendemos mais a respeito dessas qualidades e as aplicamos em nosso dia-a-dia, constatamos que nossos desejos são atendidos. Nosso coração sente-se satisfeito com a doce conclusão de que nossa inteireza e felicidade originam-se em Deus e estão garantidas agora mesmo.
Partindo da verdade de que a pureza se origina em Deus, descobrimos que a verdadeira identidade do homem é sempre pura e inocente. Apesar dos erros do passado ou das incertezas do presente, à medida que cedermos a esse fato espiritual e reconhecermos a graça de Deus e o controle que Ele exerce, sentiremos Seu terno poder a eliminar a solidão e o medo, que deixam sem colorido tanto nossa perspectiva como nossas ações. Despertamos para uma nova percepção de quem na verdade somos — filhos de Deus, herdeiros da alegria, da paz, da graça e de pensamentos puros e firmes. Quando nos imbuímos dessa compreensão, já não mais cultivamos o anseio por ter outra pessoa ao nosso lado, nem nos satisfazem os pensamentos sensuais a respeito dos outros, as fofocas, a condenação e o sarcasmo. Esses pensamentos não são divinos nem denotam força; são na verdade fraquezas. Não têm fundamento, pois carecem de verdade. Quando enfrentados honestamente, com a convicção de que a pureza de pensamento já é parte integrante do homem, tais impostores se dissipam e desaparecem.
O que dizer, no entanto, se a luta para eliminar tais inclinações for árdua? Se elas parecerem muito mais arraigadas do que a pureza que afirmamos ser inerente ao homem? É então que, mais do que nunca, nossas orações precisam firmar-se no fato de que Deus é Mente divina, a única fonte do verdadeiro pensamento. A tendência da vontade humana de agarrar-se ao medo, à luxúria e ao ódio, ou de se deixar agarrar por estes, deve ceder à vontade divina. A Bíblia nos ensina: “Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação.” 2 Tim. 1:7. Essa verdade é suficientemente poderosa para confortar o coração e guiar-nos rumo às veredas da alegria.
A compreensão espiritual, representada como o noivo, nos habilita a conhecer a Deus, não apenas como nosso Pai ou Criador, mas num sentido mais completo, como Amor, Alma, Princípio, Mente, Verdade e Vida. O homem nunca pode estar separado das qualidades que estão implícitas nesses sinônimos de Deus. O homem está, na realidade, inteiramente envolto por Ele. Deus, o Amor, mantém o homem com ternura e bondade. Deus, a Alma, faz companhia ao homem por meio de graça, alegria, paz e harmonia. Como o homem é inseparável de Deus, a Vida, esse vínculo torna-se evidente por meio da manifestação natural de sáude, força e propósito.
Esse raciocínio espiritual revela-nos continuamente o relacionamento que há entre o homem e Deus, mostrando-nos que somos muito mais do que imaginávamos ser. Encontramos as oportunidades de expressar, a todos com quem entramos em contato, esse conceito verdadeiro. Ao vivermos de acordo com esses fatos espirituais, confirmamos que o homem está desposado com o verdadeiro conceito de noiva e noivo, incluindo essas qualidades em sua natureza.
Minha própria vida ilustra esse fato. Como disse antes, eu questionava se algum dia chegaria a me casar. Ao mesmo tempo, estava em busca de um sentido mais amplo de felicidade. Eu pensava nessas questões com honestidade, muita honestidade. Sentia muito medo e solidão; lutava, também, com desejos físicos — falsos conceitos sobre mim mesmo que precisavam da pureza da noiva. Eu orava constantemente: “Pai, mostra-me como devo pensar.” Tratei, também, de vencer todo pensamento menos cristão que porventura tivesse sobre qualquer pessoa, inclusive sobre mim mesmo. Esforcei-me para expressar fielmente as qualidades de noivo, descritas anteriormente.
Passo a passo, eu sentia a ajuda de Deus. Esse esforço espiritual tornou-se empolgante; a oração transformou-me. Fiquei menos confuso e menos crítico. Sentia mais paz. Realmente, encontrei minha alegria em Deus e passei a ter certeza de que podia ser feliz, independentemente de meu estado civil.
Alguns meses depois de alcançar essa estabilidade emocional e paz interior, apanhei minhas anotações e fiz uma revisão dos trechos bíblicos que me haviam sido tão úteis. Veio-me com clareza a idéia de convidar uma conhecida, uma jovem viúva, e sua filha, para jantar. Aconteceu que ela também estivera orando para compreender melhor a idéia de Deus como esposo e Pai cuidadoso para cada um de Seus filhos. Descobrimos naquela noite que Deus havia nos aproximado. Casamo-nos oito meses mais tarde. Foi uma cerimônia de gratidão pelas qualidades divinas de noivo e noiva que estão divinamente estabelecidas em cada um de nós.
O casamento de cada um de nós com essas qualidades é uma realidade agora mesmo. Ao compreender a inteireza do homem, sua verdadeira identidade como filho de Deus, você descobrirá um maior sentido de pureza e compreensão espiritual: descobrirá o noivo e a noiva que existem em você.
Nem olhos viram,
nem ouvidos ouviram,
nem jamais penetrou em coração humano
o que Deus tem preparado
para aqueles que o amam.
1 Coríntios 2:9
