Talvez Estejamos Sentindo-Nos frustrados porque depositamos nossa confiança em alguém, votamos nele porque pensamos que esse candidato solucionaria todos os problemas de nosso país e, subitamente, ele é acusado de cometer muitos crimes contra o povo. É também possível que estejamos pensando que não mais podemos confiar em políticos e em governantes. Muitos países enfrentam hoje, ou já enfrentaram em outras épocas, esse problema.
O que decepciona, em realidade, não é tanto uma pessoa, mas o ter confiado em algo errado, ou no que se pode chamar de crença em um poder separado de Deus. Depositar confiança em “homens”, isto é, em mortais, que são apenas arremedos do homem espiritual criado por Deus, leva-nos a decepções. Por outro lado, o reconhecer que somente Deus tem autoridade e que somos governados exclusivamente por leis estabelecidas por Ele — pelo Amor, pela Verdade e pela Vida, mantém-nos livres de frustrações e desapontamentos.
Possivelmente você seja como eu, uma simples cidadã. Talvez alguém esteja, agora, subordinado a um chefe tirano, oportunista, que explora seus empregados. Seria a oração eficaz em tais circunstâncias? A oração é sempre o melhor caminho para resolver uma situação desagradável. No íntimo de nossa consciência, voltemonos à Mente divina em busca de orientação. Afirmemos com sinceridade que há um só governante, um só chefe, um só poder. Reconheçamos, sem receio, que obedecer a Deus é nosso dever incondicional. A orientação que a Mente divina com certeza nos dará está alicerçada na integridade, na justiça e no amor. Essa compreensão mais elevada ajudará a eliminar a intranqüilidade e dará meios para remover injustiças e danos.
Conta-nos a Bíblia que certa vez Cristo Jesus, “vendo as multidões, subiu ao monte” Mateus 5:1. e falou a seus discípulos. Gosto de pensar sobre essa frase que introduz o mais famoso sermão jamais pregado, o Sermão do Monte. Imaginei como seria essa multidão. Com certeza, havia entre aquele povo pessoas doentes, mas havia também os que eram infelizes, desonestos, injustos. Deve ter havido também os sinceros, inofensivos, abnegados.
Jesus, nesse sermão incomparável, conforta, exige, ensina, exorta, adverte e aconselha. Tudo é dito com amor e segurança. Mateus declara em seu evangelho que “quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina; porque ele as ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas”. Mateus 7:28, 29.
Os escribas eram considerados doutores nas leis, isso queria dizer que conheciam muito bem as leis. Mas faltava aos escribas a autoridade que Jesus tinha, quando proferiu seu sermão, dando as normas que seus seguidores deviam obedecer. Parece-me que essa autoridade de Jesus provinha do fato de que ele agia em conformidade com o que ensinava. Suas palavras eram o reflexo perfeito de seus pensamentos e de suas próprias atitudes. Havia coerência entre suas palavras e seus atos.
Um dia, um amigo de nossa família telefonou-me para saber a minha opinião sobre candidatar-se a um cargo público político. Antes de mais nada, perguntei-lhe que motivos ele teria para candidatar-se a um cargo representativo no governo de sua cidade. A resposta veio rápida e sincera: “quero ajudar a todos os que precisam de minhas capacidades, e se eu estiver neste cargo, terei muito mais oportunidades”.
Claro que não foi necessário eu dar minha opinião se devia ou não se candidatar. Ele mesmo sabia o que estava fazendo e somente pude parabenizá-lo pelos motivos que o levaram a tomar tal decisão. Comentei com ele que amar a Deus sobre todas as coisas e amar o próximo como a si mesmo ainda era a maior lei vigente no reino de Deus. Nenhuma lei podia deturpar essa lei maior. Pelo que se soube, mais tarde, ele foi muito bem sucedido no seu propósito.
Aquele que honestamente se propõe a ajudar o próximo, sentese feliz em proporcionar o bem aos outros. No momento adequado, recebe, com certeza, a justa recompensa. Essa recompensa não precisa ser manifestada por meios materiais. É algo que ocorre na própria consciência e é, muitas vezes, invisível aos que o cercam.
Com freqüência ouve-se dizer que o “poder subiu-lhe à cabeça”. Para seu próprio bem e para o bem de seus governados, a pessoa que ocupa um cargo administrativo ou político necessita manter-se consciente do governo de Deus. Se essa pessoa ainda não reconheceu a autoridade divina, cabe àqueles que a percebem afirmar, em oração, essa verdade. A declaração eficaz consiste em declarar a verdade, não o erro. Há uma só Verdade e esta é suficientemente poderosa para corrigir as irregularidades que o pensamento humano trama. Em Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras Mary Baker Eddy, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã
Christian Science (kris´tiann sai´ennss), declara: “Os cristãos têm de pegar em armas contra o erro, em casa e fora de casa. Têm de lutar contra o pecado em si mesmos e nos outros, e continuar essa batalha até que tenham completado sua carreira. Se guardarem a fé, terão a coroa do regozijo.” Ciência e Saúde, p. 29. Essa passagem do livro-texto da Ciência Cristã leva a pensar nos seguintes versículos bíblicos: “Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as armas da nossa milícia não são carnais, e, sim, poderosas em Deus, para destruir fortalezas; anulando sofismas e toda altivez que se levante contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo.” 2 Cor. 10:4, 5.
Um raio do sol não pode existir sem o sol. Fazendo uma comparação, pode-se dizer que não existe sabedoria sem Mente, não existe justiça sem Verdade, não existe atividade sem Vida. Deus é o eterno governador, o legislador justo, o verdadeiro Criador, o perfeito Regente.
Só há um poder. Só há um governo. Só há um legislador e uma só lei — a lei de Deus. À medida que cada indivíduo tomar consciência desse fato maravilhoso e agir de acordo com essa compreensão, estará auxiliando as autoridades humanamente constituídas a tomar decisões corretas e decentes em todas as situações governamentais.
A boca do justo profere a sabedoria,
e a sua língua fala o que é justo.
No coração tem ele a lei do seu Deus;
os seus passos não vacilarão.
Salmos 37:30, 31
