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Má prática: elemento alheio à oração curativa

Da edição de outubro de 1994 dO Arauto da Ciência Cristã


Minha Amiga Riu-Se, ao descrever o desastre da sopa. O prato favorito da família era “gumbo”, uma espessa e picante sopa feita de frutos do mar, verduras e arroz. Ela passara o dia preparando esse prato, adicionando o tempero certo e desfrutando do aroma no ar, enquanto a sopa apurava no fogão. Mas pouco antes da refeição, o marido, na expectativa do resultado final e num impulsivo desejo de ajudar, acrescentou uma lata de sardinhas ao preparado. Infelizmente, a partir daquele momento, a panela de sopa só tinha gosto de sardinhas. Para eles, a sopa ficou intragável e o jantar foi ovos mexidos.

Ri-me com ela. Mas ao mesmo tempo, recordei uma cura espiritual que quase foi estragada por um ingrediente indesejável. Pensei ter sido rápida e completamente curada de uma doença, por meio da oração na Ciência Cristã. Persistiu, porém, um espasmo abdominal fortuito, muito desagradável. Durante esse período, fui dar um passeio, regozijando-me na beleza da região e sentindo imensa gratidão pelas melhoras, quando, de repente, o espasmo me recordou não estar a cura completada.

Por alguns momentos fiquei quieta, atenta, em espírito de oração, a algum pensamento inspirado. De manso, veio a mim a frase: má prática. Instantaneamente a dor desapareceu e jamais retornou. O que é que acontecera? A maior parte da cura já fora realizada através da afirmação, em oração, da perfeição de Deus e do homem à Sua semelhança. Então, como as sardinhas na sopa, um pensamento alheio à cura espiritual surgiu, ameaçando a inteireza da cura. Nessa ocasião, não senti que estivesse a lidar com má prática no sentido de um mal específico dirigido contra mim. Era mais como uma resistência impessoal do materialismo à prática da cura espiritual e à demonstração da perfeição concedida ao homem por Deus. Era um ataque dirigido à eficácia e totalidade da oração.

Dos profetas e apóstolos, aprendemos que as demonstrações do poder curativo de Deus são muito mais que a simples melhoria de alguma situação discordante, pois levam à cura completa. A inteireza espiritual do homem, evidenciada na cura bíblica, proporciona o modelo para os passos de progresso espiritual na atualidade. Cristo Jesus, em particular, demonstrou que a cura cristã é completa e definitiva. Em nosso esforço por seguir seu exemplo, cada sinal de progresso é bem-vindo. Mas seu elevado nível de como provar a integridade ou inteireza espiritual do homem não diminuiu. Suas instruções a seus discípulos de todos os tempos não foi ser quase perfeito. Ele disse: “Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.” Mateus 5:48. Fica claro, de seus ensinamentos e exemplo, que ele não estava a realçar a perfeição material, mas a unidade do homem com Deus, a Mente divina, e sua perfeição espiritual como semelhança de Deus, a qual é fundamental para a cura da doença e do pecado por meio da oração.

A Ciência Cristã ensina que a prática curativa do cristianismo deve conformar-se à pureza do amor que Cristo Jesus exemplificou. Pondo cada vez mais em prática, em nossa vida, as qualidades divinas que o Mestre viveu com tanta intensidade, como amor, gentileza, altruísmo, humildade e fidelidade a Deus, aumentamos nossa capacidade de curar com eficácia.

Essa prática significa muito mais do que simplesmente nos tornarmos melhores. É um reconhecimento e demonstração contínuos da perfeição do homem como filho de Deus. Jesus não apenas se referiu a si mesmo como o Filho de Deus, mas ensinou seus seguidores a nada reconhecerem em si mesmos que fosse inferior à perfeita filiação e a medirem suas vidas por esse ideal. Para ele, o reconhecimento de Deus como Pai incluía necessariamente a afirmação do homem como filho, como expressão de Deus, o Espírito, inseparável de sua origem. O humilde reconhecimento da unicidade de Deus e do homem é a base da prática da cura cristãmente científica.

Por outro lado, a má prática é uma negação da totalidade de Deus e da unicidade do Pai perfeito com a expressão perfeita. A Ciência Cristã utiliza o termo magnetismo animal para descrever a crença errônea de existir uma mente separada de Deus, de existir um poder adicional à Verdade que se opõe à completa bondade e perfeição de Deus e do homem. A má prática mental, promovendo ativa ou passivamente a negação da Verdade, é um aspecto do magnetismo animal. A má prática resiste à cura espiritual e procura fazer-nos aceitar a evidência material como critério determinador do estado da humanidade e assim negar a revelação bíblica do homem como semelhança do Espírito, Deus. Como resultado, as imperfeições da matéria, incluindo pecado, doença e morte, são consideradas normais e inevitáveis.

A prática da Ciência Cristã estabelece persistentemente na consciência a unidade de Deus e do homem, enquanto que a má prática faz exatamente o oposto. Recusando-se a discernir o homem como a imagem perfeita do único Deus perfeito, promove agressivamente a visão material e imperfeita da humanidade como correta e até ordenada por Deus. Separa Deus do homem, aceitando Deus como Espírito e bom, mas Sua imagem, o homem, como material e pecador. Essa incoerência é o oposto da Ciência Cristã. A má prática apresenta-se sutilmente como nosso próprio pensamento, mas é de fato totalmente alheia ao pensamento cristão. Quer seja praticada ignorante ou intencionalmente, afasta o pensamento da atividade espiritual iluminada e leva a pessoa a aceitar atitudes mentais não cristãs tais como o medo, a dúvida ou o ódio, em resumo, oposição generalizada à verdade de Deus e do homem.

A má prática mental não provém da Mente divina e por isso não pode ser uma atividade da semelhança da Mente, ou seja, do homem. É uma fase da mente carnal, que Paulo declarou ser “inimizade contra Deus”. Romanos 8:7. Esse antagonismo não deve ser considerado levianamente, mas a Ciência Cristã revela que a mente carnal nada mais é do que uma mentira, irreal e sem poder. Tolerar a má prática sob qualquer forma é permitir que uma mentira corrompa a adoração pessoal de Deus. Mas porque é uma mentira, não precisa ser temida, porque nunca uma mentira pode ser verdadeira ou tomar o lugar da verdade. A má prática não tem poder algum para prejudicar e podemos prová-lo por meio de nossa oração vigilante. Com freqüência, o mero reconhecimento, por meio de oração humilde e enaltecedora, de que aquilo com que nos debatemos nada é senão má prática, expele-a de imediato, tal como a luz destrói num instante a escuridão. Muitas vezes, porém, são necessários vigilância e um exame de consciência diligente para iluminar e purificar o pensamento, removendo aquilo que pretende negar a atividade curativa do Cristo.

Jesus advertiu seus seguidores que vigiassem. Constantemente encher nossa consciência só com o que a Verdade e o Amor revelam mantêm-nos alertas e atentos para o que aceitamos no pensamento como verídico. Esse é o método afirmativo pelo qual nos mantemos fiéis à prática de cura do cristianismo. A oração que se volta com determinação e humildade para a luz da verdade, reconhece Deus como a única Mente capaz de conceder algo ao homem. Essa oração torna-nos receptivos às idéias que Deus de contínuo nos dá. Vemos que essas idéias são inteiramente boas e poderosas, de pronto disponíveis, protegendo e alimentando nosso desejo de pensar e viver de modo espiritual. A oração autêntica, com sua obediência consciente à Mente, é um santuário de segurança, no qual não podemos ser levados a exercer a má prática, nem podemos sofrer pelos erros ou intenções maliciosas de outros. Nosso amor a Deus e ao homem estabelece o tom de nossa experiência e proporciona a certeza de que o homem reflete o domínio de Deus, permitindo-nos distinguir os pensamentos corretos dos errôneos e rejeitar aqueles que não são dignos do cristianismo.

A prática mental da Ciência Cristã começa com a afirmação, inocente e sem temor, da totalidade de Deus e da perfeição do homem e com a recusa em aceitar a interferência do medo, da dúvida ou da crença em algo oposto à Verdade. O vasto poder do Amor divino, acalentado na consciência, revela progressivamente nossa filiação individual com Deus e nossa imunidade ao pecado e à doença. O que já tivermos entendido desse Amor ajuda-nos a subjugar pensamentos e atos errados e traz cura espiritual. Não podemos perder o terreno conquistado dessa forma. A Sra. Eddy assegura-nos: “Sabe, então, que possuis poder soberano para pensar e agir corretamente, e nada pode desapossar-te dessa herança e violar o Amor. Se mantiveres essa posição, quem ou o que pode fazerte pecar ou sofrer?” Pulpit and Press, p. 3.

Cada um de nós tem o direito de exercer a vigilância espiritual que nos habilita a proteger da má prática nossos pensamentos, e assim também nossa experiência. Dessa forma, nada pode apagar de nossa vida a expressão completa da paz, da alegria e da liberdade que são a vontade de Deus.

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