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Eleja a mansidão!

Da edição de outubro de 1994 dO Arauto da Ciência Cristã


O Candidato Presidencial dirige-se aos eleitores e anuncia que pretende ganhar as eleições através da mansidão e da consideração, renunciando a agir como um candidato “durão”. O presidente de uma corporação multinacional declara perante jornalistas que terminou a era da competição implacável e que é necessário estabelecer valores tais como honestidade e cooperação, como objetivos empresariais.

Para muitos, tal comportamento pode parecer ingênuo ou inadequado, porém, nota-se claramente que está ocorrendo uma mudança para melhor nas relações entre as pessoas, como também nas estruturas políticas e econômicas. Isso requer do indivíduo um envolvimento consciente e responsável. O respeito mútuo substituirá, por conseguinte, a mentalidade da competição agressiva.

De que maneira a mansidão aplicada a nossas relações com outras pessoas, no dia-a-dia, pode tornar-se uma força que nos leve seguramente a soluções harmoniosas e bem sucedidas? Como é possível, por um lado, agir com mansidão e, por outro, encontrar proteção nessa qualidade de caráter, mesmo frente a ataques mentais agressivos, talvez até mesmo ataques físicos?

Pode-se objetar que uma atitude de mansidão pode fazer com que corramos o risco de ser vítimas de manifestações egoístas de prepotência por parte de outras pessoas. Contudo, ser manso não significa ficar sem defesa.

Em alemão a palavra “manso” se origina da língua indogermânica, onde significa, em essência, “um”, e “juntos em um”. Sentir-se verdadeiramente um com Deus, estar convicto dessa união, permite ao indivíduo estar consciente de sua segurança e proteção. Faz com que ele constate que a consciência da união com Deus, que vem da mansidão, oferece proteção. Essa consciência nos sintoniza com Sua onipotência, o que se evidencia em nossa experiência como proteção e segurança.

Com o Sermão do Monte, Cristo Jesus deu ao mundo uma clara diretriz para uma coexistência pessoal, nacional e global. “Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.” Mateus 5:5. Essa promessa coloca a mansidão acima do poder pessoal, como sendo uma atitude mental indispensável. O poder que se origina na mansidão exclui a crueldade e a prepotência; ele se manifesta todas as vezes que, seja trabalhando pelo interesse público na política ou na economia, seja ocupando alguma outra posição, estamos conscientes da onipotência de Deus e nos colocamos humildemente a Seu serviço. Ao examinar a obra de Cristo Jesus, notamos que ele mostrou à humanidade uma nova dimensão do amor, através de seu exemplo. O verdadeiro poder é estar consciente da onipotência do Amor, e Jesus personificou isso à perfeição. Sua mansidão apoiava-se no conhecimento de que ele expressava a natureza de Deus a cada instante, glorificando-O dessa maneira. Com isso, foi capaz de enfrentar até as situações mais difíceis com total domínio, lidando eficazmente com os perigos.

Ao pregar em Nazaré, atraiu a ira dos habitantes locais. Percebe-se que as pessoas na sinagoga (algumas traduções Bíblicas relatam que era uma multidão) estavam prestes a explodir em violência. Lucas, o Evangelista, escreveu: “E levantando-se, expulsaram-no da cidade e o levaram até ao cume do monte sobre o qual estava edificada, para de lá o precipitarem abaixo.” Lucas 4:29, 30. Cristo Jesus não retribuiu a violência com mais violência, antes, a convicção da verdade que defendia proporcionou-lhe proteção, preservando-o ileso. A consciência de sua união com Deus dominou a situação.

Em muitos países, faz-se ouvir cada vez mais o apelo para que se apresentem para cargos públicos pessoas determinadas a agir de acordo com o Sermão do Monte. Pesquisas de opinião feitas na Alemanha, relativas a qualidades desejáveis nos políticos, mostram que conceitos como “valentia” e “força de vontade” estão cedendo terreno a qualidades como “discernimento” e “equilíbrio”.

Expressar qualidades cristãs e morais liberta-nos de modelos de comportamento que se caracterizam, na maior parte das vezes, por vontade humana. Num estado mental de mansidão, reconhecemos as idéias corretas, separando-as das noções falsas. Essa percepção faz com que vejamos com clareza os passos que devemos dar. Dessa maneira, podemos superar obstruções a planos e políticas que têm por objetivo beneficiar a humanidade. Se permitirmos que a idéia correta se desdobre, conscientes de que ela não pode deixar de se expressar, veremos abrir-se novas possibilidades de ação, possibilidades essas que estavam encobertas ao ponto de vista mortal.

A mansidão, fundamentada no reconhecimento da onipotência de Deus, é verdadeira força. A mansidão, sem essa convicção, seria sem dúvida fraqueza. Todos nós podemos ser genuinamente mansos, a despeito das características humanas que nos são atribuídas. É o Cristo, a influência divina operando em nós, que nos possibilita expressar qualidades úteis, tais como receptividade, flexibilidade, espírito comunitário e criatividade. Essa influência divina, apresentada ao mundo por Cristo Jesus em sua vida exemplar está em ação hoje, como sempre esteve. Está em ação, ainda que tons beligerantes possam estar às vezes clamando em alta voz. Nossas orações, que são afirmações desse poder proveniente da união com Deus, ajudam a libertar pessoas e nações dos abusos da prepotência física e mental.

Cada um de nós pode adotar uma atitude mansa, embora firme, a partir da qual possamos aceitar e utilizar as poderosas leis do Amor. Com total autoridade, podemos insistir na supremacia da lei divina, que põe a descoberto tramas censuráveis e habilita-nos a resistir-lhes e vencê-las.

Em seu artigo “Prospecto”, a Descobridora e Fundadora da Ciência Cristã, Mary Baker Eddy, mostra como a mansidão [ou humildade] se manifesta: “A mansidão só eleva os atributos imortais ao tirar o pó que os obscurece. A bondade revela outra cena e outro eu, aparentemente envoltos em sombras, mas trazidos à luz pelas evoluções do pensamento que progride, pelo qual discernimos o poder da Verdade e do Amor para curar o enfermo.” Miscellaneous Writings, pp. 1—2.

A Sra. Eddy encontrou muita resistência em sua vida. Contudo, seguiu adiante, freqüentemente contra a opinião mesmo daqueles que lhe eram chegados, mostrando que ela compreendia sua união com Deus. A oração que a tornava capaz de fazer a vontade de Deus dava-lhe apoio e coragem. Quando chegava a decisões fundamentadas em suas orações, permanecia firme e não se intimidava. Freqüentemente, o acerto de sua decisão tornava-se evidente somente muito depois, para aqueles à sua volta. Por experiência própria, ela pôde escrever, no livro-texto da Ciência Cristã: “A mansidão e a caridade têm autoridade divina.” Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, p. 270.

Orando dessa maneira, nós seremos mais fiéis às nossas obrigações e responsabilidades como eleitores, e seremos capazes de obter o apoio de nossos concidadãos para objetivos que se alcançam com mansidão e êxito, e que servem para edificação mútua. Então, a força sobre a qual construímos terá permanência e abençoará. A promessa de tais resultados encontrase num cântico de louvor, nos Salmos: “Porque tu salvas o povo humilde, mas os olhos altivos tu os abates.. . Pois contigo desbarato exércitos, com o meu Deus salto muralhas” (18:27, 29).

Não desperdicemos mais nem um minuto; acalentemos a mansidão e a força agora mesmo. Elas expressam nossa verdadeira identidade, e colocá-las em prática satisfaz a nós e abençoa o mundo.

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