Ajuda-Me Muito pensar na oração como sendo “amizade com o grande companheiro.” Essa maneira de encarar a oração traz o calor do afeto que nos permite sentir a presença e o poder de Deus.
A Bíblia não apenas nos diz que "Deus é Amor” 1 João 4:16., mas também nos dá vários exemplos de como o amor de Deus tem se manifestado sob a forma de terno cuidado para com Sua criação espiritual. A Bíblia, assim como Ciência e Saúde, de autoria de Mary Baker Eddy, ensina a respeito do amor que flui livremente de Deus para Sua idéia espiritual, o homem.
À medida que percebemos as implicações práticas do amor de Deus, adquirimos dia a dia maior confiança em Sua bondade sempre presente. Por meio da oração, voltamo-nos para Ele inteiramente seguros de Seu auxílio e orientação constantes. E o feliz resultado é que passamos a nos dirigir a Deus como nosso amigo. Naturalmente, sentir tal proximidade com o Amor infinito enriquece nossas afeições e nos torna mais compassivos com os outros.
Esse senso sagrado de amizade proporcionou-me uma cura marcante de graves queimaduras. Estava visitando minha filha e ajudava-a a preparar e servir a refeição. Quando abri a porta do forno, uma explosão me derrubou e me envolveu em chamas. O choque foi tremendo e a dor insuportável. Depois que meus familiares apagaram as chamas, comecei a perceber a gravidade do acidente.
Voltei-me inteiramente a Deus em oração. De imediato, fiquei mais calma ao sentir a onipresença e a onipotência de Deus me envolvendo. Devia conduzir várias reuniões na igreja e não queria cancelá-las por não me sentir bem. Sem demora, afirmei a verdade da declaração da Sra. Eddy: “. ..permanecei na certeza de que, quanto estiverdes a serviço de Deus, jamais vos faltará o amparo do braço que Ele vos estende.” Message to The Mother Church for 1901, p. 1. Sabia que o conforto e a força de Seu braço estendido me dariam condições de continuar a Seu serviço sem interrupção. Era como se Deus estivesse a meu lado, como um amigo, oferecendo-me Seu braço, Seu poder espiritual, para me sustentar e apoiar.
O pensamento simples e puro, que veio em resposta à minha oração, foi: “Você e Deus andam juntos.” Entendi com maior clareza minha inata coexistência espiritual com Deus. Ele é Espírito. Em verdade, o homem é um com Deus como Sua imagem e semelhança espiritual. Portanto, o homem está eternamente em segurança e reflete a substância do Espírito. A substância divina inclui tudo o que é completo, bom e puro e o homem existe para expressar a perfeição espiritual e sem mácula de Deus.
Esses vislumbres espirituais trouxeram alívio imediato da dor e do medo. Contudo, a parte mais especial dessa cura ainda estava por vir. Eu havia tentado falar com uma praticista da Ciência Cristã, a quem conhecia, para solicitar mais ajuda pela oração, mas não conseguira falar com ela. Ao me perguntar a quem mais eu poderia pedir ajuda metafísica, lembrei-me da igreja filial que freqüento, distante muitas milhas. Lembrei-me dos membros com quem trabalhara durante muitos anos nas atividades da igreja e compreendi, com imensa gratidão, que lembrava de cada um deles como um amigo a quem eu poderia pedir ajuda. Percebi quão profundamente espirituais eram essas amizades. Baseavam-se num propósito espiritual em comum: refletir o ministério curativo do Cristo, a Verdade. Entendi, então, que poderia chamar qualquer membro para me ajudar como praticista, que a ajuda em oração seria dada com amor e eficácia. As palavras não podem expressar a gratidão que senti. Por fim, consegui falar com um praticista e recebi ajuda imediata.
Meu coração estava tão elevado com esses sentimentos de gratidão, alegria e conforto, que tive a certeza de estar já curada. E isso de fato ficou comprovado. Minha roupa tinha ficado destruída pelas chamas mas, em questão de horas, eu não tinha marca nenhuma no rosto nem no corpo.
Essa experiência ajudou-me a compreender e a valorizar mais profundamente a importância da amizade, pois ela tem relação com a cura espiritual na igreja. A Igreja Cristã em seus primórdios, à medida que crescia e progredia sob a orientação do Apóstolo Paulo, incluía um grande senso de amizade. A essência dessa amizade era o desejo de partilhar uns com os outros e também com a comunidade mundial, a mensagem curativa de Cristo Jesus, o caminho da salvação para toda a humanidade.
A missão de Jesus foi a de tirar os pecados do mundo, tirar os obstáculos e obstruções que separam os homens uns dos outros e do amor e da harmonia de Deus. Jesus, com grande compaixão, aproximava seus seguidores de Deus de maneira cálida e suave. Ele ajudou as pessoas a reconhecerem a Deus como o Pai universal e amoroso, que inclui o homem em Sua própria perfeição espiritual.
Paulo encorajava os obreiros a trabalharem juntos em harmonia e cooperação. Numa ocasião em que havia inveja, ciúme e discórdia entre eles, lembrou-lhes: “Não sabeis que sois santuário de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?” 1 Cor. 3:6. Dessa maneira, Paulo os levou a compreender mais profundamente a unidade do homem com Deus, a base da união entre os homens.
Assim como era verdade naquela época, continua a ser verdade hoje que a base da participação na igreja é a compreensão do relacionamento do homem com Deus. O “Espírito de Deus,” imanente em cada indivíduo, é compreendido na Ciência Cristã como sendo o Cristo. É a identidade espiritual do homem, sua unidade com Deus, que se expressam em amor e consideração uns pelos outros.
Quando tal perspectiva de união espiritual não está presente no pensamento, a atividade da igreja perde sua inspiração. Corre o risco de se tornar simplesmente uma tarefa a ser cumprida, uma ocupação humana sujeita às limitações, ansiedades e discórdias da existência mortal. A mente mortal, ou o pensamento que ignora a identidade divina do homem, define o homem como sendo material. Faz com que ele se sinta à vontade com a rotina e a tradição e esteja sempre resistindo às novas idéias. A mente mortal também começa a medir e a julgar os outros, observando para ver quem está participando ativamente ou não no trabalho da igreja. Tenta dividir as pessoas em facções com pontos de vista, propósitos e opiniões discordantes. Dessa maneira, a mente mortal procura separar as pessoas, não somente umas das outros, mas principalmente da bondade infalível de Deus e da própria mensagem de salvação. Resumindo, a mente mortal pretende fazer com que as pessoas não sintam vontade de amar.
Caso isso ocorra enquanto estamos tentando sinceramente tomar parte ativa na igreja, não precisamos reagir com raiva, frustração ou desânimo. Em vez disso, podemos nos desviar inteiramente da personalidade humana e das limitações do pensamento mortal, para a mensagem eterna do Cristo a respeito da unificação espiritual do homem com Deus. Podemos orar para perceber mais completamente a coexistência do homem com Deus. Tal oração ajuda a remover as limitações que a mente mortal tenta impor ao homem.
A oração nos auxilia a compreender que a habilidade de desempenhar nossas tarefas com tranqüilidade e boa vontade não se origina na personalidade humana, mas é o reflexo radiante da graça de Deus. Esse fato aperfeiçoa e amplia nossas capacidades e nos permite servir com confiança, eficiência e, mais importante, com profunda afeição. À medida que reconhecemos a natureza espiritual do homem e temos mais respeito pelo relacionamento individual do homem com Deus, somos capazes, com toda a humildade, de perceber os talentos e habilidades uns dos outros, agindo conforme o plano de Deus e sob Sua direção. Cessamos de planejar a atividade humana do outro. A tendência humana de julgar ou criticar é silenciada e nosso trabalho se imbui de amor, vitalidade e alegria. Sabemos que o Cristo, ativo na consciência humana, impele o progresso, tanto do indivíduo quanto da igreja, como um todo.
A oração sincera, que inclui a renúncia mental a toda vontade humana e imposição, nos capacita a sentir a presença suavizante da onipotência de Deus, que congrega Seus filhos em amor. Quando sabemos que a vontade de Deus, Sua infinita sabedoria, está guiando nosso trabalho, sentimos aquela fraternidade da qual Jesus falava, quando disse que todos aqueles que faziam a vontade do Pai eram de fato seus irmãos. Entendemos com maior clareza que jamais podemos estar separados do verdadeiro sentido da fraternidade, que considera o outro mais do que a si mesmo. Unimo-nos uns aos outros em mútua confiança e cooperação e demonstramos o ministério sanador da reconciliação. Os encargos da igreja tornam-se a expressão exterior da influência curativa do Cristo na consciência. Conseqüentemente, estamos preparados para exercer a função de praticistas uns para com os outros e para com a comunidade mundial.
Jesus, sempre em comunhão com seu Pai celeste através do Cristo, completou sua missão em espírito de amizade e estabeleceu o padrão de fraternidade que devemos nos empenhar em seguir na igreja. Ele disse: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.” João 15:15. Quando nós, como membros da igreja, oferecemos a mensagem de salvação do Cristo, em espírito de amizade, então todos aqueles que recorrem ao poder do Cristo, a Verdade, quer assistindo aos cultos da igreja, quer em pensamento silencioso, como eu fiz, sentirão o abraço do cuidado infalível de Deus. A presença curativa de Deus, ficará evidente como a de um amigo sempre presente.
