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Integridade nos negócios

Da edição de maio de 1995 dO Arauto da Ciência Cristã


Neste Mundo, Que a maioria das pessoas considera muito sofisticado, às vezes somos levados a crer que a integridade possa ser flexível, sujeita às circunstâncias imediatas.

Uma vez deram-me uma definição de integridade, relacionada com os negócios. Não foi em palavras, mas pelo exemplo. Eu era um jovem corretor da bolsa de valores e recebera a incumbência de abrir uma nova filial e encontrar um gerente para ela. Alguns meses depois, fui chamado à matriz pelos sócios majoritários. Aparentemente, o gerente que eu contratara havia depositado na conta de sua sogra ações recentemente emitidas, o que resultara em lucro substancial e ilegítimo. O sócio mais antigo, um homem conhecido por sua grande integridade, escutou-me pacientemente, enquanto eu tentava desculpar a conduta do gerente. Destaquei as boas qualidades desse empregado e classifiquei seu ato como um lapso infeliz, resultante de sua aparente incapacidade de perceber a diferença entre o certo e o errado, nesse caso em particular. Quando terminei minha explanação, perguntou-me calmamente: “Você teria feito a mesma coisa?” Essas palavras encerraram a discussão. Eu sabia que ele também, nunca teria agido daquela maneira e, evidentemente, esperava o mesmo de mim.

Há um hino bonito, no nosso hinário em inglês, que diz:

Tudo o que obscurecer teu senso de verdade
ou manchar tua pureza,
Por mais suave que possa parecer,
como pecado deves considerar.Christian Science Hymnal, n° 383.

Por toda a Bíblia, tanto no Antigo como no Novo Testamento, encontramos exemplos de grande integridade. Daniel foi testado ao extremo em sua fé, quando foi nomeado presidente na corte do rei Dario. Sua nomeação despertou ciúmes e originou uma conspiração para tirar-lhe a vida. Ver Daniel, cap. 6.

Influenciado pelos outros príncipes, que apelaram ao seu ego, Dario assinou um decreto no sentido de que a ninguém fosse permitido fazer petição a nenhum deus ou homem, exceto ao rei. Daniel se recusou a obedecer e continuou orando a Deus, como antes. Para Daniel havia um só Deus e ele sabia, sem sombra de dúvida, que Deus o livraria. Dario percebeu que seu decreto havia sido uma loucura e tentou fazer de tudo para salvar Daniel do castigo de ser lançado na cova dos leões. De acordo com as leis do reino, porém, nem mesmo o rei podia anular um decreto, depois de assinado. O desfecho desse belo e forte relato sobre a integridade de Daniel pode ser ouvido nas palavras que ele dirigiu ao rei: “O meu Deus enviou o seu anjo, e fechou a boca aos leões, para que não me fizessem dano, porque foi achada em mim inocência diante dele; também contra ti, ó rei, não cometi delito algum.”  Daniel 6:22.

O fato de tomarmos uma atitude a favor da verdade e da integridade, numa situação desonesta nos negócios, talvez não ponha em risco nossa vida, mas as ameaças de punição podem ser muito sérias. Podem incluir ostracismo, rebaixamento de cargo e até a perda do emprego. A firmeza a favor da integridade terá uma base muito mais sólida, se pudermos compreender, como Daniel, que nossa atitude não é apenas uma questão de moralidade humanamente correta, mas sim, de expressar a integridade como qualidade de Deus. A Sra. Eddy explica esse ponto em Ciência e Saúde. Diz ela: “A honestidade é poder espiritual. A desonestidade é fraqueza humana, que perde o direito à ajuda divina.” Ciência e Saúde, p. 453. Quando nos aliamos à honestidade, colocamo-nos diretamente sob a proteção e orientação de Deus.

O supremo exemplo de integridade como qualidade espiritual de Deus foi dado por Cristo Jesus na cruz. Sua ressurreição e triunfo só puderam ser realizados graças a ele reconhecer que era de fato o filho de Deus e, como tal, refletia todas as qualidades de Deus, inclusive a Vida. Sua Vida não lhe poderia ser tirada e Deus o elevou acima das piores coisas que o mundo poderia lançar sobre ele. A integridade de sua missão permaneceu inviolada. Essa compreensão a respeito da integridade, fundamentada em Deus, sempre impelia Jesus a dizer a verdade e a dar testemunho do fato de que o homem foi criado à semelhança de Deus.

O ponto de vista material sobre o homem diz que ele tem consciência e vontade separadas de Deus e que é livre para tomar decisões independentes, boas ou más. Essa crença apresenta uma visão terrivelmente distorcida de Deus e do homem criado à Sua semelhança. Implica que Deus não é Tudo-em-tudo, que há outro poder chamado o mal, do qual Deus toma conhecimento e com o qual tem de repartir o poder. Esse senso material de vida foi o que conduziu ao pecado, à doença e à morte, desde quando começou a ilusão humana de tempo e vida na matéria.

Não deveria nos espantar o resultado desse pensamento baseado na matéria. Para alguns, ser honesto e dizer a verdade são coisas boas apenas quando convém. Outros, fraquejam quando aumenta a pressão contra o testemunho da verdade. Para aqueles de moral mais forte, a vida pode ter altos e baixos, ora fazendo o bem, ora escorregando para o mal. Tentamos ser bons, mas falhamos com demasiada freqüência.

São necessários trabalho, vigilância espiritual e disciplina para despertar do sonho da existência material e expressar a integridade de uma vida espiritual baseada em Deus. É importante observar quais são nossos motivos. São eles que nos levam a agir de forma a sermos abençoados e a abençoarmos nosso próximo. Ou então nos conduzem aos becos sem saída do materialismo vazio. Para romper esse ciclo, precisamos de um modelo a ser seguido em tudo o que pensamos e fazemos. Onde encontrá-lo? Um modelo que está sempre à nossa disposição, em qualquer circunstância, é a vida de Jesus, o Cristo.

Se estivermos incertos quanto ao que fazer, podemos simplesmente perguntar-nos: “O que diria, ou o que faria Jesus, numa situação dessas?” Talvez nem sempre gostemos da resposta; mas se lhe obedecermos do começo ao fim, com integridade, encontraremos as leis de Deus, a Verdade, que não só nos conduzem rumo a mais luz e progresso, mas também nos protegem, cercam-nos com Seu amor, com a calma convicção de ter agido acertadamente.

Como pessoas íntegras que se esforçam por conhecer e refletir a Deus, passo a passo, venceremos pensamentos e ações que poderiam prejudicar nosso próximo e a nós mesmos. Resistiremos a qualquer crença de falta, que poderia eventualmente levar-nos a ser desonestos, pois compreenderemos que a Mente divina, Deus, sabe de todas as nossas necessidades e é, sem dúvida, capaz de satisfazêlas. Dependeremos cada vez menos de coisas materiais, de dinheiro ou de poder, para nosso bem-estar.

A pessoa que realmente ama a si mesma e seus semelhantes não pode carecer de integridade. Não pode ser desonesta consigo mesma, nem com seu guia, Cristo Jesus, nem com Deus. Você pode ser — aliás você é — essa pessoa.

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