Cresci No Seio de uma família que poderia ser classificada como desajustada. Sofrendo uma série de maus tratos psicológicos e físicos, eu sempre me perguntava como é que eu podia ter ido parar em um lar tão desalentador. Muitos anos depois, através do estudo e da prática da Ciência Cristã eu aprendi, para meu grande alívio e alegria, que a história mortal nunca pode tocar a substância pura e boa da identidade espiritual do homem. Compreendi também que eu podia reivindicar, como única realidade, minha verdadeira herança de filha de Deus.
Durante a infância, para escapar do sofrimento devido aos maus tratos, eu procurava ficar sozinha e conversar com Deus. Como o alcoolismo e o mau trato às crianças eram considerados segredos de família, principalmente naquela época, eu freqüentemente confiava minhas lágrimas de angústia a Deus. Nessa atmosfera familiar tão desencorajadora, desenvolvi pouca autoestima, apesar de ficar sempre tentando ser perfeita humanamente, a fim de conseguir o amor que eu tanto desejava.
Durante minha adolescência e mesmo no início da idade adulta conheci e participei de muitas religiões. Mas não conseguia encontrar a paz interior. Eu também não conseguia identificar nessas religiões o Deus de minha infância — aquele que eu sabia que nunca ficava zangado nem punia. Onde estaria o Deus que me amava incondicionalmente?
Certo dia comentei minha frustração com uma amiga Cientista Cristã. Na ocasião eu era uma jovem mãe e tanto eu como meu marido queríamos dar aos nossos filhos uma base espiritual firme. Minha amiga me emprestou diversos livros infantis publicados pela Sociedade Editora da Ciência Cristã. Enquanto lia aquelas adoráveis histórias da Bíblia para meu filho pequeno, fiquei emocionada ao encontrar neles o Deus de minha infância.
Alguns meses mais tarde, enquanto estava com meu marido no Aeroporto Internacional de São Francisco, esperando para embarcar num vôo das duas horas da madrugada, descobrimos que havia uma Sala de Leitura da Ciência Cristã aberta até aquela hora. O amável plantonista conversou um bom tempo conosco sobre os preceitos básicos da Ciência Cristã, com muito afeto e clareza. Ao voltar para casa no domingo seguinte, fomos à igreja da Ciência Cristã em nossa cidade. Daquele dia em diante, o que aprendemos na igreja começou a transformar nossa vida.
Constatamos que Deus supre todas as nossas necessidades. Em nossa família, composta agora de quatro pessoas, já tivemos incontáveis curas de doenças infantis, febres, deslocamentos e dores crônicas nas costas, paralisia, depressão aguda, inflamações cutâneas, torceduras, fraturas e problemas de relacionamento. Por meio exclusivamente da oração conseguimos progresso, tanto no aspecto profissional quanto no financeiro.
A angústia de minha infância traumática foi completamente substituída por um sentimento amoroso de perdão. Posso dizer que a palha simplesmente voou, deixando somente o bom grão, como esta passagem explica: “A descendência da Verdade e a descendência do erro, da crença e da compreensão — sim, a descendência do Espírito e a descendência da matéria — são o trigo e o joio que o tempo separará, um para ser queimado, o outro para ser recolhido a lugares celestiais” ( Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, de Mary Baker Eddy, p. 535).
A cura de minha angústia da infância levou tempo para se completar — muitos anos. Foram necessários períodos de oração consagrada e o estudo das leis divinas explicadas na Ciência Cristã. Muitas vezes pedi ajuda em oração a praticistas. O momento culminante de minha experiência foi quando senti que já conseguia perdoar meus pais de forma sincera e completa por toda dor e sofrimento que eu achava que eles me haviam infligido, principalmente meu pai, que já havia falecido nessa época.
O que fez com que esse pensamento de perdão se manifestasse em minha experiência? Ele começou com a percepção impressionante de que meus pais eram filhos de Deus, que em realidade possuíam somente as qualidades divinas do bem. Essas qualidades determinavam sua verdadeira natureza espiritual. A partir desse novo ponto de vista, consegui reconhecer que meus pais tinham muitas características admiráveis, que anteriormente me pareciam ocultas. Ao começar a descobrir e apreciar suas belas qualidades, meu amor por eles cresceu e preencheu o que antes pareciam ser os espaços sombrios de meu pensamento. Meu puro amor foi sentido e retribuído por minha mãe e nós temos agora um maravilhoso relacionamento.
Talvez o maior impacto da Ciência Cristã em minha vida tenha sido a cura da imagem que eu tinha de mim mesma. A libertação do senso limitador de baixa autoestima e o desenvolvimento de uma compreensão elevada de mim mesma como filha amada de Deus, ocorreu instantaneamente. Apesar de eu ter entendido intelectualmente minha herança espiritual como filha de Deus, parecia existir um bloqueio que não me permitia que eu a aceitasse como minha verdadeira identidade. Quando finalmente, consegui quebrar o ciclo desanimador criado pelo pensamento errado, que me havia mantido presa a sentimentos de pesar e tristeza, senti-me repentinamente livre.
Não há nada em minha vida que eu preze mais do que a Ciência Cristã. Tenho uma gratidão especial pelos esforços incansáveis e amorosos dos praticistas.
Bloomington, Indiana, E.U.A.
