A Questão De “ser importante” é no mínimo intrigante. Dela devemos tirar lições úteis para a nossa própria experiência.
Os jornais mostram diariamente pessoas importantes, nas manchetes e reportagens. Há personagens que foram manchetes e hoje já estão esquecidas. Há aquelas que ainda aspiram ao estrelato nos periódicos. Mas há também heróis anônimos, que não saem nos jornais ou meios de comunicação.
Sei de um caso ocorrido há pouco tempo. Uma senhora chegou de viagem à nossa cidade e tomou um táxi para ir da estação rodoviária até a casa onde se hospedou. Ao tirar a bagagem do carro, esqueceu a bolsa de documentos e dinheiro. Já longe do local, o motorista percebeu o objeto esquecido, mas não pôde, de imediato, voltar àquele bairro. À noite procurou contato telefônico com a passageira de seu táxi, usando um endereço encontrado na bolsa. Menos de uma hora depois, a feliz proprietária foi buscar sua bolsa, que lhe foi devolvida intacta. Esse incidente revela um aspecto da importância de uma pessoa, de um cidadão, no seu ambiente de atividade.
Será que a “importância” tem valor fugaz, temporal, momentâneo? ou deve seu valor ser permanente? Alguém “é” ou “está” importante? É relevante para nós “ser” ou “estar” cristãos? A honestidade daquele motorista era, evidentemente, uma virtude permanente, não ocasional ou temporária. Antes das considerações sobre a importância frente aos nossos pares humanos, a questão deve ser abordada sob um enfoque mais relevante: a importância do homem para Deus.
Nossa carta náutica para a vida, a Bíblia, revela do começo ao fim o quanto nosso Pai-Mãe celestial preza e valoriza Sua obra-prima: o homem e a mulher criados à Sua imagem e semelhança. Quem já não leu em Isaías: “Vós sois as minhas testemunhas, diz o Senhor, o meu servo a quem escolhi”, Isaías 43:10. ou nos Salmos: “Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos”, Salmos 91:11. ou ainda a promessa divina, de novo em Isaías: “Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento." Isaías 41:10. Poderíamos fazer uma longa lista de versículos que demonstram o quanto Deus nos estima, valoriza, fortalece, em suma, nos ama.
Nossa carta náutica para a vida, a Bíblia, revela do começo ao fim o quanto nosso Pai-Mãe celestial preza e valoriza Sua obra-prima: o homem e a mulher criados à Sua imagem e semelhança.
A Ciência Cristã nos ensina a compreender a Divindade como infinita, eterna, incorpórea, suprema. Com a compreensão correta e espiritual acerca de Deus, sabemos quem Ele é, onde Ele está, o que Ele faz, como Ele nos ajuda. Com isso também O amamos. Mas por maior que seja nosso amor a Deus, “Nós amamos porque ele nos amou primeiro”. 1 João 4:19. A importância que nosso Pai-Mãe nos confere deve ser correspondida pela importância que nós damos a Deus em nossa vida. Isso se consegue por meio da oração baseada na compreensão espiritual da relação harmoniosa e indestrutível entre Deus e o homem. Essa maneira de orar traz à tona as qualidades cristãs.
A ação do Cristo no pensamento nos permite mudar de atitude e passar a agir como o fermento que leveda, que transforma o ambiente, em vez de ser por ele influenciado. Assim se pode vencer a sensação de isolamento, incapacidade ou insignificância e superar a timidez quanto a revelar, sem constrangimento, nossa maneira de pensar.
Vejamos a diferença entre uma “ilha” e um “grão de fermento”. Ambos estão cercados por elementos que lhe são contrários ou distintos. A ilha, na sua passividade, permite que o mar lhe ataque as costas e a transforme. O “grão de fermento”, na sua atividade, age sobre os elementos circundantes até transformar a massa inteira. Quem já não passou pela situação de sentir-se isolado, num ambiente contrário a seus interesses e valores?
Quando nos identificamos perante o mundo como cristãos, e como Cientistas Cristãos, assumimos um compromisso para com a humanidade, um compromisso que nos faz partir de uma escala de valores espirituais, com o conhecimento de que Deus é Tudo-em-tudo, onipresente. Sob esse prisma, vemos sob um novo ângulo o que realmente significa ser importante. A consciência da onipresença e onipotência de Deus traz cura. A importância da cura cristã se reveste de humildade, mas vai muito além da fama ou do prestígio.
Cristo Jesus, o Magistral Cristão que inaugurou a nossa era, usou duas outras figuras para exemplificar a missão de seus seguidores: sal e luz. A esse respeito, a Sra. Eddy escreve: “Um Cientista Cristão ocupa na atualidade o lugar de que Jesus falava a seus discípulos, quando disse: ‘Vós sois o sal da terra.’ ‘Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte.’ Vigiemos, trabalhemos e oremos, para que esse sal não perca seu sabor, e essa luz não fique escondida, mas irradie e resplandeça, até alcançar o zênite de sua glória.” Ciência e Saúde, p. 367.
No prefácio do livro The Christian Science Way of Life, (A maneira de viver do Cientista Cristão) DeWitt John retrata nosso campo de ação: “Nossos tempos exigem uma compreensão mais profunda e mútuo respeito, não só entre raças distintas, como também entre os que professam religiões distintas. Em todo o mundo as pessoas anseiam vivamente por sentir a união de toda a humanidade. Anelam que seja expressa maior compaixão, mais humanitarismo e generosidade. Anelam também uma fé positiva e um idealismo prático. A necessidade de nossos dias é o renascimento e a demonstração, na vida prática, desses elementos curativos inerentes ao Cristianismo. Nossa época clama pela certeza de que os valores espirituais possam sobreviver aos furiosos ataques do materialismo científico, e que as normas morais e éticas, orientadas espiritualmente, sejam praticadas na era espacial de nossa civilização.” DeWitt John, The Christian Science Way of Life (Boston: The Christian Science Publishing Society, 1962), p. vii.
O mundo clama pela ação de seus cidadãos realmente importantes. E que estes saibam buscar na fonte divina dos ensinamentos cristãos a energia e o amor necessários ao seu empreendimento.
Estas cousas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem
a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que
fecha, e ninguém abrirá: Conheço as tuas obras — eis
que tenho posto diante de ti uma porta aberta, a qual
ninguém pode fechar — que tens pouca força,
entretanto, guardaste a minha palavra e não negaste o
meu nome.
Apocalipse 3:7, 8
 
    
