Suponhamos Que Você tenha decidido firmemente orar e estudar a Bíblia e os ensinamentos da Ciência Cristã até que uma determinada dificuldade física seja curada. Após algum tempo, porém, você acha que já fez o bastante e decide assistir à televisão. Durante aquela hora em que ficou na frente da televisão, você praticamente se esqueceu do problema. Mais tarde, porém, subitamente se lembra dele. Uma experiência como essa talvez indique que precisamos de um conceito mais elevado de oração e do que estamos fazendo de fato, quando oramos.
Quando um Cientista Cristão se põe a orar e a estudar, é para aprender mais a respeito da bondade de Deus, de Sua perfeição, e de como Ele mantém Sua semelhança espiritual, o homem — nossa identidade verdadeira — em harmonia constante e imutável. Num certo sentido, poderíamos dizer que a oração, embora estimulante, é um repouso espiritual, um descanso que ilumina as verdades curativas e harmonizadoras da realidade divina. Tomamos conhecimento dessas verdades através da atuação da idéia verdadeira de Deus, o Cristo, que está sempre presente na consciência. Como elas procedem do Princípio divino, Deus, essas verdades, uma vez compreendidas, agem como lei em nossa experiência e assim dissipam tudo o que for contrário à lei, como a enfermidade e a doença.
Se, quando assistimos à televisão ou quando nos entretemos nalguma diversão, sentimo-nos temporariamente menos perturbados pelo problema ou pela enfermidade, é porque apenas nos estamos afastando um pouco dos pensamentos perturbadores. Contudo, nenhuma dificuldade é curada com isso. O fato de parecermos, naqueles momentos, temporariamente menos conscientes do desconforto, pode nos dar um indício de nossa verdadeira necessidade. Acaso não estaríamos precisando volver nosso pensamento inteira e completamente a Deus, a fim de ficarmos totalmente envolvidos nas verdades espirituais que estamos aprendendo? Isso nos leva a descobrir quão bom é Deus e a adquirir uma compreensão melhor de nossa própria identidade santa, imaculada e isenta de doenças, como Sua expressão imortal.
Quando descansamos na Verdade, ou seja, permanecemos conscientemente na compreensão do poder e da onipresença de Deus, encontramos a cura, pois cessamos de pelejar contra a doença como se fosse uma realidade enorme que temos de vencer, de alguma forma. A enfermidade e a doença nunca são uma realidade, jamais são uma entidade real. Nossos esforços para vencer a doença partiriam de um ponto de vista errôneo, se considerássemos a doença como uma realidade, quer do pensamento, quer do corpo. Ciência e Saúde tem muito a dizer sobre esse assunto. A Sra. Eddy escreve, por exemplo: “Se concedermos à discórdia a mesma realidade que à harmonia, então a discórdia terá sobre nós direitos tão duradouros como a harmonia.” Ciência e Saúde, p. 186. Nossas orações serão eficazes se forem baseadas no fato espiritual de que Deus, o bem, e Sua criação espiritual, são a única realidade.
Quando nos instruímos com a Verdade, e desejamos compreender a perfeição espiritual que Deus confere ao homem, neste exato momento, nossos pensamentos entram em conformidade com os fatos espirituais do ser, em harmonia com o próprio Deus, em quem não há discórdia. E disso resulta saúde e paz em nossa vida.
Descansar na Verdade nos proporciona algo mais. Capacita-nos a pôr um termo à resistência material que talvez apareça sob a forma de uma consciência exagerada da doença. Tal resistência nunca é o nosso próprio pensamento, mas simplesmente uma crença mortal de vida e inteligência na matéria. Essa crença, como não é de se estranhar, faz com que nos sintamos pressionados, desejando consertar a matéria imediatamente, não importando de que forma. Quando repousamos na Verdade, contudo, nossos motivos são diferentes. Oramos, não até que venha a cura, como se a oração fosse uma tarefa desagradável que queremos deixar de lado assim que estivermos nos sentindo bem; nós oramos para compreender a Deus e para sentir o poder redentor e purificador do Seu Cristo, a Verdade.
Esse tipo de oração não cessa jamais, nem mesmo após ter-se efetuado a cura. Com freqüência, durante o período consagrado à oração e estudo, ficamos tão interessados no que a Verdade divina está nos revelando, que não temos vontade de parar. Queremos progredir mais e mais, aproveitando cada momento disponível para nos aproximar mais de Deus e consolidar nossa consciência do Seu amor que a tudo sustenta. Essa consagrada atividade espiritual é a melhor maneira possível de não se deixar iludir pela sugestão de que não adianta recorrer a Deus, ou de que não podemos, ou não queremos, orar e estudar diante de determinado desafio.
A persistência, em tais ocasiões, torna-se profunda convicção, quando descobrimos que aquilo que estamos aprendendo nos proporciona muito mais do que simplesmente uma cura física; dá-nos a compreensão da realidade espiritual, daquilo que Deus é e do que nós somos, como Sua expressão. Essa compreensão nos mostra como viver de acordo com Deus e sentir Sua presença em nossa vida.
“Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”, Mateus 11:28. disse Cristo Jesus a seus seguidores. Todos nós podemos vir para o Cristo, a Verdade. E podemos todos chegar à compreensão espiritual de Deus, que Cristo Jesus demonstrou, fazendo com que nosso pensamento permaneça ali. Procurar a Verdade porque desejamos ardentemente uma compreensão da Verdade em si, traz cura à nossa vida.
 
    
