Longe De Ser de interesse meramente local, a democracia está se fazendo sentir com força cada vez maior e sua influência é cada vez mais global. Recentemente houve eleições presidenciais em países do Caribe e da América Central. Durante as eleições para Primeiro Ministro em Israel, em junho último, a vitória decisiva se deu com uma margem muito pequena de votos. E durante todo o processo da eleição presidencial na Rússia, muitos países no mundo inteiro estavam esperando o resultado, para ver se continuariam em vigor naquele país as tendências rumo a um governo mais democrático.
Quando este número do Arauto chegar aos leitores, os cidadãos de dois grandes países estarão se preparando para ir às urnas: o Brasil e os Estados Unidos da América. O progresso resultante de ceder à orientação de Deus e de exercer nossos direitos, inclusive nosso direito ao voto, significa maior justiça e estabilidade. Isso se aplica não somente aos residentes de um lugar, mas também a seus vizinhos e seus companheiros do mundo inteiro.
Às vezes se pergunta: “Será que se pode utilizar a oração, no processo eleitoral? Como pode a oração dar apoio à melhor forma de governo?”
O governo muitas vezes é encarado como a melhor forma de se encontrar justiça, prosperidade e bem-estar para todos. E muita gente está se dando conta de que essas qualidades são de fato expressões do bem espiritual. Como conseqüência, não se originam num candidato em particular, ou num partido político. Toda expressão genuína do bem é uma emanação da onipresença, da onipotência e da onisciência de Deus, a Mente infinita, ou seja, o Criador.
A oração fundamentada na totalidade de Deus, e no reconhecimento de que todo o bem vem de Deus, lida com dois elementos do pensamento mortal: o medo e o egoísmo. O medo muitas vezes é causado pela dúvida, pela crença de que o Ser Supremo possa estar ausente em certas ocasiões. O medo é escuridão mental. Mas, quando a luz do Cristo, a Verdade, penetra no pensamento, sentimo-nos seguros. Compreendemos então, no fundo do coração, que não importa qual seja o resultado político determinado pelas urnas, a bondade de Deus estará intacta e estará para sempre ao alcance de todos, para beneficiar a todos. Ciência e Saúde, de Mary Baker Eddy, diz “A Verdade é sempre a vencedora.” Ciência e Saúde, p. 380.
Durante uma agitada campanha eleitoral, quando a mídia insistentemente apresenta ideologias e promessas, todo cidadão pode silenciosamente ponderar de que maneira vai dirigir seu voto, de modo a beneficiar o maior número possível de pessoas. Os interesses egoístas e pessoais não constituem os motivos mais elevados. Uma das mais eficazes formas de oração que combate o egoísmo se encontra nas palavras de Cristo Jesus: “... não se faça a minha vontade, e sim a tua.” Lucas 22:42. O pensamento humano às vezes reluta em adotar a humildade da oração de Jesus e o desejo de mudar de rumo, em obediência às diretivas de Deus. As pessoas podem sentir-se muito cômodas com o status quo. O conceito limitado sobre o bem talvez sugira que nem todo o mundo pode participar da justiça, do bem-estar ou da prosperidade econômica. Em outras palavras, se uma pessoa desfruta de riqueza, a riqueza deste mundo, tem de ser às custas de outros. Contudo, o bem nunca se baseia em recursos humanos ou em personalidades, mas em idéias divinas. Quando compreendemos a natureza verdadeira e espiritual da prosperidade, não temos medo das mudanças e do progresso.
Todo indivíduo tem o direito, divinamente outorgado, de tomar suas decisões sobre qual é a melhor linha de pensamento para o governo entre os homens. Todos temos o direito de apoiar os ideais de nosso próprio coração, com base em nossa noção mais elevada de progresso, moralidade e justiça. Apoiar o processo democrático inclui expressar honestamente nossos ideais mais puros e altruístas, livres dos elementos manipulativos das influências externas.
Em novembro de 1908, o jornal Boston Post, sob o título “política” disse: “A Sra. Mary Baker Eddy sempre acreditou que aqueles que têm direito a votar devem votar. E ela acredita também que, nesses assuntos, ninguém deve tentar influenciar as ações dos outros.
“Em resposta a vários pedidos de que expressasse suas opiniões políticas, ela pronunciou esta declaração: ‘Perguntam-me: “Qual é a sua posição política?” Na realidade, não tenho nenhuma, a não ser a de ajudar a apoiar um governo justo; de amar a Deus acima de tudo e a meu próximo como a mim mesma.’ ” Citado em The First Church of Christ, Scientist, and Miscellany, p. 276, de Mary Baker Eddy.
Eis aí uma orientação inspirada, franca, para quem tiver de tomar decisões quanto a eleições e governo. A oração desempenha um papel vital na política.
 
    
