Ouso De Estatísticas para avaliar o modo de pensar e as reações da população é um grande negócio, no momento. As pesquisas de opinião que colhem tais informações podem ser úteis, principalmente para empresários e candidatos políticos. Mas o que dizer das estatísticas que procuram determinar que parcela da população de um país será supostamente atingida por determinadas doenças graves? Predições desse tipo instilam temor em muita gente inocente, que não sabe como enfrentar mentalmente esses prognósticos e fica com medo de contrair tais doenças.
Existe alguma medida para neutralizar essa influência e ajudar-nos a provar que o homem não é vítima, mas sim tem domínio? Existe, sim. É a Ciência Cristã, a Ciência da cura. A Sra. Eddy descobriu essa Ciência e legou-a ao mundo em seu livro Ciência e Saúde.
Por meio de sua profunda pesquisa da Bíblia, a Sra. Eddy descobriu a lei divina do Amor que Cristo Jesus empregava na sua obra de cura. Ela compreendeu que o poder curativo de Jesus não era sobrenatural, mas totalmente natural; do contrário não poderia ter ensinado outros a curar. Ela percebeu que a individualidade real do homem é inteiramente espiritual e perfeita, para sempre em segurança sob o cuidado de Deus. E percebeu também que essa verdade era a base das obras de Jesus.
Em Pulpit and Press, ela escreveu: "Não é o homem, metafísica e matematicamente, o número um, uma unidade, e por isso um número inteiro, governado e protegido por seu Princípio divino, Deus? Vós só precisais conservar um senso positivo, científico, de união com a fonte divina, e demonstrar isso diariamente...
"Quem vive no bem, vive também em Deus, vive em toda a Vida e por todo o espaço. O seu é um reino individual, seu diadema é a coroa das coroas. Sua existência é imorredoura, desenvolvendo para sempre o seu Princípio eterno. Esperai pacientemente no Amor ilimitável, o senhor e doador da Vida. Refleti essa Vida, e com ela virá o pleno poder do ser." Pulpit and Press, p. 4.
Jesus é nosso Guia. Ele pensava diferentemente de qualquer pessoa que já tenha passado pela terra. Nunca se identificou como mortal. Não pretendia ter uma identidade separada de Deus. O Mestre esperava que todos os seus pensamentos viessem de Deus, e ensinou-nos a fazer o mesmo. Por essa razão, o diabo, ou mente carnal, nunca conseguiu classificá-lo em alguma estatística. Jesus sabia que ele era uma consciência individual e espiritual, sempre una com o Deus único, a Mente divina, que era sua origem.
A Ciência Cristã ensina que Deus não envia a doença nem permite que ela atormente Seus filhos. Se assim não fosse, Jesus não poderia ter curado as doenças. A lei do Amor exclui a necessidade de alguém adoecer e anula a suscetibilidade às doenças. A Bíblia nos diz: "Eis o que tão somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias." Ecles. 7:29.
Todos os semáforos do mundo não seriam suficientes para manter-nos em segurança, se insistíssemos em cruzar com o vermelho. De igual modo, é importante não só compreender a lei divina que nos mantém em nossa pureza e inocência original, mas também obedecer-lhe. Precisamos identificar-nos corretamente como reflexos da fonte divina e viver cada dia, partindo desse ponto de vista. Então nos beneficiaremos com a proteção da lei divina. Quando compreendermos que Deus é a única verdadeira causa e que nós somos Seu efeito sem mácula, deixaremos que a lei divina de causa e efeito nos governe. Sentiremos nossa autoridade, dada por Deus, de enfrentar corajosamente as tentativas de nos classificarem nas estatísticas, e veremos a nós mesmos como idéias espirituais e individuais, procedentes da Mente pura, nossa origem.
A Sra. Eddy escreve: "A lei de Deus está em três palavras, 'Eu sou Tudo'; e esta lei perfeita está sempre presente para reprovar qualquer pretensão de outra lei." Não e Sim, p. 30. Quando nos tornamos conscientes da totalidade de Deus e de Seu amor por nós, bem como de nós mesmos como Sua própria expressão, deixamos de dar apoio às imposições de estatisticas fatais e elas simplesmente perdem a pretensão de poder nos impressionar e nos prejudicar. Sem haver algum pensamento que as aceite como lei, elas ficam privadas de toda suposta legitimidade ou poder. Nosso estado de consciência determina a natureza de nossa experiência, e se não admitirmos um erro dentro de nossa consciência, não teremos de vê-lo em nossa vida.
Os pensamentos são nossos acompanhantes mais chegados. Se quisermos melhorar a qualidade de nossa vida, teremos de melhorar a qualidade de nossos pensamentos. Damos prova de nosso amor a Deus, aceitando somente os pensamentos que nos vêm dEle. Deus é a Mente que nos gera. Todos os pensamentos verdadeiros, construtivos, saudáveis e inteligentes vêm dEle.
A Bíblia diz que "o pendor da carne é inimizade contra Deus". Romanos 8:7. Esse pendor da carne, ou mente carnal, nunca deu a ninguém um só pensamento verdadeiro. Jesus classificou claramente o diabo, ou mente carnal, como "mentiroso e pai da mentira". Ver João 8:44. É simplesmente a contrafação de todo pensamento verdadeiro. Descreve todas as pessoas como mortais e destrutíveis. Julga somente pelo sentido material das coisas. Só quando nosso amor a Deus cresce, é que começamos a desafiar esse Golias que, na Ciência Cristã, denominamos mente mortal.
Uma experiência que tive poderá ser útil para ilustrar o domínio dado por Deus sobre as pretensões da mente mortal. Apareceram-me no corpo sintomas de câncer. Reconheci-os porque minha mãe tivera sintomas idênticos na minha idade, e ela morrera jovem. De início, fiquei apavorada. Sabia que ia morrer. Basicamente, eu caíra presa da crença nas estatísticas. Segundo a medicina, eu tinha propensão à doença porque minha mãe a tivera. Mas meu estudo da Ciência Cristã resgatou-me dessa crença. Eu sabia que não era o corpo que havia sido invadido, mas sim era minha consciência que estava sendo desafiada. Eu sabia e compreendia que Deus é o bem imutável, um Pai-Mãe todo-poderoso que nunca fez a doença nem a enviou para punir-nos ou desafiar-nos. Ele envia, isso sim, Seus puros pensamentos angelicais que nos livram da devastadora crença no mal.
Nos três primeiros meses, perdi muito peso. Sentia-me como se estivesse definhando. Mas persisti na minha oração. Essa não era uma simples petição a Deus para fazer alguma coisa. Em vez disso, eu tentava utilizar os ensinamentos de Jesus e saber que Deus era a única fonte em que se originavam meus pensamentos. Minha oração era um sincero empenho em compreender e aceitar apenas aquilo que Deus, o Espírito, sabia e me fazia ser. Percebi que, em realidade, eu tinha um só Genitor, pois Deus é Pai e Mãe de todos nós. Como Deus é a Verdade, Ele só conhece o que é bom, inteligente e verdadeiro. O que Ele conhece é eternamente manifestado em Seu amado descendente, o homem.
Como Deus é Amor, reconheci que Ele é bondoso e justo, misericordioso e terno. Sabia que esse amor do Amor é tangível e onipresente. Sabia que quando deixasse a terna presença do Amor divino preencher minha consciência, eu seria capaz de ver além da mentira de doença incurável. Raciocinei que o amável Pai divino nunca ordenaria que uma temível doença infectasse Sua amada descendência. Comecei a entender que a única coisa "incurável" na minha experiência era a união com Deus, como única e verdadeira Mente. Compreendi que essa Mente é o Princípio criativo de tudo o que realmente existe. Aceitei a Deus como a única causa e origem de todo pensamento verdadeiro. Era assim que eu havia aprendido a orar na Ciência Cristã.
Comecei a captar o sentido das palavras citadas anteriormente, de Pulpit and Press. Sabia que eu era uma unidade, um número inteiro, um com o Princípio de meu ser. Continuei raciocinando mais ou menos do seguinte modo: se Deus é a única Causa e Criador, poderia haver algum outro poder oposto à Sua totalidade? Só porque o mundo acredita que a doença é um poder e acredita numa presença chamada mal, como se fosse outro deus, deveria eu acreditar nisso? (Não é nisso que se baseia a crença em estatísticas? Não está o mal, ou mente mortal, dizendo sempre: "Posso fazer com que, de cada quatro pessoas, uma acredite em minha mentira; posso fazê-la crer em outro Deus e, assim, aceitar que outro poder esteja a torná-la incuravelmente doente"?)
Como estudiosa, havia anos, da Bíblia e de Ciência e Saúde, eu sabia e compreendia e estava convicta da verdade espiritual de que Deus é Tudo-em-tudo, a fonte de toda vida e substância. Rejeitei a mentira de incurabilidade, com base no fato de que eu estava apenas lidando com a crença falsa e ignorante a respeito da natureza de Deus e da relação do homem com Ele. Sabia que eu era uma consciência individual e espiritual emanada de Deus. Sabia que não precisava mudar a matéria. Entendia que a matéria e a mortalidade eram apenas falsos pensamentos, um ponto de vista incorreto e desinformado sobre o que o homem realmente é e o que constitui sua verdadeira substância. Encontrei o seguinte parágrafo no livro-texto da Ciência Cristã, Ciência e Saúde: "O homem é mais do que uma forma material com uma mente por dentro, a qual tem de escapar do seu ambiente para ser imortal. O homem reflete a infinidade, e esse reflexo é a verdadeira idéia de Deus." Ciência e Saúde, p. 258.
Isso me levou a uma nova esfera de pensamento inspirado. Comecei a romper com a crença nas estatísticas, pois estava certamente demonstrando minha capacidade de refletir a mesma Mente que Cristo Jesus expressava. Já não me permitia ser levada ao sabor de crenças geralmente aceitas, independentemente de quão assustadoras ou poderosas parecessem ser.
A despeito dessas maravilhosas inspirações, o corpo não mostrava nenhuma mudança. Eu ainda esperava alterações na matéria, ao invés de entregar-me totalmente aos fatos espirituais que continuavam vindo a mim por inspiração.
Certa noite, senti que o desespero tomava conta de mim. Saí com meu cachorro para uma caminhada e, logo na saída, fui dizendo: "Não vou conseguir, não é mesmo, Pai?" Estava por cair em prantos. Tinha três filhos pequenos e um marido inválido, que realmente precisavam de mim. No fim da rua havia uma ponte baixa, sobre um canal. Sentei-me na beirada da ponte. O cachorro sentou-se ao meu lado. Cabisbaixa, ombros caídos, o desespero me dominava. De repente, percebi uma lua cheia refletida no espelho d'água, abaixo de mim. Tentando aliviar um pouco o pensamento, disse ao cão: "Eih, Pinkie, tem uma bola luminosa na água, lá embaixo. Deveríamos ir buscá-la e levá-la à Rutinha, lá em casa. Ela ia gostar!"
Então, conquanto fosse natural que eu erguesse a vista para olhar a lua, algo como uma mão segurou-me a cabeça, impedindo-me de erguê-la. Com os olhos ainda fitos no reflexo, disse em voz alta: "Sei que a lua está no céu porque vejo seu reflexo. Se ela não estivesse lá, não haveria reflexo." Nesse momento, o reconhecimento espiritual despontou em minha consciência com uma radiância maior do que a da lua, e eu disse: "Estou olhando para o reflexo, mas estou vendo o original!" Minha inseparabilidade do bem ficou-me clara como cristal. Essa luz da Verdade veio-me diretamente de Deus, a Mente pura, e me foi comunicada em palavras que eu podia entender, pelo Cristo vivo. O livro-texto da Ciência Cristã diz: "Cristo é a idéia verdadeira que proclama o bem, a mensagem divina de Deus aos homens, a qual fala à consciência humana." Ibidem, p. 332. Cristo é o elo que nos possibilita sentir nossa unidade com Deus.
Por meio desse influxo espiritual, o amor de Deus inundou minha consciência. Ele estava presente em todos os lugares. Não havia nada mais a saber. Sua onipresença anulou e obliterou os pensamentos de doença, de desespero, de morte, e a crença de estar separada de Deus. O amor de Deus era uma presença que me abraçava. Falava comigo. Era tangível. Estava sobre tudo. Eu não conseguia pensar ou saber outra coisa a não ser Seu amor. Quando me levantei, senti-me completamente nova. Todos os pensamentos — e as evidências físicas — de estar doente e quase à morte tinham desaparecido, assim como as trevas da noite se vão no alvorecer. Eu fora curada completamente pela oração na Ciência Cristã. A verdade e o amor de Deus haviam destruído a mentira de que as estatísticas tivessem o poder de me classificar ou de convencer-me a classificar a mim mesma incorretamente, como uma mortal doente ou sadia.
Uma cura como essa não é incomum. É natural. Quando uma pessoa estuda a Ciência Cristã e aprende mais sobre sua relação com Deus, ela vence temores e dúvidas, rompe com o cepticismo do mundo e ganha a convicção do poder curativo de Deus, a Verdade. Aprende a examinar cada pensamento, antes de admiti-lo. Pergunta-se: "É isso que Deus sabe, e está fazendo com que eu seja, veja e sinta?" Se a resposta for sim, aceita-o como seu pensamento. Se for não, rejeita-o como mentira que não pertence a ninguém. E verifica que está mais saudável e mais feliz do que jamais imaginara.
Sim, é possível vencer o medo de cair sob a mentira mesmérica das estatísticas, que mostram a doença como inevitável e classificam a todos nós como mortais vulneráveis. Quanto mais estudarmos para entender os ensinamentos do Mestre e para aceitar que cada um de nós é uma consciência individual e espiritual, sempre una com a Mente pura, nossa origem, tanto mais fácil será expressar nosso domínio inato sobre todas as fases do mal.
